Honduras 1×2 Equador: Não faltou apetite para ninguém, mas a Tri é que saiu de barriga cheia

Hondurenhos e equatorianos protagonizaram um dos jogos mais movimentados da Copa do Mundo até agora. O resultado final foi a virada do Equador por 2 a 1, com dois gols de Enner Valencia, o único a balançar as redes pela Tri por enquanto. Mas qualquer que fosse o placar ao fim dos noventa minutos, pouco poderia ser dito sobre sua justiça. Ambas as equipes derrubaram o máximo de suor que puderam no gramado da Arena da Baixada, e o tempo todo alguém estava ameaçando a defesa do outro.
Derrotados em suas partidas de estreia, Honduras e Equador precisavam partir para cima e fizeram isso. O primeiro tempo foi bastante eliquibrado, com chances para os dois lados, e um pequeno domínio do Equador. Depois de uma série de ataques para ambos os lados, a primeira grande chance do jogo veio com o Equador. Aos 19 minutos, Erazo deu um chutão para frente, e a bola caiu nos pés de Enner Valencia. O atacante apareceu na cara do gol e, mesmo bem equilibrado, conseguiu desperdiçar a chance, chutando sem direção. A resposta hondurenha veio em cobrança de escanteio sete minutos depois. Bernárdez subiu sozinho na área e cabeceou rente ao gol.
Pouco depois, mais uma bola isolada da defesa funcionou, mas dessa vez acabou em gol da seleção hondurenha. Beckeles deu o chutão, e Costly contou com falha de Guagua para ficar livre para marcar, com uma finalização forte. Equador não esperou muito para igualar novamente o marcador. O lateral direito Paredes foi ao ataque, ajeitou o corpo e tentou a finalização da entrada da área. O chute em si não deu muito certo, mas acabou se transformando em uma assistência para Enner Valencia, que apareceu na segunda trave para completar para o gol com facilidade e chegar a seu segundo gol na Copa.
Apesar da maior posse de bola equatoriana no primeiro tempo, quem quase foi para o intervalo com a vantagem foi Honduras. Em dois lances seguidos, os hondurenhos quase chegaram a seu segundo gol. Primeiro em cobrança de falta perigosa de Bernárdez, que mandou uma bomba para a meta, forçando Domínguez a fazer defesa difícil. Depois, até balançou a rede, mas sem validade: Beckeles cruzou na cabeça de Costly, que acertou a trave, e, no rebote, Bengston completou para o gol, mas com a mão e em posição de impedimento.
O segundo tempo começou com uma chance de Honduras no primeiro lance, mas nos 15 minutos iniciais quem pressionou mais foi o Equador. Bengston até assustou os equatorianos com um chute forte aos 14 minutos, forçando Domínguez a fazer boa defesa, mas foi a Tri quem tomou a frente no placar, chegando à virada. Praticamente reproduzindo o gol que havia marcado contra a Suíça, o Equador fez seu segundo gol em cobrança de falta da esquerda, cobrada por Ayoví, na cabeça de Enner Valencia. Sim, mais uma vez Valencia, o único goleador da seleção equatoriana nesta Copa.
O jogo seguiu com a movimentação intensa que teve desde o início até o apito final do árbitro, mas os equatorianos conseguiram segurar a vitória. O triunfo colocou a Tri em situação mais confortável que a de Honduras, mas os comandados de Reinaldo Rueda terão a vida mais difícil da última rodada do Grupo E. O adversário será a França, de oito gols em duas partidas. Ainda vivos matematicamente, os hondurenhos precisam contar com uma boa vitória dos Bleus sobre o Equador e fazer o seu papel, vencendo a Suíça, que talvez seja a mais cotada para ficar com a outra vaga. Contra a qualidade superior dos franceses e com um setor ofensivo como o que tem em mãos Didier Deschamps, é bom que a seleção equatoriana apresente no mínimo a mesma vontade que teve na Arena da Baixada. Vai precisar dela e também de sorte para repetir a campanha de 2006, quando chegou às oitavas pela única vez em sua história.
FICHA TÉCNICA
Honduras 1×2 Equador
Honduras
Noel Valladares; Brayan Beckeles, Víctor Bernárdez, Maynor Figueroa e Emilio Izaguirre (Juan Carlos García, intervalo); Óscar García (Marvin Chávez, 38'/2T), Luis Garrido (Mario Martínez, 26'/2T), Jorge Claros e Roger Espinoza; Jerry Bengtson e Carlo Costly. Técnico: Luis Fernando Suárez.
Equador
Alexander Domínguez; Juan Carlos Paredes, Jorge Guagua, Frickson Erazo e Walter Ayoví; Antonio Valencia, Oswaldo Minda (Carlos Gruezo, 38'/2T), Christian Noboa e Jefferson Montero (Gabriel Achilier, 45'/2T); Felipe Caicedo (Édison Mendez, 37'/2T) e Enner Valencia. Técnico: Reinaldo Rueda.
Local: Arena da Baixada, em Curitiba
Árbitro: Benjamin Williams (AUS)
Gols: Carlo Costly, 31'/1T, Enner Valencia, 34'/1T, Enner Valencia, 20'/2T
Cartões amarelos: Antonio Valencia, Enner Valencia e Jefferson Montero (Equador), Víctor Bernárdez e Jerry Bengston (Honduras)
Cartões vermelhos: Nenhum
Parece que só Enner Valencia pode fazer gol pelo Equador. Não que tenha faltado oportunidades de outros marcarem, mas quem decidiu mesmo foi o jogador do Pachuca. Quase sempre bem posicionado, o atacante conhece os atalhos do setor ofensivo e sabe onde estar para balançar a rede. Empatou a partida aparecendo na segunda trave para completar um chute e fez mais um de cabeça, depois de ter feito gol quase idêntico contra a Suíça.
31’/1T: GOL DE HONDURAS!
Chutão de Beckeles para a frente encontra Costly. O atacante domina, se livra de Guagua e bate forte, baixo, para abrir o placar.
34’/1T: GOL DO EQUADOR!
Paredes ajeita a bola na direita, tenta o chute, mas a finalização vira assistência para Enner Valencia, que aparece na segunda trave para completar para o gol.
20’/2T: GOL DO EQUADOR!
Em cobrança de falta da esquerda, Ayoví levantou a bola na cabeça de Valencia, que, na segunda trave, subiu mais alto que a zaga hondurenha para virar o jogo para os equatorianos.

Ambas as equipes foram para o jogo com um 4-4-2 em linha e com propostas claras de ataques pelas pontas. Costly era o mais próximo do gol no ataque hondurenho, enquanto Enner Valencia tinha esse papel no Equador. Os laterais equatorianos apoiavam mais que os de Honduras, e os meio-campistas centrais da Tri conseguiram controlar mais o setor, influenciando significativamente na posse de bola.
7
Enner Valencia fez sete gols em seus últimos seis jogos com a seleção equatoriana. Na Copa do Mundo, só ele balançou a rede com a camisa da Tri.