Colômbia cresceu no jogo e contou com passe decisivo de Arias para vencer a Venezuela
A Colômbia estreou com vitória nas Eliminatórias, enquanto o Paraguai esbarrou cinco vezes na trave e empatou com o Peru

A Colômbia atravessa uma transição que não é simples, mas abre as Eliminatórias com uma boa vitória. Os Cafeteros receberam a Venezuela e fizeram a alegria de sua torcida em Barranquilla, apesar do placar apertado por 1 a 0. Foi um primeiro tempo difícil, em que a Vinotinto rondou mais o gol, até a melhora dos colombianos nos minutos finais. O que desamarrou a partida foi o gol logo na volta do intervalo. Jhon Arias foi decisivo, com um cruzamento na medida para a conclusão de Rafael Santos Borré. Depois disso, a Vinotinto encontrou dificuldades para responder e os Cafeteros ficaram mais próximos do segundo, mas sem marcar de novo.
A Colômbia começou a partida com um time renovado, sob as ordens de Néstor Lorenzo. Yerry Mina liderava a defesa. O meio tinha Jefferson Lerma, Mateus Uribe e Jhon Arias. Já na frente, Juan Guillermo Cuadrado e Luis Díaz apoiavam Rafael Santos Borré. A Venezuela era mais experiente, sobretudo do meio para frente. Tinha Tomás Rincón, Yangel Herrera, Jefferson Savarino, Darwin Machís e José Salomón Rondón. O técnico Fernando Batista iniciava seu trabalho no qualificatório.
Foi um primeiro tempo de domínio estéril da Colômbia. A Venezuela tinha uma postura mais defensiva, organizada coletivamente, mas produzia bem mais quando saía para os contra-ataques e tinha bolas paradas a seu favor. As finalizações eram todas da Vinotinto. Jefferson Savarino arriscou de longe para fora, enquanto Wilker Ángel e Yangel Herrera assustaram em bolas de cabeça. Darwin Machís ainda tentou resolver. Do outro lado, no máximo, Luis Díaz teve um gol anulado aos 23. Só no fim da primeira etapa é que os Cafeteros conseguiram um abafa um pouco maior. Tiveram chutes travados e, no melhor lance, Rafael Romo salvou a batida no canto de Mateus Uribe.
A Colômbia veio com outra postura para o segundo tempo, com a entrada de Jorge Carrascal no lugar de Juan Guillermo Cuadrado. Jhon Arias precisou de um minuto para mudar a história da partida, mais aberto pela direita. O ponta cruzou e Rafael Santos Borré definiu de cabeça com muito espaço dentro da área. Seria uma segunda etapa bem melhor e mais agressiva dos Cafeteros. Luis Díaz era mais acionado pela esquerda e garantia bons lances. Mais importante, os colombianos contiveram os sustos da Venezuela. As mudanças também auxiliaram o time da casa, com a boa entrada de James Rodríguez. Os venezuelanos ainda tentaram sair mais na reta final, mas quase tomaram o segundo, especialmente nas chegadas de Jhon Durán.
Cinco bolas nas traves do Paraguai
A partida que abriu as Eliminatórias da Conmebol foi animadíssima, mesmo com o empate por 0 a 0. O Paraguai deu um calor tremendo no Peru, mas não conseguiu sair com o triunfo em Ciudad del Este. A prova da força dos guaranis está nos números: a equipe acertou a trave cinco vezes, duas delas em sequência. Os paraguaios ficaram com um jogador a mais desde o primeiro tempo, com a expulsão de Luis Advíncula, e mesmo assim não conseguiram aproveitar. Os peruanos pouco fizeram, mas também poderiam ter alcançado o triunfo. Paolo Guerrero tentou um golaço e também acabou frustrado pelo travessão.
O Paraguai abriu as Eliminatórias com uma escalação interessante, sob as ordens de Guillermo Barros Schelotto e cheia de jogadores com passagem pelo futebol brasileiro. A zaga trazia o capitão Gustavo Gómez ao lado de Fabián Balbuena. O meio tinha Mathias Villasanti, além do bom Diego Gómez, levado do Libertad para o Inter Miami. Já o ataque garantia qualidade pelas pontas com Miguel Almirón e Ramón Sosa. Do outro lado, o Peru elencava vários de seus medalhões. Pedro Gallese, Luis Advíncula, Miguel Trauco, Yoshimar Yotún, André Carrillo e Paolo Guerrero formavam a espinha dorsal sob as ordens de Juan Reynoso.
O primeiro tempo teve amplo domínio do Paraguai. Os Guaranis não tiveram mais posse de bola, mas foram bem mais agressivos e amassaram os peruanos nas chances de gol. Os melhores lances vinham em bolas paradas, assim como nas jogadas de lado de campo. Miguel Almirón e Ramón Sosa incomodavam demais pelos lados. Em meio ao bombardeio, o goleiro Pedro Gallese fez uma defesaça em falta cobrada por Diego Gómez, desviando o chute com a ponta dos dedos. Gabriel Ávalos acertou a parte externa da trave pouco depois. Aos 27, Gustavo Gómez também mandou uma puxeta no travessão. Do outro lado, os Incas mal assustaram. E a situação piorou com a expulsão de Luis Advíncula aos 45, com o segundo amarelo ao pegar Sosa. Nos acréscimos, em outra cobrança de falta, Diego Gómez carimbou o travessão novamente. O azar afligia os anfitriões.
O segundo tempo se tornou um ataque contra defesa mais claro. O Paraguai, no entanto, tinha dificuldades para furar a retranca do Peru. Demorou para as chances pintarem de novo, com outras boas defesas de Gallese quando necessário, em chute de Almirón e depois em cabeçada de Fabián Balbuena. Os Incas resistiam, até que a partida rendesse uma sequência maluca aos 42. Primeiro, Paolo Guerrero tentou surpreender do meio da rua e carimbou o travessão. Na resposta guarani, Gallese operou outro milagre, ao desviar com a ponta dos dedos a batida de Kaku, que ainda estalou a trave. No rebote, Carlos González também acertou o poste. Os paraguaios lamentariam mais.