Brasil

Relação entre Seleção brasileira e Adidas é antiga e rendeu uniformes marcantes; relembre

Brasil vestiu fornecedora alemã entre 1977 e 1980, além de duas Olimpíadas, e pode ter retorno em 2027

Desde 1996, o torcedor se acostumou a ver a seleção brasileira vestir os uniformes fornecidos pela Nike após uma era marcante com a Umbro entre 1991 e 1995.

✅ Siga a Trivela no Threads e BlueSky

Agora, após quase 30 anos, existe a possibilidade de troca com a proposta da Adidas de 100 milhões de dólares (mais de R$ 540 milhões), segundo o site Flashscore, e as negociações travadas com a Nike, conforme apuração da Trivela. O contrato com a fornecedora atual vai até o 2027.

A possibilidade de ver a Amarelinha trajada com as tradicionais três listras causou expectativa nos fãs brasileiros da marca, mas eles podem ter uma ideia disso olhando para o passado.

A fornecedora alemã vestiu o Brasil entre 1977 e 1980, substituindo a Athleta. À época, foram vários uniformes diferentes, marcantes para geração que tinha Zico, Rivelino, Socrátes e outros. Além disso, também esteve em duas Olimpíadas.

1977: seleção brasileira veste uniforme quase igual aos últimos

Gil, Caju e Toninho Cerezo antes de amistoso contra a França, em 1977, no Maracanã
Gil, Caju e Toninho Cerezo antes de amistoso contra a França, em 1977, no Maracanã (Foto: Icon Sport)

No primeiro ano com a marca do trevo, o Brasil vestiu camisas quase idênticas às que já tinha usando com a Athleta e não teve nenhuma referência à nova fornecedora: nem logo ou as listras.

A amarelinha tinha detalhes em verde e o logo da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) bordado, abaixo das três estrelas referente às Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1970. Já a azul tinha detalhes em branco, também característico aos anos anteriores.

A primeira partida trajando a roupa nova aconteceu em 23 de janeiro de 1977, vitória por 1 a 0 sobre a Bulgária, no Maracanã.

— A Adidas acabou utilizando o padrão existente anterior nesse primeiro ano e depois foi adaptando a um estilo mais padrozinado, com as três listras na manga e no número — explicou o colecionador Vitor Eidelman entrevista ao canal Memórias da Bola FC.

A exceção ficava para o uniforme de goleiro, normalmente trajado por Emerson Leão, com as listras e o trevo da Adidas.

Emerson Leão antes do amistoso entre Brasil e Escócia, em 1977
Emerson Leão antes do amistoso entre Brasil e Escócia, em 1977 (Foto: IMAGO)

1978: a única Copa do Mundo e Brasil + Adidas, ironicamente sem o logo

Após um primeiro ano discreto, o Brasil vestiu um dos uniformes mais marcantes da história das Copas em 1978.

Mesmo sem o título na Argentina, em uma campanha ruim caindo na segunda fase de grupos, o uniforme da Seleção ficou belíssimo com as três listras da Adidas, seja o amarelo ou o azul, o número listrado e a peculiaridade de só usarem em manga longa pelo clima gelado de meio do ano no país sul-americano.

A camisa tinha todos os adereços da marca na época, mas não contava com o logo em trevo.

É ainda mais injustificável porque outras seleções usavam normalmente a marca da fornecedora alemã, como a campeã Argentina.

— É um mistério, até hoje não temos uma explicação porque o Brasil não usou o logo da Adidas mesmo tendo as três listras na manga e claramente sendo uma camisa da Adidas, além de que varias outras seleções usaram a marca. — explicou o colecionador Marcelo Monteiro, também em vídeo do Memórias da Bola FC.

A seleção brasileira antes da disputa de terceiro lugar da Copa do Mundo de 1978 contra a Itália
A seleção brasileira antes da disputa de terceiro lugar da Copa do Mundo de 1978 contra a Itália (Foto: IMAGO)

No mesmo 1978, antes e depois da Copa, a Amarelinha usou normalmente o trevo da Adidas, algumas vezes em preto ou em uma inédita oportunidade em branco.

Os goleiros também ganharam um uniforme diferenciado branco, com detalhes verdes e amarelos.

O goleiro Emerson Leão em amistoso da seleção brasileira em 1978
O goleiro Emerson Leão em amistoso da seleção brasileira em 1978 (Foto: Icon Sport)

1979 e 1980: o fim de uma parceria curta e marcante

O primeiro ano pós-Copa foi teve a reutilização das camisas da temporada anterior ou algumas com pequenas alterações, como diferentes tonalidades de amarelo e verde e as estrelas mais escuras, sempre com a marca da Adidas.

Naquele ano, o Brasil jogou a Copa América de 1979 e caiu nas semifinais para o Paraguai, que seria campeão.

O então meio-campista Zenon durante jogo da seleção brasileira na Copa América de 1979
O meio-campista Zenon durante jogo da seleção brasileira na Copa América de 1979 (Foto: Gazeta Press)

Não aconteceram grandes alterações na camisa da seleção brasileira para o último ano de Adidas, a não ser no logo da então CDB.

A entidade existiu até o fim 1979. A partir daí, a Fifa exigiu que todas as entidades filiadas fossem organizações dedicadas exclusivamente ao futebol.

Por isso, a Confederação Brasileira de Futebol foi criada, e a Adidas alterou o logo para ostentar a sigla CBF.

A fornecedora alemã vestiu o Brasil pela última vez no empate contra a Polônia, em junho de 1980.

Zico pela seleção brasileira em 1980
Zico pela seleção brasileira em 1980, quando logo da CBD virou CBF (Foto: Icon Sport)

Uma rápida aparição nas Olimpíadas de 1984 e 1988

A parceria entre CBF e Adidas acabou em 1980, mas o Brasil não se desvencilhou da patrocinadora.

Nas edições de 1984 (Los Angeles) e 1988 (Seul) dos Jogos Olímpicos, o time que representou o país vestiu os trevos e as tradicionais listras, pois não tinha nenhuma relação com a CBF, à época patrocinada pela Topper.

Nas Olimpíadas dos Estados Unidos, a fornecedora alemã entregou um uniforme incomum, com listras grossas na altura do ombro e finas pelo restante da camisa.

Seleção brasileira olímpica nos jogos de 1984
Seleção brasileira olímpica nos jogos de 1984 (Foto: Divulgação)

Já em 88, uma combinação de camisa amarela e short verde, uma combinação incomum nos uniformes da seleção brasileira.

Time do Brasil durante Olimpíadas de 1988
Time do Brasil durante Olimpíadas de 1988 (Foto: Divulgação/CBF)
Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
Botão Voltar ao topo