São Paulo até pode reclamar de pênalti discutível, mas faltou repertório em eliminação
Zubeldía ousa na escalação, mas Tricolor perde por 1 a 0 para o Palmeiras em lance (muito) polêmico na semifinal do Paulistão

Era uma semifinal em jogo único num clássico fora de casa, e Luis Zubeldía foi nada menos do que ousado. Para enfrentar o Palmeiras no Allianz Parque nesta segunda-feira (10), o treinador armou o São Paulo com apenas um volante e com o quarteto Oscar, Lucas, Luciano e Calleri na equipe titular.
Com essa formação ousada, o Tricolor perdeu por 1 a 0 e está eliminado do Campeonato Paulista.
Mas os debates após a derrota no Choque-Rei pouco girarão em torno da escalação de Zubeldía. E muito serão sobre o pênalti duvidoso convertido por Raphael Veiga para decretar a classificação alviverde.
Pênalti duvidoso decreta eliminação do São Paulo
O lance tão polêmico ocorreu já nos minutos finais do primeiro tempo. Com três zagueiros e Oscar recuado à função de volante, o São Paulo fazia uma partida segura.
É verdade que a equipe pouco conseguia ameaçar o gol de Weverton. Mas ao menos conseguia encontrar espaços no campo de ataque para circular a bola e limitava as ações do Palmeiras a finalizações de fora da área.
O problema é que um erro decretou o futuro da equipe. E não estamos falando necessariamente da lambança da zaga.
Já aos 43 do segundo tempo, o São Paulo saiu jogando errado. A bola sobrou para o Palmeiras. Vitor Roque dominou dentro da área e caiu após um contato com Arboleda.
O árbitro não hesitou em marcar pênalti, com a jogada ainda em andamento. Uma decisão intempestiva, mesmo que Arboleda tenha firmado o pé no chão antes de Vitor Roque — já desequilibrado — buscar o contato com a sua perna. Pênalti marcado e convertido por Raphael Veiga.
— Só tentei falar pra ele apitar pros dois lados, ele quer ser protagonista. Não foi pênalti, eles estão tentando fazer uma final aí. Vamos conversar com o treinador. Eles tão tentando de qualquer jeito tirar a gente do campeonato, vamos ver se vão conseguir — Luciano.
Pênalti (ou não) à parte, faltou repertório ao São Paulo
O São Paulo tem todo o direito de reclamar com a arbitragem e em se sentir prejudicado diante de um pênalti bastante duvidoso e que causou uma onda de revolta dos são-paulinos — em campo e nas redes sociais.
Mas a verdade é que também faltou repertório ao Tricolor para buscar o empate durante toda a segunda etapa.
E também faltou pontaria. Ainda antes do intervalo, Calleri teve “a” chance de marcar o gol de empate e mandou para fora, livre dentro da área.
Depois, no segundo tempo, a equipe até teve a postura agressiva que se esperava. Especialmente depois da entrada de Ferreira e do desmanche do esquema de três zagueiros.
Mas este São Paulo com muito ímpeto pouco teve de criatividade. Se limitava às investidas individuais de Lucas, bem paradas pela defesa do Palmeiras. Palmeiras que, aliás, foi mais perigoso e esteve mais perto do segundo gol do que de ceder o empate.
Quando o São Paulo volta a jogar?
Eliminado, o São Paulo só volta a atuar pelo Campeonato Brasileiro, daqui a 20 dias. O Tricolor estreia na competição no domingo, 30 de março, às 16h (horário de Brasília), quando recebe o Sport no MorumBIS.