Ex-presidente sugere debate no Palmeiras: ‘Não pode ser como eleição municipal de SP’
Luiz Gonzaga Belluzzo acredita que o associado precisa ter mais informações sobre as propostas propriamente
Luiz Gonzaga Belluzzo, 82, presidente do Palmeiras em 2009 e 2010, e grande responsável pela construção do Allianz Parque, não vai se envolver pessoalmente na eleição para presidente do clube.
Mas, mesmo como membro da UVB (União Verde e Branca), corrente política da base aliada a Leila Pereira, Belluzzo quer ter liberdade de escolha. Já a UVB, muito embora tenha perdido força na composição da chapa que concorre à reeleição, seguirá fiel a Leila.
Tarso Gouveia, membro da UVB, fez parte da chapa de Leila que venceu o pleito em 2021. Para a eleição deste ano, no entanto, nenhum integrante da corrente, liderada pelo ex-diretor de futebol Wlademir Pescarmona, estará no tíquete.
Apesar da ausência na chapa, a UVB seguirá com Leila em oposição a Savério Orlandi, que concorre em uma coalizão de oposição. Savério foi diretor de futebol de Belluzzo durante sua gestão, em um triunvirato com Genaro Marino e Gilberto Cipullo.
Sócios do Palmeiras se beneficiariam com o debate
Por conta de seu histórico, Belluzzo acompanha a eleição com atenção. E, como um eleitor privilegiado, tem uma noção maior dos planos dos candidatos. Mas acredita que o associado médio, que vai votar em novembro, não conheça as propostas.
— Eu entendo que é preciso haver um debate, explicações sobre temas importantes para os sócios e os palmeirenses em geral — disse Belluzzo, à Trivela.
— Tenho visto a eleição muito centrada nos candidatos, e não no que propõem para o futuro do clube. Os candidatos estão preocupados em falar um sobre o outro — afirma.
— Claro, não pode ser como na eleição municipal de São Paulo. Mas o debate seria saudável. Temas como uma possível transformação do Palmeiras em SAF, por exemplo, e outras formas de organização dos clubes, poderiam ser debatidos — completou.
Profissionalização do Palmeiras é o maior acerto de Leila Pereira
Belluzzo vê muitos méritos na gestão Leila Pereira, que considera boa — embora tenha ressalvas pontuais.
— Creio que a Leila poderia tratar a disputa política de maneira mais conciliadora. Um clube precisa agregar todas as correntes de pensamento, porque é um espaço coletivo. Não creio que imposição de pensamentos e suspensões sejam o melhor modo de se administrar — acredita.
Entre os acertos da atual mandatária, Belluzo vê o aumento no nível interno de profissionalização como um dos mais importantes.
— Na minha gestão, começamos esse processo, trazendo gente de fora do clube para a administração. Foi apenas o início. E, apesar das diferenças que tenho com ele, reconheço que o Paulo Nobre também deu um salto nesta direção — diz Belluzzo.
Para Belluzzo, Galiotte é o grande presidente recente do Palmeiras
Belluzzo tem restrições a Paulo Nobre por conta do voto contrário a aprovação das contas de sua gestão, dado por Nobre em sindicância interna de 2016.
Mas, embora elogie Leila e até Nobre, Belluzzo vê Mauricio Galiotte (2016 a 2021) como o grande presidente da história recente do Palmeiras.
— O Mauricio Galiotte consolidou a profissionalização. Ele errou muito pouco, porque ele ouvia muito as pessoas, não tinha o desejo de decidir tudo sozinho, algo que eu também procurei fazer — finalizou.