Eliminatórias da Copa

Faltou criatividade para Venezuela e Equador, que ficaram no zero pelas Eliminatórias

Jogo teve faltas, muitas divididas e cartões, mas faltou futebol, ficando zerado o duelo entre Venezuela e Equador

Cerca de 50 mil torcedores que lotaram o Estádio Monumental de Maturín nesta quinta-feira (16) se decepcionaram com o empate em 0 x 0 entre a mandante Venezuela e Equador. A partida pela quinta rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 foi pautada no jogo físico, muitas faltas, divididas e pouco espaço – resultando, praticamente, em nenhuma chance clara para ambas as seleções.

A Seleção Vinotinto chegou aos oito pontos e ocupa o quarto lugar, na frente do Brasil. Já a Seleção Equatoriana, que iniciou as Eliminatórias com três pontos a menos, agora soma cinco e está em sexto.

Jogo físico e pouco futebol marcam primeiros 45 minutos

Félix Sánchez montou no Equador no 4-2-3-1 que nos momentos ofensivos apostava na liberdade dos pontas Júnior Sornoza e Kendry Páez para flutuar para dentro e darem o corredor para os laterais Piero Hincapié e Ángelo Preciado. Moisés Caicedo e Alan Franco ficavam bem alinhados como volantes na criação, atrás de José Cifuentes. No ataque, Kevin Rodríguez era o centroavante, mas apoiava todos os setores ofensivos e também aparecia pelos lados do campo.

A Seleção Vinotinto de Fernando Batista utilizava um 4-3-3, mas se fechava no 4-4-2. A criação era mais sustentada coo a presença dos dois laterais e volantes, além, óbvio, da dupla de zaga. Yeferson Soteldo ficava bem aberto na ponta esquerda para ter a possibilidade de puxar qualquer ataque em velocidade.

O início de jogo foi pautado na bola parada e antes dos cinco minutos o Equador já tinha aberto o placar – mesmo que irregular. Escanteio cobrado no meio da área, Hincapié cabeceou, a bola explodiu em Willian Pacho e sobrou para Cifuentes aproveitar a sobra para marcar. No campo (e depois confirmado pelo VAR), foi flagrada a posição irregular de Pacho.

Venezuela x Equador
De muitas divididas e pouco futebol, Venezuela e Equador ficam no zero (Foto: Divulgação/Equador)

Muito físico, os minutos seguintes foram de pouco futebol e, por vezes, pausado por faltas e a distribuição de cartões amarelos. Wilker Ángel foi advertido inicialmente, depois foi a vez de Hincapié. Mais tarde, Cifuentes deu uma forte entrada e também ficou amarelado. Em pouco mais de meia hora, eram nove faltas, sendo sete da Seleção Equatoriana.

Com 35 minutos, enfim, um espaço para um ataque ser criado e ter uma boa chance. Vacilo da defesa do Equador, chegou em Soteldo na ponta esquerda. O atacante do Santos cortou para o fundo e cruzou nas mãos do goleiro e capitão Alexander Domínguez.

La Tri só respondeu quase no fim, em contra-ataque fulminante puxado e cheio de campo para Cifuente avançar. Mas na hora de dar o passe na medida para Alan Franco ficar de frente com o goleiro adversário, o meia equatoriano tocou muito forte. Mesmo com mais dois minutos de acréscimos, de pouco se movimentou o jogo, além de um chute de Samuel Sosa no meio do gol de Domínguez e uma tentativa de simulação de Cristian Cásseres Jr, que não conseguiu convencer o árbitro, nem o VAR, de pênalti.

Mais do mesmo: Equador e Venezuela ficam no zero

Não houve mudanças nas seleções no intervalo. Como no primeiro tempo, os minutos iniciais até tiveram uma certa emoção. Mostrando estar ligado, Caicedo roubou a bola de José Martínez próximo ao grande círculo, viu Rafael Romo adiantado e, dali mesmo, arriscou uma finalização que por pouco não encobriu o goleiro venezuelano.

Mas isso foi um ar em meio à pouca inspiração de ambos os lados. A etapa final não foi muito diferente da primeira, novamente de muita entrega física, vontade, mas falta de técnica, paciência e espaço para atacar. Até 40 minutos, a única finalização certa foi de Cifuentes, que ao receber na direita da área, mandou uma bomba cruzada, para grande defesa de Romo.

A primeira mudança nos times veio do lado venezuelano, aos 13 minutos, quando Rómulo Otero, velho conhecido do futebol brasileiro, substituiu o meio-campista Yangel Herrera. Depois, resposta dupla de Sánchez: Páez e Rodríguez saíram para as entradas de Ángel Mena e Leonardo Campana, respectivamente. Ao mesmo tempo, Sosa foi substituído por Darwin Machís.

Física, disputada e quente, a partida também tinha confusões generalizadas. Aconteceu no primeiro tempo, se repetiu no segundo, e dessa vez sobraram cartões amarelos para Alan Franco e José Martínez.

Na Vinotinto, o principal caminho ainda era dar velocidade ao jogo com Soteldo, mas faltava efetividade do jogador do Santos ou qualidade dos colegas.

O Equador, levemente acima na posse de bola na etapa final, foi pouco inspirado para criar as jogadas e pecou na velocidade para encontrar espaços.

O árbitro não quis estender muito a partida e deu apenas três minutos de acréscimos.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius é nascido e criado em São Paulo e jornalista formado pela Universidade Paulista (UNIP). Escreveu sobre futebol nacional e internacional no Yahoo e na Premier League Brasil, além de esports no The Clutch. Como assessor de imprensa, atuou no setor público e privado.
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