Brasil

A dor, o choro e o desabafo de Pedrinho sobre o momento no comando do Vasco

Em longa e sincera coletiva, Pedrinho falou sobre as críticas recebidas pelo momento do Vasco e revelou ameaça de torcedor em rede social

Em uma rara e sincera coletiva, Pedrinho falou por cerca de 2h30 sobre os problemas e o planejamento do futuro do Vasco. Presidente da Associação e, desde maio, através de uma liminar na justiça, controlador da SAF vascaína, o ídolo do clube tem lidado diariamente com críticas — muitas vezes exageradas –, sobre o seu curto período na gestão do clube e uma suposta demora no processo de venda da SAF do Vasco.

Mas, além dos problemas, do futuro e do futebol do Vasco, Pedrinho também falou sobre estas críticas que vem sofrendo. Principalmente, nas redes sociais. Recentemente, Pedrinho reagiu bloqueando torcedores no Instagram, o que gerou mais polêmica nas redes.

Nesta quinta-feira (14), no entanto, Pedrinho expôs algumas mensagens recebidas nas redes, inclusive com ameaças, e desabafou sobre as críticas que vem recebendo no comando do Vasco.

— Me dói porque sou torcedor como todos os vascaínos. Isso me machuca, sei exatamente o que o torcedor está sentindo. Por isso que não vou pedir paciência à torcida, porque eu não tenho. Não precisa ter paciência e eu entendo perfeitamente. O que tiver que ser feito para reestruturar, vai ser feito – afirmou Pedrinho, antes de completar:

— Com relação às críticas, eu passo o dia trabalhando e muito para fazer o que eu tenho que fazer. Na hora de deitar, pego o telefone para olhar coisas esportivas, ver o mercado, outros times, fazer uma avaliação. E olho as minhas redes sociais de forma natural. Não vou normalizar. A sociedade criou uma regra de que as pessoas públicas podem e devem escutar ou ler quaisquer coisas e serem obrigadas a ficar quietas – completou Pedrinho.

Torcedor ameaçou Pedrinho em mensagem

Ao continuar o seu desabafo durante a coletiva, Pedrinho pegou o próprio celular e deu detalhes sobre uma das ameaças recebidas após a eliminação do Vasco na Copa do Brasil. O presidente, inclusive, divulgou o número e o suposto nome da pessoa que fez a ameaça.

— Recebi de um cidadão, de nome Júlio Martins: “A torcida tem que ir na porta do CT na quinta-feira e meter uma faca no pescoço do ‘Podrinho'”. Eu vou normalizar isso? Não vou. Peço desculpas a todos que foram bloqueados que não foram dessa forma, mas que de repente foram no embalo. Com relação às páginas, nenhuma delas foi bloqueada por críticas. São por outros critérios, que eu não vou entrar no mérito. Mesmo assim, humildemente, venho pedir desculpa a todas as páginas. Se tiverem o desejo de ter novamente acesso às minhas redes sociais, que falem com o Vinícius, com a Patrícia, que a gente faz a liberação normalmente. Eu não vou normalizar nenhum tipo de violência – revelou Pedrinho.

— Após o jogo do Atlético-MG, um membro da minha família recebeu milhares de ligações. Como ela não atendeu, começaram a escrever, ela ficou muito assustada. Quando você denuncia no WhatsApp, a conversa some. Mexeram com a minha família, com a honra do meu pai, com a minha honestidade. E isso eu não vou normalizar, e nem vocês deveriam se acontecer com vocês – completou o presidente do clube.

Pedrinho revela momento de choro

Como costuma fazer em suas falas, Pedrinho também aproveitou para mandar “recados” para possíveis “inimigos” — ou críticos em redes sociais e da política do Vasco. O presidente do clube revelou momentos de tristeza com o que o período que o clube vem atravessando, mas reforçou, para “essas pessoas”, que não vai desistir do Vasco.

— A minha missão eu vou cumprir. Vou ser justo e fiel ao que vim fazer aqui. Neste ano, tive muito mais dias de pancadas do que de glórias. Entendo que exista uma coisa muito ruim enraizada dentro de São Januário. As pessoas gostam de políticos, eu não sou político e não têm que gostar de mim. Não vim para fazer amigos. As pessoas não torcem pelo Vasco, depende de quem está no cargo. A missão pode ser confortável ou não, a princípio não é, mas não vou deixar de fazer. Há dias em que eu não quero levantar. Acordo resolvendo problema, durmo resolvendo problema, e sabia disso. É maneiro. Mas eu choro? Choro, sofro. Sou ser humano, queria ver o Vasco “voando”. Mas não vou desistir. Se essas pessoas acham que eu vou desistir, eu não vou, porque eu sou muito mais forte do que elas pensam. Já que eu entrei, vou até o fim.

Foto de Gabriel Rodrigues

Gabriel RodriguesSetorista

Jornalista formado pela UFF e com passagens, como repórter e editor, pelo LANCE!, Esporte News Mundo e Jogada10. Já trabalhou na cobertura de duas finais de Libertadores in loco. Na Trivela, é setorista do Vasco e do Botafogo.
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