Brasil

Por que gostamos do calendário do Bom Senso, e o que faríamos diferente

Termina estaduais, estica estaduais, tira os grandes dos estaduais, recria os regionais, Brasileirão em pontos corridos, Brasileirão em mata-mata. A revista Trivela até já publicou uma reportagem com duas opções de calendários – uma adaptando nosso futebol à temporada europeia e outra seguindo o ano solar – que se encaixariam. Ou seja, dá para pensar e “fazer caber”.

TEMA DA SEMANA: Vocês mandaram e nós mostramos algumas propostas de calendário para o futebol brasileiro

Nos últimos tempos, a melhor proposta que surgiu é a do Bom Senso FC. O grupo de jogadores propõe a manutenção dos estaduais em nome da tradição, mas os reduz para não atrapalhar as competições nacionais, que seriam o ganha-pão dos clubes. Suas orientações básicas são similares às que a redação da Trivela mais simpatiza e, por isso, as usamos como base. Mas vamos incluir alguns comentários, de pontos que consideramos valer alguma observação.

Diretrizes gerais

Colocar todos os clubes do Brasil dentro de uma pirâmide de competições nacionais, com calendário para o ano todo. Com a redução dos estaduais, sobraria mais datas para uma pré-temporada longa. Não prevê mudanças em competições internacionais por não serem da alçada única da CBF, mas os torneios nacionais não teriam jogos nas datas-Fifa.

O Bom Senso FC quer a briga possível de disputar, dentro do Brasil. Mas um ajuste de calendário passa por uma adequação das competições da Conmebol. Com Libertadores e Sul-Americanas disputadas em semestres diferentes, os torneios continentais acabam ocupando muitas datas desnecessariamente. O Brasil tem poder de manobra e poderia trabalhar para que os dois torneios se alinhassem, como Liga dos Campeões e Liga Europa.

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Estaduais

Teriam 7 ou 8 datas. A fórmula seguiria os moldes da Copa do Mundo, com grupos pequenos e mata-mata. Teriam a participação dos principais clubes de cada estado, incluindo os grandes. Seriam disputados em junho/julho, período em que os torneios nacionais seriam interrompidos para as competições de seleções (Copa América, Copa do Mundo, Copa das Confederações).

Os estaduais seriam mantidos, o que é interessante pela tradição, e teriam uma nova proposta, o que é necessário. O problema maior é fazê-lo correr em paralelo com torneios de seleções. Em relação a calendário, tudo se encaixa bem. Mas o esvaziamento seria total. Com o público e a mídia mais preocupados com a Seleção, o estadual se tornaria apenas um torneio amistoso para os jogadores manterem a forma durante a parada. Já que a ideia de mantê-los em nome da tradição, seria interessante pensar em um sistema que não os levassem a uma inevitável morte (ou ostracismo total).

Regionais

Copa Verde e Copa do Nordeste seriam disputadas entre setembro e novembro. Não haveria outros regionais.

Adequado, pois entende que esses dois regionais têm razão de ser pela realidade dos clubes que deles participam, o que não ocorre com os extintos Rio-São Paulo e Sul-Minas. Mas eles poderiam sofrer por entrar no final do ano, quando as equipes estariam mais dedicadas

Brasileirão

Segue o modelo atual: 20 clubes, pontos corridos.

Séries menores

Série B segue o modelo atual. A Série C teria 48 times, em quatro grupos de 12. Série D ficaria com 144 clubes, com 12 chaves de 12. Série E contaria com 432 equipes (todas os que restam no Brasil), com 36 grupos de 12. Nas Séries C, D e E haveria fase final nacional.

Copa do Brasil

Segue o modelo atual.

A ideia era intervir pouco nas competições, mas a manutenção do sistema atual da Copa do Brasil, em que os clubes eliminados nas 1/16 de final vão para a Copa Sul-Americana, deveria ser revisto. Aí caímos no primeiro tópico dessa página.

Supercopa do Brasil

Seria criada, ocupando apenas uma data, abrindo a temporada no primeiro fim de semana em fevereiro.

Foto de Ubiratan Leal

Ubiratan Leal

Ubiratan Leal formou-se em jornalismo na PUC-SP. Está na Trivela desde 2005, passando por reportagem e edição em site e revista, pelas colunas de América Latina, Espanha, Brasil e Inglaterra. Atualmente, comenta futebol e beisebol na ESPN e é comandante-em-chefe do site Balipodo.com.br. Cria teorias complexas para tudo (até como ajeitar a feijoada no prato) é mais que lazer, é quase obsessão. Azar dos outros, que precisam aguentar e, agora, dos leitores da Trivela, que terão de lê-las.
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