Copa do Mundo

Cristiano Ronaldo deixa mais uma Copa frustrado, mas talvez tenha outra chance em 2018

A história de Cristiano Ronaldo em Copas inclui uma semifinal. Sim, ele estava no time que Felipão dirigia na Alemanha, em 2006, quando os lusos fizeram a segunda melhor campanha da sua história, perdendo para a França. Ali, era um coadjuvante.  Em 2010, era a grande estrela. Esteve no grupo do Brasil junto com a Costa do Marfim, mas avançou. Foi apagado em um esquema de jogo que privilegiava a defesa, e do qual ele reclamou. Os portugueses caíram nas oitavas de final, diante da Espanha, que seria a campeã do mundo.

LEIA MAIS: Portugal 2×1 Gana: um Cristiano Ronaldo só não faz verão

Em 2014, novamente um grupo difícil pela frente, desta vez com a Alemanha, Gana e Estados Unidos. A derrota acachapante para a Alemanha acabou por ser determinante nos rumos dos lusos. Os 4 a 0 pesaram muito antes do jogo. E Cristiano Ronaldo ficou mesmo devendo, mas já se sabia que ele jogaria em condições físicas bastante complicadas. Até pelo que já tinha mostrado na final da Liga dos Campeões.

Ronaldo termina a sua participação na Copa como o jogador que mais chutou a gol, 23 vezes, mais do que Benzema (20),  Gyan (18) e Shaqiri (17). Ele teve que tentar resolver sozinho, porque o time não dava sinal que poderia fazer algo sem ele. Não pode, nem mesmo com ele, ir além da primeira fase.

A frustração de Ronaldo é vista na sua entrevista após o empate contra os Estados Unidos, na segunda rodada, e depois deste último jogo, contra Gana, que fechou a participação portuguesa. Ele disse que a seleção portuguesa não era favorita, não está entre as melhores do mundo e que embora houvesse possibilidade de vencer a Copa do Mundo, era muito remota. Ele saiu frustrado achando que poderia ter feito mais, que o time poderia ter feito mais e que Portugal chegaria até a segunda fase.

LEIA TAMBÉM: Esse gráfico genial do Facebook mostra o fluxo de turistas no Brasil na Copa

Ronaldo lamenta porque sabe que não havia um momento melhor para ele brilhar em Copas e tentar fazer uma campanha que o coroasse como um dos maiores da história. Seu lugar no futebol está garantido, mas uma campanha que ele carregasse Portugal até uma fase avançada do mata-mata o faria uma lenda ainda maior. Aos 29 anos, no seu auge físico e técnico, o momento não poderia ser melhor. Só que as lesões no final da temporada o atrapalharam, como devem atrapalhar o início da próxima temporada. Mas temporada tem todo ano. Copa, não. Ele sabe que Portugal não é uma seleção que sempre está na Copa. Sabe que ele pode não ser o mesmo daqui a quatro anos.

Em 2018, Cristiano Ronaldo terá 33 anos, com todas as dúvidas que isso pode gerar. Ainda terá idade para disputá-la em alto nível, como outros craques fizeram. E talvez seja a última chance de ele mostrar, em um Mundial, que pode fazer por Portugal o que Eusébio fez em 1966: levar o time a uma campanha histórica. Repetir 2006, desta vez como protagonista, já será suficiente.

VEJA TAMBÉM: EUA 0x1 Alemanha: Se ninguém quer fazer gol, Müller assume a responsabilidade

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
Botão Voltar ao topo