Brasil

A premissa que é motivo de orgulho no Vasco sub-20 ainda não chegou ao profissional

Base dominou o Flamengo em 2024, mas o time de cima ainda busca a primeira vitória contra o maior rival

O sábado (12) é de Data Fifa, mas Vasco e Flamengo entraram em campo para decidir o título do Campeonato Carioca sub-20. Em São Januário, os donos da casa levaram a melhor, repetindo a vitória do jogo de ida, para confirmar o bicampeonato.

Depois do jogo, uma declaração chamou a atenção: o atacante Bruno Lopes disse que ganhar do Flamengo estava se tornando normal. De fato, o sub-20 do Vasco carrega retrospecto perfeito diante do arquirrival em 2024.

— Foi uma temporada de muito trabalho. Todo mundo desacreditou no começo, porque a gente empatou, mas seguimos invictos. Já está ficando normal ganhar deles já. Ainda mais aqui em casa, não tem como — disse.

A questão é que, se a premissa vale bastante para a categoria inferior, entre os profissionais é justamente o contrário. Apesar disso, uma oportunidade de ouro está no horizonte para quebrar essa escrita. A Trivela explica melhor.

Perfeição no sub-20

Seis jogos e seis vitórias. Esse é o retrospecto do Vasco contra o Flamengo em 2024. Ainda que o técnico Ramon Lima tenha elogiado o trabalho que vem do rival, a sequência é realmente interessante.

— Esse ano foram seis anos e seis vitórias. Mas temos que respeitar o bom trabalho que está sendo feito do outro lado. Foi uma importante vitória dentro de casa. Os meninos terem essa experiência desde cedo, poderíamos ter feito mais gols, demos margem. Em momento nenhum negociamos essa vitória. Já ganhamos a Recopa, mas sempre podemos evoluir — finalizou.

Melhor ainda para o Vasco: o bicampeonato veio em duas finais contra o Flamengo. Se em 2023 o clube de São Januário foi campeão nos pênaltis, dessa vez não precisou de tanta emoção. O Cruz-maltino já tinha vencido a ida, na Gávea, por 2 a 1. O 1 a 0 deste sábado só sacramentou.

Dificuldades nos profissionais

Vasco e Flamengo se enfrentaram em menos oportunidades entre os profissionais. Foram apenas três jogos disputados, com dois empates e uma vitória rubro-negra. A questão é que esse triunfo foi histórico: o 6 a 1, válido pelo Campeonato Brasileiro, é a maior goleada do rival na história do confronto. 

Os jogadores rubro-negros comemoram um dos gols da goleada por 6 a 1 (Foto: Divulgação/Flamengo)

As equipes até poderiam ter se enfrentado mais vezes. A final do Carioca parecia desenhada para o Clássico dos Milhões, com um Flamengo dominante diante de um Fluminense fragilizado, enquanto o Vasco enfrentava o Nova Iguaçu. Vale lembrar que o Botafogo não ficou entre os quatro primeiros na fase classificatória.

O Flamengo cumpriu seu objetivo ao derrotar o Tricolor, mas o Vasco não passou pela Laranja Mecânica do Subúrbio. Aquele time que tinha Carlinhos, agora no Rubro-Negro, como protagonista, envolveu os cruz-maltinos e venceu o jogo de volta por 1 a 0, se classificando e calando mais de 50 mil no Maracanã. 

Oportunidade de redenção

Como o Carioca e o Campeonato Brasileiro já reservaram todos os duelos entre Flamengo e Vasco, era de se imaginar que não haveria mais nenhum Clássico dos Milhões em 2024. A Copa do Brasil, contudo, pode dar nova vida ao Vasco.

Depois de perder o jogo de ida para o Atlético-MG por 2 a 1, o Cruz-maltino tem a chance de garantir a vaga na final diante da sua torcida, em São Januário. Do outro lado da chave, o Flamengo venceu no Maracanã pela vantagem mínima e confirma a classificação em caso de empate na Neo Química Arena.

Para o Vasco, a decisão da Copa do Brasil não significaria apenas a chance de redenção contra o Flamengo em 2024, mas para vingar um revés que ainda dói. Os clubes também decidiram o mata-mata nacional há 18 anos, e os rubro-negros levaram a melhor, vencendo os dois jogos da final.

Tudo que o torcedor vascaíno quer é voltar a ser bem feliz, e esse elenco tem a possibilidade de fazer isso.

Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
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