A crise do 9 no Palmeiras: Abel muda tom sobre tema diante de verdade incômoda
Treinador suavizou a questão após diversas conversas com a diretoria alviverde

O discurso de Abel Ferreira, sobre a contratação de um camisa, 9 mudou. Do contundente “precisa” de depois de Palmeiras 2 x 0 Portuguesa para o “o nove, nove, nove”, da coletiva do 4 a 1 sobre o Guarani. E o “não falta nada”, depois do 1 a 1 no Dérbi.
Antes explícito sobre a necessidade de trazer alguém para a função que Rony e Flaco vinham executando mal, e que Thalys e Luighi ainda não conseguem desempenhar com maturidade, o técnico passou a mostrar uma certa resignação.
Nem mesmo diante da pergunta acerca do óbvio desespero que o levou a colocar Benedetti para se posicionar como um centroavante nos minutos finais contra o Corinthians, o técnico cedeu.
Indagado sobre o gesto pouco ortodoxo, disse não ter visto problema. Embora qualquer um perceba que é um óbvio desperdício de recurso técnico ter um cruzador como Piquerez mandando bolas na área sem um especialista para aproveitá-las.
Mas o que fez o discurso de Abel mudar?
Técnico se deparou com verdade incômoda no Palmeiras

As cobranças que Abel fazia publicamente pela contratação do jogador eram reflexo do que também acontecia nos bastidores da Academia de Futebol.
O planejamento entregue no fim do ano passado era bem direto: precisamos contratar um centroavante. A Trivela apurou que as conversas sobre o tema seguem, mas em um tom também mais ameno, tal qual o discurso público.
Porque Abel Ferreira foi convencido pela diretoria que trazer um atleta nos moldes por ele desejado não é tarefa fácil. E que o clube está trabalhando dentro do possível para atender o pedido.
— Ele sabe o quanto o clube está trabalhando para se reforçar e o nível dos jogadores que queremos. Evidentemente é mais difícil e caro trazer jogadores de prateleiras mais altas — disse uma fonte do Palmeiras ouvida pela reportagem.
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Situação na posição é preocupante
No tópico “centroavantes”, o Palmeiras não vive uma crise apenas no que diz respeito à dificuldade de contratar. Os dois principais nomes do setor nos últimos anos vivem momentos particulares complicados.
Rony, que já foi o xodó do treinador, vive a insólita situação de estar fora sem nunca ter saído. À espera de uma negociação, o atacante treina, se alimenta e faz todas as atividades com os colegas. Só não é levado para os jogos.
A Trivela apurou que o jogador está muito frustrado. Menos até pela situação no Alviverde do que pela malfadada negociação com o Al Rayyan.
Rony foi negociado com o clube do Qatar por 6 milhões de dólares, que significariam mais de R$ 40 milhões para o Verdão. Mas, por uma questão de prazo de fechamento de janela, a transferência não se concretizou.
Segundo a reportagem ouviu, não existe um prazo para Rony ser negociado. De modo que sua volta aos jogos num futuro próximo não está descartada.
Flaco precisa mostrar nos treinos
A situação de Flaco López também é complicada, mas de outro modo. O jogador não está na vitrine como Rony. Mas também não vem sendo aproveitado.
Contra o Corinthians, o argentino nem ficou no banco de reservas. Contra o Guarani, era opção, mas não foi para o campo.
Segundo o próprio Abel Ferreira, o jogador perdeu cinco quilos de massa muscular nas férias — além de ter feito uma cirurgia de desvio de septo nasal que o tem obrigado a usar uma máscara de proteção.
Pelo discurso de Abel Ferreira na entrevista coletiva após o empate com o Corinthians, no entanto, parece que há mais pontos a serem melhorados.
— Sobre o Flaco, ele já sabe os critérios para jogar na equipe, e nós esperamos que ele continue e mostre no treino o quanto quer jogar nesta equipe.