Hexa é só formalidade, mas Lucca salvou dia de displicência do Corinthians
O jogo tinha cara de festa, já havia discussão sobre jogadores que iriam entrar de férias em caso de título antecipado. Tudo isso poderia significa um problema de falta de concentração. Contra o Coritiba, o Corinthians era favorito e o público bateu recorde de comparecimento ao estádio corinthiano: 44.015 pessoas. O gol no primeiro tempo, de Jádson, de pênalti, deu o indício que o time levaria os três pontos. Só que o Coritiba não se deu por vencido. Ainda mais percebendo uma atuação apenas razoável do time que será o campeão brasileiro.
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No segundo tempo, o Coritiba voltou jogando muito ligado, enquanto o Corinthians parecia distraído. Até Renato Augusto deu passes displicentes, errando até o fácil. E quando Carlinhos cruzou de pé direito, que nem é o seu forte, encontrou Negueba livre, porque o lateral Guilherme Arana só olhava para a bola e deixou o atacante livre. Ele tocou de primeira e tirou de Cássio para marcar o gol de empate na Arena Corinthians.
Por alguns minutos, o Coritiba pressionou e poderia ter virado o jogo. Perdeu chances, teve impedimento mal marcado. Viu a chance de vitória contra um time que parecia desconcentrado. Tite, à beira do campo, quase arrancava os cabelos. Tentava tratar de retomar a concentração do time. Aos poucos, o Corinthians voltou a tocar a bola, ficar com ela, e fazer com que o jogo voltasse ao seu controle. E, assim, partisse para buscar a vitória.
O empate impediria a definição do título, ainda que este seja apenas um passo formal para isso, já que a taça já tem o nome do Corinthians. O Corinthians queria a vitória, até para premiar a torcida, que também queria. Foi do banco que veio o tento vencedor. Lucca, que chegou durante o campeonato vindo do Criciúma, entrou mais uma vez muito bem, assim como aquela sua estreia, na mesma Arena Corinthians, contra o Santos, já no segundo turno.
Desta vez, Lucca entrou no lugar de Malcom, que, assim como boa parte do time, não jogava bem. Lucca, o mesmo que entrou na rodada passada, contra o Atlético Mineiro, e marcou um gol acrobático no Independência. Desta vez, ele estava no lado esquerdo, fechou pelo meio em um cruzamento de Edílson, aos 42 minutos do segundo tempo, dando um carrinho no ar, um golpe na bola. Um golpe também na falta de concentração que quase tirou os três pontos do time na partida. Após o gol, Tite, emocionado, abraçou jogadores, membros da comissão técnica. Pareceu aliviado.
O Corinthians que é campeão (sim, já é, ainda que não esteja totalmente garantido) se caracterizou pela concentração, o controle do jogo. Os minutos que o time não teve isso viram um adversário que soube aproveitar e quase virou o jogo. A volta olímpica não aconteceu em Itaquera. Ainda. Mas só não veio porque seria como gritar gol antes na arquibancada, ou jogador que comemora marcação de pênalti: dá azar. Mas os jogadores se emocionaram. Ralf ajoelhou e agradeceu aos céus. Elias ficou com olhos marejados.
Se o Atlético Mineiro vencer no domingo, tudo bem. O Corinthians sabe que terá mais quatro match points. E o título, a essa altura é uma formalidade. Mas Tite sabe que a concentração precisa se manter para levantar o título. A taça já está com o nome do Corinthians e será levantada pelo seu capitão – que, aliás, ninguém sabe quem será, já que a faixa roda pelos braços de Elias, Ralf, Renato Augusto, Jadson e Gil e já passou até por Fagner. Um deles levantará a taça. Ainda que venham mais minutos de desconcentração, como vieram na noite deste sábado, em Itaquera.