Brasil

Lendário massagista do Flamengo, Denir morre aos 75 anos e recebe merecida homenagem do clube

Massagista do Flamengo desde 1981, Denir lutava contra um câncer no cérebro, diagnosticado em 2022

O Flamengo inicia o ano de 2024 em um profundo luto. O massagista Adenir Silva, o Denir, morreu nesta segunda-feira (1), aos 75 anos – dos quais, 42 como funcionário do Rubro-Negro, seu time do coração. O profissional lutava contra um câncer no cérebro desde o diagnóstico em 2022.

O clube comunicou o falecimento de Denir com uma merecida e bonita homenagem nas redes sociais. No comunicado, o Flamengo reconheceu o massagista como “ídolo sem jamais ter entrado em campo como atleta do clube” e ainda pediu que os torcedores sempre lembre de Deni quando lembrarem do Rubro-Negro, porque os dois “sempre foram e para sempre serão sinônimos”.

Denir lutava contra o câncer desde 2022

O massagista foi diagnosticado com um tumor no cérebro em setembro de 2022, dias antes de completar 74 anos de idade. Denir passou mal durante um dia de trabalho no CT Ninho do Urubu e foi levado a um hospital no Rio de Janeiro.

Ele passou por uma cirurgia para a retirada do tumor dias mais tarde. Denir ficou internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) antes de ser liberado para dar sequência ao tratamento da doença. Tudo foi feito com assistência e acompanhamento do departamento médico do Flamengo. O clube cuidou de todo o processo de recuperação.

Muito querido por todos dentro do clube, Denir foi ao Ninho do Urubu 15 dias depois da operação. Foi recebido com aplausos por todos. Desde o diagnóstico do câncer, o massagista passou a receber homenagens do elenco e da comissão técnica.

Uma delas ocorreu na semifinal da Libertadores de 2022, com vitória sobre o Vélez Sarsfield, da Argentina. No Maracanã, Diego dedicou a classificação à final a seu Denir, ainda antes de iniciar a oração dos jogadores no vestiário. Após o título, mais homenagens a seu Denir.

O massagista voltou a visitar o CT Ninho do Urubu em março do ano passado. Novamente, ele recebeu o carinho do elenco, da comissão técnica e todo o estafe do clube. O Flamengo divulgou imagens do encontro. Nelas, Denir aparecia em cadeira de rodas. Atletas e integrantes da comissão saudaram o profissional. Gabriel chegou a dar um beijo em Deni.

Denir foi admitido como funcionário do Flamengo em 26 de outubro de 1981. Menos de um mês mais tarde, o clube conquistava o seu primeiro título de Libertadores. O resto é história, vidida, festejada e contada por seu Denir. E será assim para a eternidade.

Jogadores prestam homenagens nas redes sociais

Os jogadores do Flamengo usaram as redes sociais para se despedir de Denir. O agora ex-atleta Filipe Luis publicou no Instagram a seguinte mensagem: “Descanse em paz, Denir. Sinto sua falta”. David Luiz também dedicou palavras ao massagista: “Será pra sempre um de nós”.

Confira o comunicado do Flamengo:

Hoje, o Flamengo chora.

Perdemos um dos nossos. Adenir Silva, o nosso Deni, nos deixou aos 75 anos.

Um pilar de nossos valores, um símbolo máximo do rubro-negrismo, um griô em vermelho e preto. Poucas são as palavras capazes de definir um homem que se tornou ídolo da Maior Torcida do Mundo sem jamais ter entrado em campo como atleta do clube.

Desde 26 de outubro de 1981 – até a eternidade -, o Flamengo foi e é Deni. Por 42 anos, dois meses e cinco dias, o Manto Sagrado foi cuidado com o capricho, a altivez e a sabedoria de um guardião apaixonado por nossas cores e por quem somos.

Que sempre nos lembremos de Deni quando nos lembrarmos do Flamengo – sempre foram e para sempre serão sinônimos.

Foto de Eduardo Deconto

Eduardo DecontoSetorista

Jornalista pela PUCRS, é setorista de Seleção e do São Paulo na Trivela desde 2023. Antes disso, trabalhou por uma década no Grupo RBS. Foi repórter do ge.globo por seis anos e do Esporte da RBS TV, por dois. Não acredite no hype.
Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
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