Domingo, Eduardo, Sammir: os brasileiros que ligam Mooca, Bangu e Itabuna ao futebol da Croácia
Eduardo da Silva e Sammir se naturalizaram para disputar até Copa do Mundo pela Croácia, enquanto Domingo era um goleiro paulistano de origem croata que jogou os primórdios do Campeonato Iugoslavo

O Campeonato Croata, como tantos outros ao redor do mundo, está acostumado a importar o talento brasileiro. São cerca de 80 jogadores nascidos no Brasil que já defenderam os clubes do país, em fluxo que se intensificou especialmente nas duas últimas décadas. Três nomes, ainda assim, se destacam do restante. Todos eles, mais do que brasileiros de nascimento, também possuem a nacionalidade croata. Os casos de Eduardo da Silva e Sammir são os mais conhecidos. Levados ainda jovens ao Dinamo Zagreb, viraram ídolos do clube e chegaram à seleção axadrezada depois da naturalização. Ambos estiveram de volta ao Brasil em 2014, para uma Copa do Mundo. Já Domingo Franulovic é bem menos famoso: filho de croatas nascido em São Paulo, iniciou sua trajetória no Campeonato Iugoslavo, mas também disputaria a segunda divisão do Paulistão. Personagens que voltam à tona, antes de mais um Brasil x Croácia pela Copa do Mundo.
Domingo Franulovic, o pioneiro
Ainda em tempos de Campeonato Iugoslavo, o primeiro brasileiro de nascimento a defender um clube croata possui uma história bastante curiosa. Domingo Franulovic nasceu em São Paulo, filho de imigrantes croatas, mas se mudou para a terra de origem de seus pais após a Segunda Guerra Mundial. Virou goleiro e se aventurou não apenas no RNK Split, como também tentaria sua sorte no futebol paulista, durante o final da década de 1950. Vestiu a camisa do Bragantino, embora seus melhores momentos tenham ocorrido mesmo na antiga Iugoslávia.
A família Franulovic veio para o Brasil nos anos 1920, durante o período entre guerras. Diante das dificuldades econômicas no então chamado Reino dos Croatas, Sérvios e Eslovenos, imigrantes dos Balcãs partiram em navios rumo a São Paulo em busca de emprego. O pai de Domingos trabalhou primeiro em fazendas de café, antes de conseguir um trabalho numa indústria têxtil na capital. Nascido em 1936, o futuro goleiro cresceu na Mooca e foi por lá que pegou gosto pela bola, jogando nas ruas do bairro durante a infância.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a família de Domingo recebeu uma oferta para voltar à agora chamada Iugoslávia, com emprego e moradia. Primeiro moraram em Osijek, antes de se estabelecerem em Split. Durante a adolescência nos anos 1950, o paulistano seria descoberto por Luka Kaliterna, lendário goleiro do Hajduk Split e também treinador dos principais clubes da cidade em diferentes passagens. Na época, Domingo foi convidado a se unir aos juniores do RNK Split, força secundária do município. Apesar da resistência do pai contra a carreira no futebol, acabou o convencendo.
Domingo Franulovic passou a treinar no RNK Split quando tinha 16 anos e por lá seria promovido ao elenco principal. Em 1957, o clube conquistou o acesso e o jovem goleiro participou da primeira divisão do Campeonato Iugoslavo. Teria algumas atuações de destaque, mesmo sem ser titular absoluto. Esteve presente numa vitória por 1 a 0 sobre o Dinamo Zagreb, que depois se consagrou como campeão em 1957/58. Já numa grande exibição contra o Vardar Skopje, o arqueiro receberia inclusive um telegrama do atacante adversário para parabenizá-lo.
O RNK Split terminou rebaixado na temporada de 1957/58, mas Domingo Franulovic não permaneceu no clube até o final da campanha. Apesar da carreira promissora, o goleiro desejava retornar ao Brasil e recebeu uma nova oportunidade ao lado de familiares. Acabou voltando para São Paulo e não abandonaria o futebol. Num momento dourado do esporte no país, o filho de croatas tentaria sua sorte também no futebol paulista. “Voltei para o Brasil como um goleiro que jogou bem em sete partidas do Campeonato Iugoslavo. Estava cheio de confiança e ansioso para me provar”, contaria Domingo Franulovic ao Dalmacija News, em entrevista na qual relembrou sua história em 2014 – e que serve de base a esse texto.
Domingo Franulovic primeiro passou por um teste na Portuguesa e recebeu elogios de Djalma Santos, no auge da carreira. O lateral direito da Seleção prometeu pagar bebidas para quem fizesse um gol no novato de fora da área. Entretanto, Domingo não ficou no clube. Também participaria de atividades no Corinthians, no Palmeiras e no Santos. No Peixe, o jovem goleiro teria sua anedota com Pelé. No treino em que o croata participou para ser observado, o Rei, que sempre gostou de botar luvas, também atuaria sob os paus. Sem conseguir convencer os grandes paulistas, Domingo precisaria conciliar as aspirações como futebolista com outro emprego.
A chance para Domingo Franulovic aconteceu através do Bragantino, então na segunda divisão do Campeonato Paulista. O goleiro disputava posição com Oceania, arqueiro que fez fama com a camisa do Massa Bruta. O Braga chegou a conquistar em 1958 a chamada “Série Azul” da segundona, fase classificatória regional do torneio. Entretanto, ficaria a um ponto de conquistar o acesso na etapa final, superado pelo Comercial de Ribeirão Preto. O mesmo aconteceu em 1959, quando o time de Bragança Paulista ganhou a “Série Vicente Ítalo Feola” e deixou a promoção escapar na fase decisiva, dois pontos abaixo do Corinthians de Presidente Prudente.
Em 1960/61, Domingo Franulovic recebeu uma proposta para retornar ao RNK Split. O clube pagaria a viagem de volta e o arqueiro poderia disputar a primeira divisão do Campeonato Iugoslavo, com novo acesso. Aos jornais da época, o paulistano comentaria sobre a sua experiência no futebol brasileiro: “No Brasil, é muito difícil se colocar entre os melhores, porque todo jogador nasce com um senso natural de habilidade. Só os melhores conseguem fazer carreira, já que o futebol, o esporte dominante por lá, é totalmente profissionalizado”.
A primeira chance para Domingo Franulovic atuar naquela temporada de 1960/61 aconteceu numa partida contra o Rijeka. A derrota por 2 a 0 seria particularmente marcante à memória do arqueiro: um dos gols foi anotado por Miroslav Blazevic, que décadas depois faria história como treinador da Croácia na campanha rumo à semifinal da Copa de 1998. O RNK acabou rebaixado novamente ao final da liga e “Mingo”, como era conhecido, ainda atuou um tempo na segundona. Depois, o veterano trabalharia por 35 anos numa fábrica e seguiria sua vida na Croácia após a independência.
Eduardo da Silva, o achado

Eduardo da Silva é o brasileiro de maior sucesso do futebol croata. E isso não se restringe apenas à sua história no Dinamo Zagreb, onde estourou na carreira e colecionou títulos. O atacante defendeu a seleção croata de 2004 a 2014. Pôde disputar Copa do Mundo e Eurocopa, assim como recebeu até prêmio de Jogador Croata do Ano. Com a camisa axadrezada anotou 29 gols em 64 partidas, números que o deixavam como segundo maior artilheiro da equipe nacional, só atrás de Davor Suker, até ser ultrapassado por Mario Mandzukic e Ivan Perisic mais recentemente. E foi um achado dos balcânicos.
Nascido no Rio de Janeiro, Eduardo da Silva é filho da Zona Oeste. O garoto começou a dar seus primeiros chutes na Vila Kennedy, com uma breve passagem pelo Ceres, em Bangu. Não teve sequência no clube, mas arrebentava no futebol de várzea ainda na adolescência. Foram três participações na Taça das Favelas com o Nova Kennedy. Em 1999, consagrou-se como campeão, artilheiro e melhor jogador. Tinha apenas 16 anos e agradou tanto que terminou fisgado por um empresário do Dinamo Zagreb. Foi quando a Croácia apareceu em seu caminho pela primeira vez.
“É aquele famoso filme que passa na nossa cabeça. Aqui perto, disputando um campeonato de favelas, jamais poderia imaginar que poderia dar um start na carreira de jogador de futebol. Foi tudo muito rápido e, ao mesmo tempo, maravilhoso”, declarou Eduardo em 2015, em matéria do diário Lance, ao retornar às origens na Zona Oeste. O atacante ainda passou por dois meses de testes no Dinamo até ser aprovado. A partir de fevereiro de 2000, com 17 anos recém-completados, o adolescente se mudaria de vez a Zagreb. Ficou pouco mais de uma temporada com o time sub-17, antes de ser promovido ao elenco principal.
Levaria um tempo para Eduardo da Silva se firmar no futebol croata. O atacante passou por empréstimo ao Croatia Sesvete e depois defendeu o Inter Zapresic, empilhando gols na segunda divisão local. Ao mesmo tempo, se aclimatou à vida do país. Ganhou a cidadania croata em 2003, aos 20 anos, e se casou com uma nativa. Os caminhos também passaram a se abrir em campo, integrado de vez ao Dinamo Zagreb. Sua primeira temporada completa pelo clube, em 2003/04, teve nove gols do atacante em 24 aparições pela primeira divisão. Seus números melhoraram ainda mais em 2004/05, com dez gols em 21 partidas. Já membro do time sub-21 da Croácia, recebeu a partir de então suas primeiras chances pela seleção adulta, em novembro de 2004. Sua explosão, de qualquer maneira, se daria a seguir.
O Dinamo Zagreb conquistou o Campeonato Croata em 2005/06 muito graças aos gols de Eduardo da Silva. Em fase inspirada, o brasileiro balançou as redes 21 vezes em 28 jogos pela liga nacional. Formaria uma letal dupla ao lado de Ivan Bosnjak, que terminou como artilheiro do campeonato, com um tento a mais. Já o ápice de Eduardo aconteceu em 2006/07, quando o carioca assinalou nada menos que 34 gols em 32 aparições pelo Campeonato Croata. Desta vez ele sobrou na artilharia, com 13 gols a mais que o segundo colocado. Era o novo recorde histórico da competição. O momento era tão bom que ele recebeu o prêmio de Jogador Croata do Ano. Aos 24 anos, se preparava a saltos maiores.

A própria seleção croata reconheceu melhor o momento de Eduardo da Silva. Apesar do título recente na liga nacional, o carioca não foi chamado por Zlatko Kranjcar rumo à Copa de 2006, numa decisão contestada na época. Perdeu a chance de enfrentar o Brasil na fase de grupos. Em compensação, após o torneio, Slaven Bilic assumiu o cargo e fincou o atacante como uma referência de seu time. Foi correspondido também com gols. Eduardo voou baixo nas eliminatórias da Euro 2008 e marcou dez tentos na campanha, vice-artilheiro do qualificatório. Seria um momento especial ao futebol croata sobretudo porque os axadrezados eliminaram a Inglaterra em sua chave. O carioca balançou as redes nos 2 a 0 no Maksimir e ainda deu uma assistência nos 3 a 2 em pleno Wembley.
A esta altura, Eduardo da Silva começava a fazer seu nome na própria Inglaterra. O atacante assinou com o Arsenal em 2007/08, numa aposta alta dos Gunners por €13,5 milhões. Chegava justo no momento em que Thierry Henry partia ao Barcelona. O início com os alvirrubros não seria tão fácil, mas o carioca passou a ganhar uma sequência maior de oportunidades na virada do ano e correspondeu com gols. A equipe de Arsène Wenger vinha em crescente e ocupava a liderança do campeonato. Todavia, quando parecia pronto a deslanchar em Londres, o atacante sofreu a lesão que mudou sua carreira, em fevereiro de 2008. Martin Taylor, do Birmingham, deu um carrinho violentíssimo com a sola da chuteira na canela do carioca. Causou uma fratura exposta horrenda, com a fíbula quebrada e o tornozelo deslocado. A Sky Sports sequer mostrou o replay do lance, tão assustadoras as cenas.
A contusão levou Eduardo da Silva à mesa de cirurgia. O atacante obviamente perdeu sua sequência pelo Arsenal e também não pôde disputar a Euro 2008. Acabaria homenageado pelos companheiros de seleção logo na estreia. Seu retorno aos gramados ocorreu apenas um ano depois, em fevereiro de 2009. Porém, com outras contusões, só voltou a atuar com regularidade em 2009/10. Já não era mais a sua melhor versão. Apesar disso, o atacante ainda tentou salvar a campanha da Croácia nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010. Até marcou alguns gols importantes, mas a equipe tomaria o troco da Inglaterra e sequer alcançaria a repescagem, abaixo da Ucrânia.
Eduardo da Silva deixou o Arsenal em julho de 2010, quando assinou com o Shakhtar Donetsk. Não recuperou sua veia goleadora dos tempos de Dinamo Zagreb, mas seria uma figura importante do clube no Campeonato Ucraniano. E finalmente pôde disputar suas primeiras competições internacionais com a seleção da Croácia. O carioca esteve presente na Euro 2012, como reserva, embora entrando no final de todas as partidas da fase de grupos. Já na Copa de 2014, o atacante veria do banco a derrota para o Brasil na abertura em Itaquera, mas entrou para dar assistência na goleada por 4 a 0 sobre Camarões. Todavia, eram campanhas aquém do potencial dos croatas, sem que o time alcançasse os mata-matas.
Eduardo da Silva anunciou sua aposentadoria da seleção e permaneceu no Brasil depois da Copa, ao assinar com o Flamengo. Teve momentos mais prolíficos principalmente no Brasileirão de 2014, com oito gols em 18 aparições. Já em 2015/16, ele retornou para o Shakhtar Donetsk e voltaria a levantar taças, totalizando cinco títulos do Campeonato Ucraniano e outros cinco da Copa da Ucrânia em suas duas passagens. Antes de pendurar as chuteiras, Eduardo passou brevemente pelo Athletico Paranaense e depois se transferiu ao Legia Varsóvia. Aposentou-se no Campeonato Polonês como coadjuvante. Mesmo assim, teve estrela suficiente para levantar mais alguns canecos, tornando-se campeão em três ligas nacionais diferentes do Leste Europeu.
Sammir, o herdeiro

De certa maneira, o sucesso de Eduardo da Silva no Dinamo Zagreb abriu novas portas a jogadores brasileiros. E quem aproveitou foi o meia Sammir. Das dificuldades para se firmar como profissional no futebol nacional, o baiano de Itabuna se transformaria num dos grandes ídolos do clube croata. Participou de conquistas infindáveis e também se projetou tanto que, depois da naturalização, virou uma alternativa para a seleção. Não chegaria a registrar os números de Eduardo, mas deu tempo de também pintar em uma Copa do Mundo no seu país natal em 2014.
Durante seu início de carreira, Sammir atuou no Atlético Mineiro. Deixou o Galo ainda na base e se juntou às equipes juvenis do Athletico Paranaense, num momento em que o Furacão se firmava como uma força nacional na virada do século. Porém, não teve sequência após fazer sua transição aos profissionais. Rodaria por empréstimos a clubes como Ferroviária, Paulista e São Caetano. A sorte bateu mesmo à sua porta em 2007, quando se destacou numa competição no Japão pela seleção brasileira juvenil e garantiu um empréstimo de seis meses ao Dinamo Zagreb. O baiano se sentiria em casa na Croácia, mesmo chegando em meio ao inverno e lidando também com o racismo de torcidas rivais.
Sammir teve a companhia de Eduardo da Silva em seus primeiros meses no Dinamo, em equipe que também reunia outros três brasileiros – o zagueiro Carlos, o lateral Etto e o atacante Anderson Costa. Mesmo num setor que possuía o jovem Luka Modric, o baiano conseguiu se encaixar e terminou o Campeonato Croata em alta, dando sua contribuição ao título nacional. Permaneceu e logo se tornou um dos principais garçons da equipe. Se por um lado Eduardo saía ao Arsenal, por outro Mario Mandzukic chegava para reforçar a linha de frente dos Azuis.
Contratado em definitivo, Sammir costumava se combinar muito bem com Modric na meia-cancha. Os dois impulsionaram a conquista do Campeonato Croata em 2007/08. E depois que o jovem craque se transferiu para o Tottenham, quem assumiu a camisa 10 do Dinamo foi exatamente o baiano – apontado pelo próprio Modric como “seu sucessor” em entrevistas da época. Seria uma excelente temporada aquela de 2008/09, com oito gols e dez assistências do meia. Pelo terceiro ano consecutivo, seria campeão croata. Aquela série de canecos parecia não ter fim: no fim das contas, os Azuis conquistaram a liga nos oito anos em que o armador esteve no elenco.

Uma temporada especial para Sammir aconteceu em 2009/10. O meia terminou eleito o melhor jogador do Campeonato Croata pela primeira vez, num prêmio que repetiria também em 2011/12. Ao mesmo tempo, adquiria sua cidadania croata. O baiano não escondeu o desejo de defender a Croácia se tivesse uma oportunidade, mesmo com seu passado nas seleções brasileiras de base. Ainda levou um tempo, mas o técnico Igor Stimac decidiu não ignorar mais o armador. A primeira convocação aconteceu em outubro de 2012, depois da Eurocopa.
A fase com o Dinamo Zagreb ajudava. Em meio às suas grandes temporadas, Sammir teve seus melhores números na campanha do título em 2012/13. Anotou 13 gols e ainda deu nove assistências, num momento em que sua qualidade para bater na bola se evidenciava. O problema era apenas a fama de indisciplinado e festeiro, que rendeu suspensões. Tais entraves aceleraram sua transferência em janeiro de 2014, contratado pelo Getafe – onde, vivendo em Madri, voltaria a se encontrar com frequência com o velho amigo Modric.
A troca de comando na seleção da Croácia também custou o espaço de Sammir. Niko Kovac demorou a levar o meia em consideração, diante de seu histórico disciplinar. A primeira convocação com o novo técnico aconteceu somente às vésperas da Copa do Mundo de 2014, quando a Croácia já tinha confirmado sua classificação. Kovac deu o braço a torcer e admitiu publicamente que o meia era o oposto de sua fama: “Eu não tinha uma relação próxima com ele. Antes de conhecê-lo como técnico, só lia o que era escrito sobre ele. Trabalhando no dia a dia, vi que Sammir é exatamente o oposto – não fala muito, mas treina forte”. Assim, o baiano seria incluído para o Mundial. Ao lado de Eduardo da Silva, teria a chance de vestir a camisa axadrezada no Brasil.
Um momento especial para Sammir aconteceu ainda no último amistoso preparatório. A Croácia enfrentou a Austrália no Pituaçu e o baiano atuou em seu estado natal, recebendo o carinho da torcida. “Foi o jogo mais especial da minha carreira, pela primeira vez na minha vida joguei na frente da minha família e estou feliz que eles vieram para o meu jogo”, afirmou na época, ao Estado de S. Paulo. Tal qual Eduardo, Sammir ficou no banco durante a estreia contra o Brasil. Seria promovido ao time titular durante os 4 a 0 contra Camarões, antes de voltar à reserva na eliminação para o México. Só então é que realmente a distância de Zagreb atrapalhou suas chances na equipe nacional. Deixaria de ser convocado depois da Copa, com sete partidas disputadas e nenhum gol pelos axadrezados.
Sammir vivia seu momento mais sólido no Getafe quando, em 2015, recebeu uma proposta do Jiangsu Suning. Ficaria dois anos no futebol da China, fazendo seu pé de meia também em empréstimo ao Hangzhou Greentown. Já em 2017, o Dinamo Zagreb abriu as portas para receber o antigo ídolo. Já não era seu melhor momento e o antigo camisa 10 não passou de um coadjuvante, em tempos nos quais nomes como Dominik Livakovic, Borna Sosa e Dani Olmo surgiam nos Azuis – com as curiosas companhias do volante Jonas e do ponta Marcos Guilherme. A partir de então, Sammir rodou muito mais. Vestiu a camisa do Wuhan Zall, passou pelo Sport na Série B em 2019 e encerrou sua carreira pela Lokomotiva Zagreb. Pendurou as chuteiras em 2021, aos 34 anos, mas com motivos para se orgulhar da história que fez na Croácia.