Brasil

A crise do 9 no Palmeiras: Abel muda tom sobre tema diante de verdade incômoda

Treinador suavizou a questão após diversas conversas com a diretoria alviverde

O discurso de Abel Ferreira, sobre a contratação de um camisa, 9 mudou. Do contundente “precisa” de depois de Palmeiras 2 x 0 Portuguesa para o “o nove, nove, nove”, da coletiva do 4 a 1 sobre o Guarani. E o “não falta nada”, depois do 1 a 1 no Dérbi.

Antes explícito sobre a necessidade de trazer alguém para a função que Rony e Flaco vinham executando mal, e que Thalys e Luighi ainda não conseguem desempenhar com maturidade, o técnico passou a mostrar uma certa resignação.

Nem mesmo diante da pergunta acerca do óbvio desespero que o levou a colocar Benedetti para se posicionar como um centroavante nos minutos finais contra o Corinthians, o técnico cedeu.

Indagado sobre o gesto pouco ortodoxo, disse não ter visto problema. Embora qualquer um perceba que é um óbvio desperdício de recurso técnico ter um cruzador como Piquerez mandando bolas na área sem um especialista para aproveitá-las.

Mas o que fez o discurso de Abel mudar?

Técnico se deparou com verdade incômoda no Palmeiras

Sampaio é peça fundamental de Leila Pereira e Abel Ferreira no Palmeiras - Foto: (Palmeiras/Cesar Greco)
Coordenador João Paulo Sampaio, vice-presidente Paulo Buosi (costas), Leila Pereira e Abel Ferreira – Foto: (Palmeiras/Cesar Greco)

As cobranças que Abel fazia publicamente pela contratação do jogador eram reflexo do que também acontecia nos bastidores da Academia de Futebol.

O planejamento entregue no fim do ano passado era bem direto: precisamos contratar um centroavante. A Trivela apurou que as conversas sobre o tema seguem, mas em um tom também mais ameno, tal qual o discurso público.

Porque Abel Ferreira foi convencido pela diretoria que trazer um atleta nos moldes por ele desejado não é tarefa fácil. E que o clube está trabalhando dentro do possível para atender o pedido.

— Ele sabe o quanto o clube está trabalhando para se reforçar e o nível dos jogadores que queremos. Evidentemente é mais difícil e caro trazer jogadores de prateleiras mais altas — disse uma fonte do Palmeiras ouvida pela reportagem.

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Situação na posição é preocupante

No tópico “centroavantes”, o Palmeiras não vive uma crise apenas no que diz respeito à dificuldade de contratar. Os dois principais nomes do setor nos últimos anos vivem momentos particulares complicados.

Rony, que já foi o xodó do treinador, vive a insólita situação de estar fora sem nunca ter saído. À espera de uma negociação, o atacante treina, se alimenta e faz todas as atividades com os colegas. Só não é levado para os jogos.

A Trivela apurou que o jogador está muito frustrado. Menos até pela situação no Alviverde do que pela malfadada negociação com o Al Rayyan.

Rony foi negociado com o clube do Qatar por 6 milhões de dólares, que significariam mais de R$ 40 milhões para o Verdão. Mas, por uma questão de prazo de fechamento de janela, a transferência não se concretizou.

Segundo a reportagem ouviu, não existe um prazo para Rony ser negociado. De modo que sua volta aos jogos num futuro próximo não está descartada.

Flaco precisa mostrar nos treinos

A situação de Flaco López também é complicada, mas de outro modo. O jogador não está na vitrine como Rony. Mas também não vem sendo aproveitado.

Contra o Corinthians, o argentino nem ficou no banco de reservas. Contra o Guarani, era opção, mas não foi para o campo.

Segundo o próprio Abel Ferreira, o jogador perdeu cinco quilos de massa muscular nas férias — além de ter feito uma cirurgia de desvio de septo nasal que o tem obrigado a usar uma máscara de proteção.

Pelo discurso de Abel Ferreira na entrevista coletiva após o empate com o Corinthians, no entanto, parece que há mais pontos a serem melhorados.

— Sobre o Flaco, ele já sabe os critérios para jogar na equipe, e nós esperamos que ele continue e mostre no treino o quanto quer jogar nesta equipe.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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