Copa do MundoEliminatórias da Copa

Fifa propõe nova divisão de vagas para Copa com 48 seleções, com repescagem mundial

Oito seleções asiáticas, nove africanas, uma Eurocopa inteira, nos moldes antigos, dentro da Copa do Mundo, e uma repescagem mundial: a Fifa tornou pública a sua proposta para a divisão de vagas do Mundial a partir de 2026, quando o torneio passará a ser disputado por 48 seleções. A mudança ainda precisa ser ratificada pelo Conselho, em reunião marcada para 9 de maio, dois dias antes do próximo Congresso da entidade mundial.

LEIA MAIS: Fifa decide acabar com Comitê Organizador Local e fará a Copa sozinha

Quem mais se beneficiou com a nova divisão proposta, como era de se esperar, foram as confederações da África e da Ásia, ambas representantes de muitos membros da Fifa e, portanto, com grande peso político em votações. Os africanos tinham cinco vagas diretas na Copa do Mundo e agora terão nove. Os asiáticos classificavam quatro equipes diretamente e mais uma para a repescagem. Agora, mandarão oito times direto para a fase final do Mundial.

Ninguém saiu de mãos abanando: a Uefa passou de 13 vagas na Copa para 16. A Conmebol foi de quatro mais uma na repescagem para seis diretas e provavelmente terá que repensar o formato da sua Eliminatória. Não dá para dez equipes jogarem em pontos corridos, com ida e volta, para classificar seis e ainda mandar um sétimo time para a repescagem mundial. A Concacaf pulou de 3 + 1 para seis. E a Oceania, que classificava uma seleção apenas para a repescagem, agora terá um representante garantido entre os 48 finalistas.

O país-sede continuará classificado diretamente para a Copa do Mundo, mas, agora, será retirada uma vaga da sua confederação. Em caso de sedes divididas, segundo a Fifa, o “número de países-sede classificados diretamente será decidido pelo Conselho”.

Espertos em matemática como vocês devem ser, já perceberam que os números acima somam 46 equipes. As outras duas serão definidas em uma espécie de repescagem mundial, a ser realizada provavelmente em novembro de 2025, no país-sede da Copa do Mundo, também funcionando como um evento-teste. Cada confederação, com exceção da Uefa, terá um representante neste mini-torneio com um participante extra da confederação do país-sede. Os dois times mais bem colocados no ranking da Fifa serão cabeças de chave e enfrentarão os vencedores de dois duelos mata-mata entre as quatro seleções restantes.

Repescagem mundial como evento-teste, muito mais atraente do que a Copa das Confederações, é uma ideia interessante, que já poderia ter sido aplicada ao Mundial com 32 seleções. Aliás, nesse formato, a mini-competição teria um nível técnico mais alto e acirrado do que no modelo que começará a valer a partir de 2026. Bom, nesse caso, a própria Copa do Mundo também.

Veja a proposta de divisão de vagas da Fifa para a Copa do Mundo com 48 seleções:

África – de 5 para 9
Ásia – de 4+1 para 8
Europa – de 13 para 16
Concacaf – de 3+1 para 6
América do Sul – de 4+1 para 6
Oceania – de 0+1 para 1

Como seria a Copa do Mundo de 2014 no novo formato?

Provavelmente, como já mencionamos no caso da Conmebol, as confederações terão que repensar os seus modelos de Eliminatórias. Mas, para ilustrar, vamos mostrar como seria a Copa do Mundo de 2014 com 48 seleções, de acordo com a nova divisão de vagas.

África: As nove seleções de melhor campanha na segunda rodada da Eliminatória Africana para o Mundial do Brasil – aquela com dez grupos de quatro times que classificam apenas o primeiro colocado para o mata-mata -, excluindo Burkina-Faso no saldo de gols:

– Egito, Argélia, Gana, Tunísia, Costa do Marfim, Etiópia, Camarões, Senegal e Nigéria.

Ásia: Passariam os quatro primeiros colocados dos dois grupos da terceira rodada da Eliminatória Asiática:

– Irã, Coreia do Sul, Japão, Austrália, Uzbequistão, Jordânia, Catar e Omã.

Europa: Os nove líderes dos grupos da Eliminatória da Uefa, mais os sete melhores segundos colocados:

– Bélgica, Itália, Alemanha, Holanda, Suíça, Rússia, Bósnia, Inglaterra, Espanha, Grécia, França, Portugal, Ucrânia, Suécia, Islândia, Romênia.

Concacaf: Essa é fácil porque a fase final da Eliminatória já é um hexagonal:

– Estados Unidos, Costa Rica, Honduras, México, Panamá e Jamaica.

Ocêania: O time que foi mandado para a repescagem internacional contra o México

– Nova Zelândia.

América do Sul: Pela nova divisão proposta, a Conmebol perderia uma vaga porque o Brasil seria diretamente classificado por ser país-sede:

– Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Equador e Uruguai.

Repescagem mundial: Com um representante de cada confederação, menos a Uefa, e dois da Conmebol, porque o Brasil é país sede:

– Burkina Faso, Iraque, Guatemala, Nova Caledônia, Venezuela* e Peru*

*Venezuela e Peru seriam cabeças de chave pelo ranking de outubro de 2013

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
Botão Voltar ao topo