Copa do Mundo

Ilhas Marshall lutam para criar uma seleção e alertar o mundo sobre os riscos ao país

As Ilhas Marshall são o único país da ONU sem uma seleção: lutam para mudar isso e, assim, conscientizar o restante do planeta sobre os riscos de desaparecimento de seu território em decorrência do aquecimento global

Dificilmente o lançamento da nova camisa de uma seleção da Oceania chamaria tanta atenção. Porém, há poucas semanas, as Ilhas Marshall repercutiram em diferentes partes do mundo com seu novo uniforme. Não é uma camisa qualquer: é a primeira camisa da história da seleção local. Mais do que isso, é o único país soberano reconhecido pela ONU que ainda não possui uma seleção formal no futebol. Os marshaleses têm um plano ambicioso, dentro de sua pequenez, em busca da filiação na Confederação de Futebol da Oceania (OFC) e na Fifa. Até porque o intuito da seleção, acima do futebol, é conscientizar mais gente ao redor do planeta sobre a existência de um país sob risco de desaparecer por causa do aquecimento global. Por enquanto as iniciativas começam a ter seu impacto, com o novo uniforme vendido a mais de 30 países nestas primeiras semanas.

A Federação de Futebol das Ilhas Marshall existe desde 2020. A entidade saiu do papel exatamente para auxiliar na construção de uma identidade local ao redor do futebol, com a formação da seleção se tornando o principal norte. Há muitos desafios a se superar, como as dificuldades logísticas, a falta de investimento, a inexistência de uma cultura futebolística, a ausência de praticantes e, em último caso, os riscos climáticos globais. No entanto, a empreitada dos marshaleses em busca de sua seleção ganha simpatia e apoio de diferentes cantos. É uma jornada para fazer o futebol conquistar aquela que talvez seja a sua última fronteira, bem nos arredores da Linha Internacional da Data, no meio do Oceano Pacífico.

Uma breve história das Ilhas Marshall

As Ilhas Marshall formam um país insular composto por cinco ilhas principais, além de 29 atóis de corais. O território é ocupado por povos indígenas há mais de quatro mil anos, enquanto os primeiros contatos com europeus ocorreram a partir do Século XVI. O nome “Marshall” foi dado em referência ao capitão John Marshall, britânico que explorou a região no final do Século XVIII. Já a partir do Século XIX, o arquipélago foi colonizado pela Alemanha, antes de ser tomado pelo Japão a partir de 1914. Tornou-se um dos palcos da Segunda Guerra Mundial, até ser invadido pelos Estados Unidos. De 1946 a 1954, dezenas de testes nucleares foram realizados pelos americanos no arquipélago, os mais famosos no Atol de Bikini. Parte da população, inclusive, enfrenta os efeitos da radiação ainda hoje.

A autonomia das Ilhas Marshall se tornou gradativa, a partir dos anos 1970. O arquipélago se tornou independente em 1979, com uma nova constituição e também um presidente. Já a filiação à ONU aconteceu em 1991. Apesar da soberania, os marshaleses continuam ligados aos Estados Unidos. Há uma base militar americana no país, o que garante apoio financeiro e acesso a serviços básicos. Além disso, enquanto a nação insular é habitada por 60 mil pessoas, há cerca de 20 mil imigrantes e descendentes de marshaleses vivendo nos EUA – especialmente nos estados de Havaí e Arkansas. Tal relação é bastante relevante, numa pequena economia que acaba dependente da exportação de atum e de óleo de coco.

O isolamento das Ilhas Marshall, bem como suas ligações culturais, explicam as dificuldades do futebol para penetrar no arquipélago. A partir da influência japonesa no Século XX, o beisebol era inicialmente o esporte nacional dos marshaleses. Após a invasão americana, o vôlei e principalmente o basquete passaram a ser mais difundidos. É comum encontrar cestas ao redor do país. O contato com o futebol era pequeno, até pela maneira como a mídia consumida em Marshall está relacionada aos padrões americanos. Também as limitações populacionais e territoriais tiveram seus efeitos.

A introdução do futebol nas Ilhas Marshall partiu de iniciativas isoladas. As partidas aconteciam de maneira casual, sobretudo na capital Majuro, tantas vezes incentivadas por expatriados. Faltavam espaços dedicados ao futebol, com as peladas restritas muitas vezes ao gramado diante do capitólio local ou então à base militar americana. Já em 1991, o empresário australiano Mike Slinger tentou organizar o futebol entre os marshaleses. Conseguiu formar uma competição com 60 jogadores, que muitas vezes se enfrentavam em campos de beisebol adaptados ou em quadras cobertas. Contudo, seria uma empreitada efêmera, à medida que muitos locais para a prática do futebol deixavam de existir e o interesse das pessoas se perdeu.

Mesmo a organização do esporte em Ilhas Marshall, de uma maneira geral, é recente. A admissão do país no Comitê Olímpico Internacional aconteceu apenas em 2006, após uma luta que se estendeu por cerca de dez anos. Desde então, os marshaleses estiveram presentes nas últimas quatro edições das Olimpíadas, com 13 atletas diferentes. As participações se restringiram sempre a modalidades individuais: atletismo, natação, taekwondo e levantamento de peso. Formar uma equipe de futebol soa como uma missão hercúlea, ainda mais num país onde pouca gente bate sua bola regularmente e em que falta espaço até mesmo para criação de campos.

A ideia de formar a seleção

A ascensão do futebol nas Ilhas Marshall possui influência direta das gerações mais jovens. A modalidade pode não estar frequentemente na televisão local, mas os garotos passaram a entrar em contato com os grandes craques através do YouTube. A própria penetração maior do “soccer” no mercado americano também teve seu impulso no país insular. Mesmo que os marshaleses permaneçam um tanto quanto isolados do restante do mundo, os efeitos da globalização reverberam por lá. E o gosto destes meninos pela bola levou seus próprios pais a abrirem os olhos, em busca de uma promoção maior do futebol.

Fundador da Federação de Futebol de Ilhas Marshall e também presidente da entidade, Shem Livai é um desses pais. O empresário vive na capital Majuro e teve seus primeiros contatos com o futebol durante a juventude, quando estudava nas Ilhas Virgens Americanas. Depois, viu o próprio filho se interessar pela modalidade e a bater bola com os amigos nas praias marshalesas. Entretanto, sem um ambiente ao redor que o estimulasse a perseverar no futebol, o menino deixou de jogar quando tinha cerca de 11 anos. Diante disso, Livai se juntou com outras pessoas para auxiliar no enraizamento do futebol.

A criação da Federação de Futebol de Ilhas Marshall partiu de entusiastas da modalidade, muitos deles expatriados. Um exemplo entre os fundadores é o advogado Divine Waiti, que nasceu nas Ilhas Salomão, um país vizinho fanático pela bola, e ainda se formou em Direito numa universidade de Londres. Também participou da criação da entidade a advogada Claire Loeak, que angariou o apoio indireto de seu tio, o ex-presidente Christopher Loeak. Diante da formalização da federação, há o endosso também do presidente da OFC, Lambert Maltock. O futebol, todavia, como sempre depende mais de seus praticantes do que de seus dirigentes. E aí está o primeiro grande desafio da associação marshalesa: precisa de gente.

Ao site The Athletic, Divine Wait afirmou como o envolvimento das jovens gerações é essencial: “Não existem campos em tamanho oficial no momento, mas acredito no futuro do futebol aqui. Temos o interesse das crianças nas escolas. Elas estão incomodando os pais e pedindo para que eles as deixem jogar futebol. Então, esses pais impulsionam a criação de centros de treinamentos e competições. São aquelas crianças de seis a dez anos que conduzem isso. Tivemos uma reunião com o Ministério da Educação e queremos ver o futebol no currículo escolar, ao lado do beisebol, do basquete e do vôlei”.

A ideia principal do futebol em Ilhas Marshall parte da construção de um alicerce. A federação tenta fomentar um interesse maior dentro das próprias escolas, assim como a criação de competições de base, tanto para meninos quanto para meninas. E um passo essencial está na capacitação dos professores, para que também possam ensinar o futebol nas aulas de educação física. A partir disso, os marshaleses buscariam a fundação de clubes e também de uma liga de futebol local. A composição da seleção nacional seria uma fronteira além e uma vitrine internacional ao pequeno país.

Secretário da federação, Robert Bodigai Leo ressalta como a escola é central aos planos de Ilhas Marshall. “Queremos professores de educação física especializados em treinar futebol. Se fizermos isso e chegarmos às escolas, podemos crescer bem mais rápido do que todos pensam. E isso já está funcionando. Lembre-se que aprendemos a jogar na areia, o que nos torna mais habilidosos. A história mostra isso. Se você sabe jogar na areia, pode jogar em qualquer campo”, ressaltou, também ao The Athletic. “Estamos desenvolvendo competições para jovens dos 10 aos 17 anos. Então, quando se tornarem adultos, teremos torneios adequados. Não queremos um ou dois times, queremos grupos etários completos. Só queremos que nossos filhos tenham chances no futebol e na vida, como os filhos de Messi, de Cristiano Ronaldo, de Rooney. Queremos isso por nossos filhos, por nossos netos. Podemos fazer melhor por eles e queremos desenvolver o jogo”.

Existem também atalhos às Ilhas Marshall. Por exemplo, a federação local poderia basear a criação da seleção centrada nos filhos da diáspora – especialmente os descendentes de marshaleses que já praticam futebol nos Estados Unidos. Contudo, há uma consciência na federação local de que isso não proporcionaria um projeto sustentável para a modalidade no arquipélago. A intenção é integrar e superar as dificuldades. Afinal, barreiras não faltam ao futebol nas Ilhas Marshall. Elas vão desde comunidades sem espaços aptos para a formação de campinhos, até os problemas logísticos de conseguir importar bolas e uniformes. Mesmo quando as doações são arranjadas, nem sempre é fácil fazer o material chegar até as ilhas.

O conhecimento que vem de fora

Para elevar a capacidade de enraizar o futebol no país, a Federação de Futebol de Ilhas Marshall passou a recrutar estrangeiros interessados em auxiliar na missão. Há gente de fora que passou a ajudar em projetos de marketing, no trato com a imprensa, na formação de treinadores. E o principal mentor é um inglês, Lloyd Owers, de 33 anos. Sua experiência passa pelos tempos como jogador semi-profissional, antes de se formar como treinador e conseguir a licença da Uefa. Owers teve cargos em clubes como Oxford United, Mansfield Town e Colchester United. Também trabalhou na Football Association e ofereceu workshops a treinadores em diferentes países, do Canadá à Suécia. Já a relação com os marshaleses começou meio por acaso.

O presidente Livai passou a acessar o site mantido por Owers, em que o inglês falava sobre o incentivo ao futebol em pequenas nações e também sobre suas experiências na preparação de treinadores. A partir de então, começaram a trocar e-mails e a se falar via WhatsApp. Livai pediu uma proposta em que Owers falasse sobre o crescimento do jogo em Ilhas Marshall. O trabalho ficou tão bom que ele seria convidado a se tornar o diretor técnico da federação, o que aceitou. Ainda realizou o início de seu trabalho à distância, antes de visitar o país insular pela primeira vez, após 40 horas de viagem.

“A nível pessoal, foi a oportunidade de fazer algo grande como esse: o único país do mundo sem uma seleção definida. Essa também era a ambição. A federação quer fazer parte da OFC e, eventualmente, da Fifa. Não querem apenas jogar contra os países da região, mas sim fazer parte de um programa maior. Queremos disputar as Eliminatórias para a Copa do Mundo e os torneios da OFC, fazer parte dos principais campeonatos. Em dez anos, se continuarmos seguindo o caminho que a federação ambiciona, não há razão para que isso não aconteça”, declarou Owers, em entrevista à BBC.

Outro ponto enfatizado pelo diretor técnico é a forma como a cultura futebolística de países vizinhos também é importante para os marshaleses. Eles não dispensam os intercâmbios que acontecem mesmo com outras nações pequenas da Oceania, com mais tradição dentro de campo: “Há muitos jogadores nas ilhas vizinhas. Temos as Ilhas Salomão, Papua Nova Guiné, países que realmente jogam. Esses caras estão vivendo em Marshall e realmente ajudando a desenvolver o jogo. Primeiro competiremos com outras nações vizinhas, com objetivos semelhantes – mas queremos mais no longo prazo”.

Owers sabe que a admissão nos organismos internacionais ainda depende de muitas etapas. Tanto a OFC quanto a Fifa realizam exigências para admitir novas seleções, sobretudo em relação à infraestrutura. É por isso que algumas nações da Oceania, como Tuvalu e Kiribati, são membros afiliados da OFC, mas não possuem uma participação integral na entidade e também nunca foram admitidos pela Fifa. Ilhas Marshall possui diferenciais em comparação, como uma rede hoteleira ampla e uma boa malha de transportes, o que facilitaria a entrada na OFC e na Fifa. Faltava um estádio nacional, embora a construção já esteja na fase final.

O Estádio de Majuro fica na capital de Ilhas Marshall, com capacidade para 2 mil torcedores. A praça esportiva custou US$6 milhões e foi financiada com ajuda do governo de Taiwan. Até a grama é importada, de Bermudas, com o transporte providenciado pelos Estados Unidos. O local receberá os Jogos da Micronésia, uma competição multiesportiva que envolve diferentes nações da Oceania. Por conta da pandemia, os Jogos acontecerão em junho de 2024, quase dois anos depois de suas previsões iniciais. Existia inclusive a intenção de incluir o futebol no programa esportivo, mas questões logísticas não permitirão esse passo: por conta do número de atletas nos elencos, a rede hoteleira não conseguirá absorver uma quantidade tão expressiva de novos hóspedes.

A camisa da seleção

A previsão da Federação de Futebol de Ilhas Marshall era constituir a nova seleção local para os Jogos da Micronésia. Entretanto, atualmente as projeções mais realistas visam a formação do time para os Jogos do Pacífico de 2027. Neste ínterim, outras ideias devem sair do papel. O país insular deve contar com uma liga nacional de futsal, o que seria um passo importante na preparação dos atletas. Também se planeja a formação de um campeonato de futebol de campo, que se divida entre as duas principais ilhas para facilitar a logística. Com um interesse crescente entre a população local, o futebol feminino também tem margem para crescer.

E mesmo o adiamento da formação da seleção não atrasou o lançamento do primeiro uniforme de Ilhas Marshall. Foi realizado um concurso para escolher o design, com participação de mais de 200 candidatos. O vencedor veio da Argentina, algo simbólico num momento em que o título da Albiceleste na Copa do Mundo gerou comemorações nas ruas marshalesas – festa totalmente atípica para um país alheio à modalidade, mas compreensível pela representatividade de Lionel Messi.

A camisa de Ilhas Marshall une as cores da bandeira, o azul e o laranja, com o desenho representando o oceano. O fardamento foi um sucesso instantâneo não apenas entre os locais, mas também àqueles que passaram a conhecer a seleção marshalesa. E os lucros são importantes, com o dinheiro reinvestido em categorias de base e na criação de uma estrutura mínima ao futebol local. A produção do uniforme fica a encargo da PlayerLayer, empresa que é parceira também do Forest Green Rovers, clube inglês conhecido por sua ideologia e pelas iniciativas sustentáveis.

“Esperávamos uma boa reação, mas não dessa forma. O processo inicial de envolvimento foi criar uma consciência sobre o país, o que conseguimos. A adesão ao futebol local tem sido incrível. Para nós, a primeira coisa era colocar o país no mapa. Fizemos isso. As pessoas nem sabiam onde ficava as ilhas Marshall. Se você olhar no mapa, é um pontinho pequeno. Levei mais de 40 horas de viagem e você percebe como é um país pequeno”, declarou Owers, à BBC.

Outro caminho que pode ajudar Ilhas Marshall em seu reconhecimento internacional é a inclusão em games de futebol. O Football Manager é quem parte na dianteira para botar a seleção das ilhas em sua base de dados. Um dos responsáveis do jogo, Andrew Sinclair, falou sobre o assunto com a ESPN americana. A adição de uma equipe nacional que não é filiada à Fifa não seria uma novidade no FM. Todavia, há um grande trabalho para mapear jogadores e incluir os nacionais marshaleses, especialmente quando não existe uma liga local e os clubes são incipientes.

O risco de desaparecimento

Ilhas Marshall corre contra o tempo, e nem é para inscrever sua seleção nas competições da Fifa. O grande temor está no desaparecimento do país, por conta das consequências do aquecimento global. Um estudo feito pelo Banco Mundial previu que, caso o nível do mar se eleve em um metro, mais de 40% dos edifícios na capital Majuro seriam inundados. Diante das estimativas atuais, a maior parte do território estará sob as águas até 2050. O futebol é um caminho para conscientizar mais gente sobre os riscos. Uma geração de jogadores locais ainda pode representar as riquezas nativas: é cada vez mais comum que os pais deem aos seus filhos nomes em referência aos corais que estão sob risco.

A situação de Ilhas Marshall teve destaque inclusive na COP26, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em novembro de 2021, em Glasgow. Ecoou principalmente o discurso de Tina Stege, diplomata marshalesa. “Não posso aceitar que Ilhas Marshall serão parte do passado dentro de 50 anos. Não creio que seja aceitável a qualquer um neste mundo descartar um país. Estamos na linha de frente e somos vulneráveis. Mas, se você protege os mais vulneráveis, também se protege. Temos que ter esperança no nosso futuro”, afirmou.

O presidente da federação, Shem Livai, enfatiza como a discussão sobre o aquecimento global é diária e perceptível no cotidiano do país. A própria construção do novo estádio em Majuro tratou a elevação do nível do mar como uma prioridade: foram construídas barreiras ao redor da estrutura, para impedir que as águas invadam o local. A seleção de futebol serviria como uma espécie de embaixatriz, para mostrar como a vida dos marshaleses está em risco e a identidade de um país pode submergir em pouco tempo.

“Entenda isso: as mudanças climáticas acontecem todos os dias para nós. Vá para a rua, veja a água das tempestades entrando. Isso não é normal. Talvez apenas sazonalmente em janeiro e fevereiro, mas agora isso acontece praticamente todos os dias. As alterações climáticas estão acontecendo, não é que estão para acontecer. Vemos nos nossos próprios quintais”, declarou, ao site The Athletic. “O oceano invade nossos quintais e erode nossas terras. As árvores caem no oceano por causa da elevação do nível do mar. Esperamos que, quando jogarmos futebol, as pessoas percebam nas pequenas ilhas que as alterações climáticas acontecem perto de suas casas”, complementou, à ESPN americana.

Por enquanto, Ilhas Marshall chamam atenção por todas as peculiaridades ao redor de sua seleção. Entretanto, a mensagem é ainda mais importante, diante dos elementos em xeque no país. Se o futebol demorar a sair do papel, a situação do espaço para praticá-lo se torna ainda mais crítica. Se a seleção não pintar agora, dentro de algumas décadas talvez não seja possível criá-la. Os marshaleses querem construir sua própria tradição no futebol antes que se vejam obrigados a se exilar. Querem um grito de independência em campo, antes que seja tarde demais.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreve na Trivela desde abril de 2010 e faz parte da redação fixa desde setembro de 2011.
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