Brasil

Palmeiras ganha fôlego com intertemporada disfarçada até oitavas da Libertadores

Técnico Abel Ferreira e jogadores do Palmeiras ficarão quase três meses sem atuar pelo torneio continental

O Campeonato Brasileiro não vai parar durante a Copa América. E, no período, o Palmeiras pode jogar até nove vezes pelo torneio. Para sorte de Abel Ferreira, o mesmo não vai acontecer na Copa Libertadores.

A partir da quinta-feira (30), quando enfrenta o San Lorenzo, no Allianz Parque, o Alviverde terá um hiato de 83 dias até a partida de ida das oitavas de final do Continental, prevista para 14/8. Quase uma espécie de intertemporada com o bonde andando, para o confronto eliminatório.

Todo técnico gosta de dizer que não trabalha com reservas e titulares. Mas uma boa maneira de desmentir a batida afirmação é ver a escalação em um jogo do tipo.

Com todos os atletas aptos, o time escolhido pelo técnico em uma partida que vale vaga é o seu time titular. E é para encontrar este time que Abel Ferreira e o Palmeiras terão 83 dias.

Elenco vai mudar

Serão sete semanas providenciais para o técnico. Com o time já desencontrado tática e tecnicamente, o treinador ainda vai perder Endrick, que parte para o Real Madrid logo depois da Copa América. Com a janela europeia de transferências aberta, outras saídas também podem acontecer.

Mas também há novidades positivas. Dudu já deve voltar ao menos ao banco, no jogo contra o San Lorenzo, nesta semana. E Felipe Anderson se junta ao grupo em julho.

Seriam três, os reforços. Mas Bruno Rodrigues, que estava prestes a voltar a jogar depois de uma cirurgia no joelho direito, lesionou o esquerdo, em jogo-treino na sexta-feira (24). E passará por nova cirurgia.

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Sobrevida no Nacional

Não é também que o Palmeiras pode abrir mão de disputar o Brasileiro. Mas já é comum que Abel faça revezamentos e muitas substituições no time por conta de desgaste, características dos adversários e outras necessidades nas rodadas do campeonato.

O torneio de pontos corridos permite uma margem de manobra maior. Já na fase eliminatória da Libertadores, não há espaço para testes. No dia 14 de agosto, o português, além da parte tática definida, precisa estar com o melhor time possível física e mentalmente.

Briga aberta

O jogador Estêvão, da SE Palmeiras, comemora seu contra a equipe do Botafogo FC, durante partida válida pela terceira fase, da Copa do Brasil, na arena Allianz Parque. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon)

No ataque do Palmeiras, hoje, a única certeza é Estêvão. Abel está dando ao ponta, tratamento diferente do dispensado a Endrick no ano passado. Após um começo inconstante no Brasileiro, a esta altura, o camisa 9 já tinha se tornado reserva.

Por mais que Estevão parece ter encontrado um lugar para chamar de seu, Abel Ferreira tem várias opções para reformar o ataque do Verdão depois do dia 30, quando Endrick encara o San Lorenzo e diz adeus ao clube.

Ao todo, contando Felipe Anderson, que só chega em julho, o português tem dez candidatos para apenas quatro lugares na frente — a articulação pelo meio e os três lugares do ataque: Raphael Veiga, Rômulo, Jhon Jhon, Estêvão, Luis Guilherme, Flaco López, Rony, Lázaro e Dudu.

Lázaro x Dudu

Lázaro é um dos candidatos que, no momento, tem mais cacife para um lugar no time, tanto pela esquerda quanto pelo centro do setor ofensivo — considerando que Estêvão já é o dono da ponta direita.

Típico ponta-esquerda destro, com corte para dentro do campo, Lázaro fez dois gols no ano, em 19 participações. Parece pouco, mas dá a ele uma média parecida com a do próprio Endrick, que fez quatro gols em 21 jogos, mas soma muito mais minutos. Muito próxima também da de Rony, com cinco gols em 29 jogos.

A questão é que, números à parte, Rony vive um mau momento perante à torcida. Ao contrário de Lázaro, por quem há uma explícita torcida do palmeirense — até como fora de afastar Rony do time.

Com a saída de Endrick também, a tendência é que Rony voltar a brigar por um lugar como centroavante com Flaco. Sem a sequência que teve no Campeonato Paulista, porém, o argentino perdeu completamente o embalo.

O azar de Lázaro é o fato de Dudu estar muito próximo de voltar a jogar. E é pela esquerda do ataque que o camisa 7 vinha atuando antes da lesão.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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