Palmeiras é salvo por Thalys, enquanto trazer um 9 parece sonho distante
Bem pelo segundo jogo seguido, cria da Academia empatou para o Palmeiras contra o Noroeste

Não dá para cobrar absolutamente nada desse Palmeiras, com menos de 12 dias corridos de trabalho. Mas, assim como o desempenho na vitória sobre a Portuguesa (2 a 0) foi comemorado, o empate com o Noroeste (1 a 1), neste sábado (18), também merece ser alvo de indagação.
Com os 11 titulares diferentes em relação ao time da estreia, o Palmeiras que promoveu o debute de Facundo Torres só foi ter pontos de destaque no ataque depois dos 14 minutos do 2º tempo, quando Rômulo e Thalys entraram nos lugares de Giay e Luighi.
Em menos de dez minutos, o atacante recém-promovido do Sub-20 aproveitou uma sobra de disputa na área e bateu de esquerda, de primeira, para empatar o jogo, aos 23 — Carlão fez 1 a 0 para o Noroeste no início da segunda etapa.
A tentação de imaginar que, pelo terceiro ano seguido, uma cria da Academia vai ter que salvar o ataque do Palmeiras é grande. Até porque não há sinal concreto de um “camisa 9” na mira da diretoria.
Fala-se de Andreas, Matheus Pereira, Villasanti e outros meias. Mas um camisa 9, algo que o time precisa desde o ano passado, há tempos não aparece na lista de especulações.
E ao contrário de Endrick e Estêvão, que nitidamente tinham bola para o papel, seria injusto dar a Thalys tal obrigação.
“Sensação inexplicável. No primeiro momento pensei que não ia dar gol, por causa de confusão ali” — disse o autor do empate, em entrevista no campo, após o jogo.
O que funcionou e o que falhou no Palmeiras
Rômulo também entrou bem, pelo segundo jogo seguido. Quem aprecia o trabalho de Abel pode dizer que o técnico soube prepará-lo para ser útil neste ano.
Mas outra leitura possível é que Abel poderia ter dado mais chances a ele em 2024. Rômulo entrou como ponta pela esquerda.
Benedetti fez uma boa partida. E Raphael Veiga mostrou uma imposição física além do esperado para o início da temporada. Mesmo caso de Gustavo Gómez.
Marcelo Lomba, por mais que não vá jogar com frequência, também deixou boa impressão.
Por outro lado, Mayke, Caio Paulista, Aníbal Moreno e Giay começaram o ano deixando a mesma sensação de 2024: é só isso mesmo que vocês têm a oferecer?
E o Facundo Torres?

O estreante da noite não encheu os olhos. Como disse na sua entrevista coletiva de apresentação, pode jogar mesmo nos três lugares do ataque, embora vá nitidamente melhor na ponta-direita.
Mas o uruguaio ainda foi muito tímido, com um jogo de pouco deslocamento dentro dos setores em que esteve. Claro, colocar qualquer peso nessa partida seria injusto. Mas já deu para ver um ponto de correção que Abel Ferreira terá de pedir a ele.