Brasil

Palmeiras: entenda o que alega irmão de torcedora morta que pede indenização milionária

Felipe Anelli Marchiano, irmão de Gabriela Anelli, entende que o clube paulista tem responsabilidade pela segurança no entorno do estádio

A morte da torcedora do Palmeiras Gabriela Anelli, em 2023, foi um choque para o futebol brasileiro. Em 8 de julho, um torcedor do Flamengo atirou uma garrafa nos entornos do Allianz Parque e estilhaços de vidro atingiram a jovem de 23 anos, que morreu dois dias depois.

O irmão da vítima, Felipe Anelli Marchiano, entende que o clube paulista tem responsabilidade pela segurança no entorno do estádio e pediu na Justiça uma indenização de RS 1 milhão, mais R$ 150 mil em honorários, para o Alviverde. O caso foi revelado pelos portais Nosso Palestra e ge.

No processo, os advogados do irmão de Gabriela usam duas decisões especiais da 3ª turma do Superior Tribunal de Justiça, nas quais alegam que o evento esportivo “não se restringe ao estádio ou ao ginásio, mas abrange também o seu entorno”.

Por isso, a equipe que for a mandante e não oferecer segurança aos torcedores “deverá responder pelos danos causados, solidariamente com a entidade organizadora da competição”.

Em entrevista ao Nosso Palestra, o advogado de Felipe Anelli, Juliano Pereira Nepomuceno, explicou que a indenização é pelos traumas psicológicos causados no irmão de Gabriela.

— Existe um portão que faz a divisória da rua. Naquela divisória, passam-se, além de xingamentos, torcedores arremessando garrafas. Rapidamente dá para ver que a Gabriela cai no chão, depois fomos entender que ela foi atingida por um estilhaço. — explicou, cinco dias após o episódio, César Saad, delegado da Delegacia de Repressão aos Delitos Esporte (Drade).

O que pensa o Palmeiras?

Publicamente, o Alviverde não irá se posicionar sobre o assunto e ainda não foi notificado pela Justiça.

Mas, conforme publicaram Nosso Palestra e ge, o clube não entende ser responsável pela confusão porque a briga aconteceu fora do estádio, onde deveria ser de competência das forças públicas de segurança.

— O autor está reivindicando uma indenização pelo falecimento da palmeirense, vítima de uma briga entre torcidas, em que uma garrafa lançada por um torcedor da equipe rival atingiu o pescoço da torcedora, vindo a gerar seu óbito. Na presente ação, estamos reivindicando uma indenização a título de danos morais pelos traumas psicológicos sofridos pelo autor, em razão do falecimento da torcedora. — disse.

Nepomuceno ainda justifica que o processo leva em conta o estatuto do torcedor, que garante indenização aos fãs que se sentiram prejudicados dentro ou próximos do estádio do clube mandante, e nos depoimentos colhidos pela investigação da Polícia Civil, apontando uma suposta “negligência” do Palmeiras ao permitir a abertura do portão que separava as torcidas antes da confusão que culminou na morte da torcedora.

— A indenização é baseada em dois fatores: o primeiro, o estatuto do torcedor salvaguarda o direito a indenização a todos aqueles que se sentirem lesados dentro ou nas imediações do estádio do clube que recebe a partida. Além disso, de acordo com o depoimento das testemunhas do inquérito, houve também a negligência por parte da Sociedade Esportiva Palmeiras ao permitir a abertura dos portões que separavam ambas as torcidas, e, com isso, gerou o acidente que vitimou a Sra. Gabriela — completou.

Segundo o ge, os depoimentos apontam que uma funcionária contratada pelo Palmeiras fazia a separação das torcidas com um portão de metal junto de viaturas.

Essa divisória foi aberta para a passagem de uma viatura da Guarda Civil Metropolitana, momento que torcedores do Palmeiras e Flamengo praticamente ficaram frente a frente desferindo xingamentos e depois atirando objetos.

O responsável pela morte de Gabriela foi identificado como Jonathan Messias Santos da Silva, torcedor do Flamengo, preso em 25 de julho de 2023 a partir do sistema de reconhecimento facial no Allianz Parque.

— Existe um portão que faz a divisória da rua. Naquela divisória, passam-se, além de xingamentos, torcedores arremessando garrafas. Rapidamente dá para ver que a Gabriela cai no chão, depois fomos entender que ela foi atingida por um estilhaço. — explicou, cinco dias após o episódio, César Saad, delegado da Delegacia de Repressão aos Delitos Esporte (Drade).

O que pensa o Palmeiras?

Publicamente, o Alviverde não irá se posicionar sobre o assunto e ainda não foi notificado pela Justiça.

Mas, conforme publicaram Nosso Palestra e ge, o clube não entende ser responsável pela confusão porque a briga aconteceu fora do estádio, onde deveria ser de competência das forças públicas de segurança.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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