Com dificuldade para decidir, Estados Unidos mostram determinação, vencem Irã e vão às oitavas de final
Depois de ótimo primeiro tempo, Estados Unidos não conseguem decidir e tomam pressão no segundo tempo, mas seguram o resultado e enfrentarão a Holanda nas oitavas de final
Os Estados Unidos conseguiram a classificação às oitavas de final em um duelo bastante equilibrado com o Irã. Os americanos venceram por 1 a 0, mesmo que no jogo tenham sido superiores e poderiam ter feito mais gols. Assim como nos jogos anteriores, faltou aos americanos capacidade de decidir, mas ainda assim o time conseguiu a vitória, graças também a um jogo bastante ruim do Irã. Os americanos avançam em segundo no Grupo B, liderado pela Inglaterra, e enfrentam a Holanda nas oitavas de final.
Assim como aconteceu em outros jogos, os Estados Unidos mostraram bons momentos, bom futebol no primeiro tempo, mas sentem muita dificuldade em decidir os jogos. Sofreram novamente por isso, ainda que desta vez tenham conseguido vencer. Será preciso melhorar, o que passa por ter Christian Pulisic recuperado, depois de ter saído machucado depois de fazer o gol que acabou sendo da vitória.
Escalações
O Irã contou com a volta ao time do goleiro titular, Alireza Beiranvand, que se machucou na primeira rodada. Foi a única mudança na escalação de Carlos Queiroz em relação à partida anterior. Os americanos mudaram no ataque, com a entrada de Josh Sargent, de volta ao time titular depois de ficar fora no jogo passado, e saiu Haji Wright. Mudaram também na defesa: saiu Walker Zimmerman e entrou Cameron Carter-Vickers.
Primeiro tempo: americanos melhores
Precisando da vitória para continuarem vivos, os Estados Unidos foram para cima nos primeiros minutos. Tentaram atacar pelos lados do campo e acionando muito o camisa 10, Christian Pulisic, que conseguiu ser perigoso tanto arrancando com a bola como chegando na área, onde conseguiu finalizar de cabeça, mesmo sem ser muito alto.
O Irã pareceu o time típico de Carlos Queiroz: defendendo bastante atrás, tentando tirar os espaços ao máximo. Os americanos procuravam os espaços, especialmente pelos lados do campo. Os dois laterais atacavam muito, aproveitando que o Irã pouco avançava e ficava bem atrás.
Aos 32 minutos, uma boa jogada. Sergiño Dest cruzou, a bola desviou e Josh Sargent ficou com a bola dentro da área e ajeitou para Timothy Weah, de frente, encher o pé, mas ele mandou por cima.
Os americanos conseguiram abrir o placar aos 37 minutos. Em um belo lançamento de McKennie para Dest, na direita, ele tocou de cabeça, ajeitando para o meio, e Pulisic chegou pelo meio e tocou para marcar 1 a 0 para os Estados Unidos. O camisa 10 se chocou com o goleiro Beiranvand e precisou de atendimento. Sequer conseguiu comemorar.
Foi o primeiro gol de Christian Pulisic em Copas do Mundo. É a sua primeira Copa, já que em 2018 a seleção americana não se classificou. No total, são 22 gols em 55 jogos de Pulisic com a camisa da seleção americana.
Os Estados Unidos tiveram uma ótima chance de ampliar o placar aos 44 minutos, em um contra-ataque que teve os três jogadores de frente depois de uma roubada de bola Tylor Adams para Josh Sargent, que avançou e tocou para Weah. Ele tentou devolver e perdeu a bola. Uma boa chance perdida.
No final do primeiro tempo, McKennie, dono do meio-campo neste primeiro tempo, fez um bom passe pelo meio para Timothy Weah, que deu um toque sutil e de categoria na saída do goleiro para marcar. O lance, porém, foi anulado por impedimento, bastante ajustado, verificado pelo VAR usando o sistema semiautomático. Era a chance dos americanos marcarem 2 a 0.
Os Estados Unidos terminaram o primeiro tempo com uma vantagem de um gol, que poderia até ser maior pelo volume de jogo. Faltou aproveitar melhor as chances, especialmente na hora do último passe, para transformar em uma finalização perigosa.
Segundo tempo: Irã pressiona como consegue
Os dois times voltaram com alterações para o segundo tempo. Christian Pulisic, machucado, ficou no vestiário. No seu lugar, o técnico Gregg Berhalter colocou em campo Brenden Aaronson. No Irã, entrou Saman Ghoddos no lugar de Azmoun, que não conseguiu fazer uma boa Copa, longe da melhor forma por ainda se recuperar de lesão.
O ritmo do jogo diminuiu. Os americanos seguravam mais a bola, gastavam mais o tempo e não aceleravam tanto o jogo quanto no primeiro tempo. Aos 18 minutos, em uma boa chegada pela direita, Ghoddos conseguiu finalizar, mas mandou por cima do gol.
Com o passar dos minutos, os americanos é que passaram a ter a postura defensiva que o Irã tinha no primeiro tempo. Só que o Irã sentia ainda mais dificuldade que os Estados Unidos para definir no ataque. Atacava pelos lados, o que fez os americanos colocarem mais um zagueiro para formar uma linha de cinco defensores para segurar o resultado. A saída de Timothy Weah para a entrada do zagueiro Walker Zimmerman foi um claro sinal disso.
Os últimos minutos foram dramáticos. O irã pressionava, sem muita qualidade no ataque. Mas conseguia levar perigo. Em cobrança de falta, Pouraliganji mergulhou em um peixinho e a bola passou muito perto, mas foi para fora, já nos acréscimos. Já no final, o Irã reclamou de um pênalti sobre Taremi, em uma disputa com Carter-Vickers, mas nem o árbitro e nem o VAR entenderam assim.
No fim, muita festa para os Estados Unidos, que conseguiram a vitória de forma muito mais sofrida do que parecia que conseguiriam. Os iranianos lutaram até o final, mas não conseguiram o gol de empate. Os americanos avançam e os iranianos estão eliminados.
Com a vitória sofrida, os Estados Unidos avançam como segundos no Grupo B. Vão enfrentar a Holanda nas oitavas de final, no próximo sábado, dia 3 de dezembro, 12h (horário de Brasília). Com a boa organização do time americano, pode ser um duelo interessante contra uma Holanda que mostrou pouco futebol até aqui. A falta de capacidade de decisão americana, porém, pode cobrar um preço alto no mata-mata.
Ficha técnica
Irã 0x1 Estados Unidos
Local: Estádio Al-Thumana, em Al-Thumana
Árbitro: Antonio Mateu (Espanha)
Gols: Christian Pulisic (Estados Unidos)
Cartões amarelos: Majid Hosseini, Hossein Kanani (Irã), Tyler Adams (Estados Unidos)
Cartões vermelhos: Nenhum
Irã: Alireza Beiranvand; Ramin Rezaeian, Majid Hosseini, Morteza Pouraliganji e Milad Mohammadi (Ali Karimi); Ali Gholizadeh (Karim Ansarifard), Saeid Ezatolahi, Ahmad Nourollahi (Mehdi Torabi) e Ehsan Hajsafi (Abolfazl Jalali); Mehdi Taremi e Sardar Azmoun (Saman Ghoddos). Técnico: Carlos Queiroz
Estados Unidos: Matt Turner; Sergiño Dest (Shaq Moore), Cameron Carter-Vickers, Tim Ream e Antonee Robinson; Tyler Adams, Yanus Musah e Weston McKennie (Kelly Acosta); Timothy Weah (Walker Zimmerman), Josh Sargent (Haji Wirght) e Christian Pulisic (Brenden Aaronson). Técnico: Gregg Berhalter