Brasil

Os valores das idas de Perri e Adryelson para o Lyon mostram papel do Botafogo no grupo de Textor

Apesar da expectativa por boas vendas, Lucas Perri e Adryelson renderam menos de R$ 40 milhões ao Botafogo em mais uma negociação polêmica com o Lyon, que também pertence ao empresário John Textor

O Botafogo e o Lyon, enfim, concretizaram a negociação envolvendo a transferência do goleiro Lucas Perri e do zagueiro Adryenson para o clube francês. E os valores revelados pelos franceses irritaram, com razão, a torcida alvinegra. Apesar das especulações de que seriam boas vendas para o time carioca, os dois jogadores foram vendidos por menos de R$ 40 milhões. Mais um sinal, um choque de realidade, sobre como o Botafogo parece ser tratado dentro da Eagle Holding, grupo de John Textor, dono de ambos os clubes.

No anúncio da compra dos jogadores, o Lyon informou que pagou 6,83 milhões de euros (R$ 36,6 milhões, na cotação atual), no total, pelos dois jogadores. Lucas Perri foi vendido por 3,25 milhões de euros (R$ 17,4 milhões), enquanto Adryelson foi negociado por 3,58 milhões de euros (R$ 19,2 milhões). Ainda de acordo com as informações dadas pelo Lyon, o Botafogo terá 50% de “mais-valia” (lucro em cima de uma possível futura venda).

Diferente do Lyon, o Botafogo não se pronunciou sobre os valores das negociações. O clube se limitou a anunciar a conclusão do negócio e dizer que “agradece aos atletas pelo período defendendo o Glorioso e deseja sucesso na equipe francesa”. Os dois assinaram contratos válidos até o meio de 2028.

Lucas Perri e Adryelson foram dois dos destaques do Botafogo durante a temporada. Na janela de transferências do meio do ano os dois já haviam sido sondados por clubes do exterior. Como disputava o título do Campeonato Brasileiro, John Textor fez questão de manter os dois no Glorioso, além de também ter coberto as ofertas de outros clubes para que a dupla seguisse dentro da Eagle Holding.

Dono dos dois clubes, Textor tocou a “negociação” praticamente sozinho, se comunicando, é claro, com os respectivos CEOs e diretores de futebol. A venda dos dois já estava encaminhada desde agosto, mas o empresário americano seguiu cobrindo as ofertas que surgiram no meio do caminho. Mas, no final das contas, a negociação acabou saindo melhor para o Lyon do que para o Botafogo.

Negociação por Jeffinho com o Lyon também gerou polêmica

As vendas de Lucas Perri e Adryelson não são as primeiras negociações polêmicas entre Botafogo e Lyon. No começo de 2023, a venda de Jeffinho para os franceses também irritou a torcida alvinegra. Inicialmente, o atacante seria emprestado pelo valor de 5 milhões de euros, com uma opção de compra por 10 milhões de euros. No entanto, depois de muita reclamação e contestação da torcida do Botafogo, os clubes acabaram “mudando os termos” da negociação.

Jeffinho acabou vendido em definitivo ao Lyon por 10 milhões de euros (R$ 55 milhões, na cotação da época), se tornando a maior venda da história do Botafogo. Como tinha 60% dos direitos do jogador, o Glorioso ficou com cerca de R$ 33 milhões. Agora, com pouco espaço no Lyon, Jeffinho está perto de voltar ao Botafogo por empréstimo.

Botafogo já tem substituto para Perri e procura zagueiro

Apesar da queda de produção de Lucas Perri e Adryelson na reta final do Campeonato Brasileiro, os dois ainda foram alguns dos destaques da temporada do Botafogo. Assim, o clube precisava repor à altura a saída da dupla. E, para o gol, o Glorioso já anunciou a chegada de John, que pertencia ao Santos e estava emprestado ao Real Valladolid, da Espanha. Com passagem pelo Internacional, o goleiro chega para ser titular e ocupar a vaga deixar por Perri.

Já para a zaga, o Botafogo ainda não teve nomes confirmados. No entanto, o clube tem conversas avançadas com o Athletico-PR para a contratação de Lucas Halter, que estava emprestado ao Goiás no último Campeonato Brasileiro e fez uma boa temporada em 2023.

Foto de Gabriel Rodrigues

Gabriel RodriguesSetorista

Jornalista formado pela UFF e com passagens, como repórter e editor, pelo LANCE!, Esporte News Mundo e Jogada10. Já trabalhou na cobertura de duas finais de Libertadores in loco. Na Trivela, é setorista do Vasco e do Botafogo.
Botão Voltar ao topo