Leila não cumprimenta candidato derrotado e fecha porta para a oposição no Palmeiras
Presidente reeleita do clube não deve permitir aproximação da oposição em seu novo mandato de três anos
Ao término da votação na eleição do Palmeiras, no domingo (24), Savério Orlandi tentou, por três vezes, se aproximar da presidente reeleita Leila Pereira, para parabenizá-la. Não conseguiu e se ressentiu disso, na entrevista coletiva que concedeu após o anúncio dos resultados.
Pouco antes, Leila, indagada pelos jornalistas sobre o que poderia aproveitar do plano de governo da chapa derrotada, foi categórica:
— Acho muito importante você ter candidatos de oposição. Na minha primeira eleição, eu não tive. O candidato da oposição está no clube há muito tempo e já esteve na diretoria de futebol, mas não fez nada relevante pelo clube. Não acredito que, quem já esteve e não fez, faria alguma coisa. Para mim, foi totalmente irrelevante toda a série de propostas dele. Acredito em pessoas que venham fazer, e ele nunca fez — disse ela.
Savério estende bandeira branca
O pequeno cenário descrito acima retrata um pouco do clima que fica de um pleito do qual a presidente do Palmeiras saiu vencedora com enorme margem. E evidencia que seu próxima mandato seguirá a mesma toada do primeiro, com todo e qualquer opositor alijado de processos decisórios.
Savério Orlandi, por outro lado, tentou estender uma bandeira branca, mesmo tendo sido desprezado por Leila Pereira.
— O Palmeiras sempre respirou ares democráticos. Então, veja, se ela entende que não pode se apropriar de nada do nosso plano, é uma prerrogativa dela. Afinal, ela foi eleita — disse Savério.
–Eu certamente me valeria de boas ideias do outro lado. Eu não vejo problema nenhum nisso, nós estamos aqui no final do dia pela mesma coisa. Agora, eu vou estar aqui até o fim dos meus dias, eu não saio daqui a vida inteira. Então, se nesse momento não houver a possibilidade, nós estamos prontos para reconhecer o que tiver de importante e para colaborar com aquilo que nós somos demandados, como já fizemos várias vezes — completou.
Votação mais baixa desde que sócios passaram a votar
Embora a oposição tenha comemorado o desempenho nas urnas, a votação de Savério Orlandi foi a menos expressiva numericamente desde que os associados, e não apenas os conselheiros, passaram a votar.
Em 2014, Wlademir Pescarmona teve 1611 votos contra 2421 de Paulo Nobre. Já em 2018, Genaro Marino recebeu 1176 ante 1843 de Mauricio Galiotte.
Nos pleitos de 2016 e 2021, Galiotte e Leila Pereira, respectivamente, foram eleitos por aclamação.