14 estatísticas interessantes que deixam ainda mais em evidência os destaques individuais da Copa
Destacamos uma série de estatísticas que enfatizam um pouco mais o trabalho positivo de jogadores na Copa do Mundo

A Copa do Mundo oferece um respiro antes do início das quartas de final. Momento perfeito, então, para fazer balanços do que aconteceu até agora. Aproveitamos para analisar uma série de estatísticas individuais do Mundial. Pegamos não necessariamente os números mais relevantes, como gols ou assistências, mas sim aqueles que evidenciam um pouco mais os detalhes da competição. Muita gente aponta Wojciech Szczesny como o melhor goleiro, por exemplo, mas os números reforçam ainda mais essa noção. Ou então, que a Espanha tenha abusado dos passes, mesmo assim assusta o fato de Rodri ter acertado o dobro de passes em relação a Aurélien Tchouaméni, líder da França no quesito e oitavo geral na competição. Os números são do SofaScore e do site oficial da Fifa:
Mais desarmes: Achraf Hakimi
Entre os muitos méritos de Walid Regragui à frente da seleção de Marrocos está o comprometimento tático de suas maiores estrelas. Não é a importância ofensiva desses jogadores que anula seus compromissos defensivos. E um símbolo disso é Achraf Hakimi: mesmo de inegável qualidade no escape pela lateral direita, o defensor extremamente ofensivo é o jogador da Copa que mais realizou desarmes até o momento. São 17 bolas roubadas pelo camisa 2, sem dúvidas um dos melhores de sua posição na competição. Auxilia demais a segurança defensiva construída pelos Leões do Atlas até o momento. O segundo com mais desarmes, empatado com o francês Ibrahima Konaté, é o outro lateral marroquino: Noussair Mazraoui, com 13 bolas roubadas.
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Mais dribles: Jamal Musiala
A Copa do Mundo pode ter acabado cedo para a Alemanha, mas Jamal Musiala aparece entre os líderes de estatísticas. O garoto executou 19 dribles certos, com folga na primeira colocação. Kylian Mbappé, o segundo, tem “apenas” 13 dribles. O alemão de fato infernizou os marcadores com suas jogadas individuais, quase sempre partindo da ponta para o centro. Faltou apenas tomar melhores decisões, especialmente no desfecho dos lances. Foram 12 arremates nas três partidas que disputou, só três deles no alvo, além de dois na trave. Apesar de às vezes individualista, o meia ainda deu passes para oito finalizações dos companheiros. Também não estavam com o pé na forma, cabe salientar, com só uma assistência. Negativamente, Musiala ainda foi o jogador mais desarmado, 16 vezes. Os outros que foram mais desarmados não passam de 11.
Mais finalizações: Kylian Mbappé
Mbappé é o melhor jogador da Copa do Mundo até o momento, sem tantas margens à discussão. O atacante se mostra num nível físico acima de qualquer marcador e também oferece o melhor de sua qualidade técnica, em especial nas partidas mais recentes. E, com uma fome inegável, num time da França que o aciona muito bem, é ele o líder em finalizações no Mundial. São 21 arremates, 10 deles no alvo, cinco nas redes. E mesmo assim o ponta possui quatro das chamadas “grandes chances perdidas” – quando sua expectativa de gols era alta por conta da posição de campo em que chutou, mas não converteu. O atacante faz muito, mas cria ainda mais. Sem muitas surpresas, o segundo com mais finalizações é Messi, 19 no total. Só depois aparecem os terceiros, todos com 12 – Serge Gnabry, Dani Olmo, Jamal Musiala e Robert Lewandowski.
Maior eficiência nas finalizações: Cody Gakpo
Cody Gakpo é outro que faz uma Copa do Mundo excelente. A classificação da Holanda às oitavas de final está na conta do garoto, com três gols em três jogos seguidos na fase de grupos. E o nível de conversão do meia-atacante é alto. Considerando os jogadores com pelo menos cinco finalizações, Gakpo possui 60% de eficiência. De seus cinco arremates, três terminaram nas redes. Gonçalo Ramos e Bukayo Saka também estão bem, com três gols em seis finalizações, 50% de acerto. Caso o sarrafo baixe um pouco, aí quem merece menção é Giorgian de Arrascaeta, que fez dois gols em três finalizações.
Bolas rifadas: Kalidou Koulibaly
Um bom termômetro para apontar os melhores zagueiros da Copa é a estatística de bolas rifadas – aqueles passes ou cruzamentos que acabam rasgados pelos defensores. O pódio é bastante respeitável: Kalidou Koulibaly tem 30, Romain Saïss aparece com 29, Josko Gvardiol vem em terceiro com 25. E o senegalês, mesmo que se destaque pelo gol decisivo contra o Equador, comandou a área dos Leões da Teranga na competição. Foram atuações defensivas muito consistentes na fase de grupos, que ainda rendem a quarta posição em desarmes, com 12 no total. O problema de Koulibaly veio mesmo nas oitavas, contra a Inglaterra, quando o meio-campo cheio de desfalques o deixou bastante exposto e com dificuldades na recomposição em velocidade.
Passes para finalização: Antoine Griezmann
Não fosse Kylian Mbappé estar jogando um absurdo, talvez o nome de Antoine Griezmann até fosse mais falado nessa Copa do Mundo. O meia não deixa muito a desejar ao companheiro, em exibições bastante comprometidas para o funcionamento coletivo e até desprendidas de vaidade. Se Mbappé é a flecha dos Bleus, Griezmann tem sido um poderoso arco. É o líder dos chamados “passes-chave”, aqueles que rendem finalizações dos companheiros. Foram 15 no total. Curiosamente, Griezmann só tem uma assistência, mesmo que cinco desses presentes aos colegas tenham sido com uma expectativa de gol (o famigerado xG) alta e eles desperdiçaram. Não é culpa do armador, porém. O segundo em passes para finalização é Messi, o atacante que mais gera ocasiões na Copa entre chutes ou criação, com 13 passes-chave no total. Em terceiro, todos com 10, pintam Joshua Kimmich, Dusan Tadic e Christian Eriksen – ilhas nos fiascos de suas seleções na fase de grupos. Mais uma estatística liderada por Griezmann que merece menção é a de cruzamentos certos, 12 no total.
Passes certos: Rodri
Bem, ninguém imaginaria um jogador que não fosse espanhol aqui, certo? Fato é que Rodri sobrou muito na estatística, com 638 passes certos. Luis Enrique recuou o volante para o miolo da zaga no intuito de ter controle das partidas e ele cumpriu o seu papel, apesar do futebol pouco objetivo (e enfadonho) apresentado pela Espanha. Rodri sobrou tanto que o segundo colocado na estatística, seu companheiro de zaga Aymeric Laporte, deu “somente” 410 passes certos. Pedri completa o pódio com 391 – sendo 130 passes no terço ofensivo, líder do campeonato na parte final do campo. Só depois dele aparece algum elemento de outra seleção, John Stones, quarto colocado geral com 363 passes certos. A partir da oitava posição, todos os outros jogadores não passam de metade dos passes certos de Rodri. Marquinhos, líder do Brasil, fica em 255.
Defesas realizadas: Wojciech Szczesny
Outra estatística que confirma a noção de quem viu os jogos da Copa do Mundo. De fato, Wojciech Szczesny sobrou como goleiro mais exigido do Mundial. Foram 23 defesas no total, incluindo os dois pênaltis defendidos. O polonês ainda seria frequentemente testado em tiros de curta distância, com 15 intervenções diante de arremates executados de dentro da área. No geral, o segundo colocado em número de defesas é Vanja Milinkovic-Savic, com 15, e mesmo sendo vazado oito vezes na fraca campanha da Sérvia. Completam o pódio Andries Noppert e Shuichi Gonda, com 15 defesas cada.
Impedimentos: Cristiano Ronaldo
Se não é a melhor Copa do Mundo de Cristiano Ronaldo, um número que indica isso é o de impedimentos. O centroavante é o jogador mais vezes flagrado em posição irregular, sete vezes anulado pelos bandeirinhas. O número indica como o camisa 7 permanece bastante acionado pelos companheiros, mas como nem sempre está na melhor posição para dar continuidade às jogadas. Sem muitas surpresas, o segundo colocado é Álvaro Morata, um especialista em ficar na banheira, com cinco flagras. Com quatro são vários nomes: Cho Gue-sung, Ángel Di María, Alexis Vega e Lautaro Martínez.
Passes para assistência: Jude Bellingham
Essa é uma estatística muito legal, comum em esportes como o hóquei no gelo, mas tantas vezes ignorada no futebol: os chamados “passes para assistências”. Tantas vezes é um passe que clareia a jogada e deixa o garçom em melhores condições para executar a assistência. Um especialista? Zinédine Zidane, que tantas vezes acertava seus passes entre linhas para Luis Figo, Roberto Carlos ou outros colegas de Real Madrid fazerem seus cruzamentos na boa. Nesta Copa, o destaque por enquanto é Jude Bellingham. Além de um gol e uma assistência, o volante participou também de dois tentos nessa parte final da construção, com os passes para assistência. Ninguém mais passa de um.
Bolas aéreas: Cho Gue-sung
Cho Gue-sung foi uma grata surpresa no ataque da Coreia do Sul, ao oferecer muita presença de área. O centroavante anotou dois gols, ambos de cabeça. E também foi o jogador que mais ganhou bolas pelo alto durante o Mundial – inclusive mais do que qualquer defensor. Foram 21 disputas aéreas vencidas pelo atacante, com um aproveitamento de 63%. Na sequência da lista, com 16 bolas vencidas, estão Rodri, Nicolás Otamendi e Robert Lewandowski. Só então aparece o gigante Harry Souttar, com 14, ao lado de Youssef En-Nesyri e Mathew Leckie.
Duelos pelo chão: Ismaïla Sarr
Senegal não teve Sadio Mané, mas contou bastante com o trabalho de Ismaïla Sarr no ataque. O ponta jogou de ambos os lados do campo ao longo de suas quatro partidas e sempre foi muito acionado. Acabou se tornando o jogador que mais venceu disputas pelo chão contra seus adversários. Foram 30 bolas vencidas. Sofiane Boufal aparece na sequência com 27, enquanto Achraf Hakimi e Joel Campbell completam o pódio com 26. Sarr ainda foi o jogador que mais sofreu faltas durante a Copa, com 17 no total – só perde na média mesmo para Neymar, que em suas duas partidas foi caçado 12 vezes pelos adversários.
Distância percorrida: Marcelo Brozovic
Tudo bem que a Croácia jogou uma prorrogação, mas ainda assim os números de Marcelo Brozovic sobram nessa Copa. O meio-campista percorreu 56,26 km no Mundial – sendo 16,7 km diante do Japão. O volante, aliás, quebrou o recorde em uma partida do torneio, que curiosamente também era seu, com os 16,3 km diante da Inglaterra em 2018. Pulmão não falta ao meio-campista, mesmo sendo um célebre fumante. Nas outras seleções, quem mais correu foi Tyler Adams, com 49,62 km. Ficam menções honrosas ainda ao australiano Jackson Irvine (48,96 km) e ao marroquino Sofyan Amrabat (48,1 km).
Pressões defensivas: Azzedine Ounahi
Essa estatística disponibilizada pela Fifa é bastante interessante. Mede a quantidade de vezes que um jogador realiza a pressão sobre os adversários que portam a bola, sem necessariamente realizar a roubada. Uma das gratas surpresas do torneio, Azzedine Ounahi é o mais empenhado em fazer esse serviço árduo. O meio-campista de Marrocos pressionou os adversários 245 vezes ao longo da Copa. Entre os líderes de suas respectivas seleções, logo depois aparecem o polonês Piotr Zielinski, com 232 pressões, e o japonês Daichi Kamada, com 224. O Brasil não está necessariamente entre os melhores, mas chama atenção que o líder do time seja Richarlison, 151 pressões. Enfatiza justamente um dos méritos do atacante no trabalho sem bola.