Favorito a assumir Cruzeiro revelou Mbappé e desbancou o PSG na França
Leonardo Jardim é o principal nome para substituir Fernando Diniz no Cabuloso

Após demitir Fernando Diniz na última segunda-feira (27), o Cruzeiro corre para fechar com o novo técnico. A equipe mineira não chegou a um acordo com Renato Gaúcho e Luís Castro e agora foca todas suas atenções no português Leonardo Jardim, atualmente no Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos.
Segundo o “ge”, a direção cruzeirense ofereceu um contrato de duas temporadas ao técnico de 50 anos, que já deu o aval positivo, e busca a liberação com o time do Oriente Médio.
Se confirmado, o nome de Jardim não será uma novidade ao futebol brasileiro porque no passado já foi especulado em equipes daqui, como Flamengo e São Paulo.
Para quem acompanha o futebol europeu há mais tempo também conhece o comandante pelo gigante trabalho que fez no Monaco entre 2014 e 2019 (em duas passagens), quando foi o responsável por lançar Kylian Mbappé ao time principal e ainda conquistou uma taça marcante.
Título da Ligue 1, Mbappé e reunião de craques: o período de Jardim, alvo do Cruzeiro, no Monaco
Contratado em junho de 2014, Léo veio para comandar um projeto ambicioso no Principado. O clube local estava na segunda divisão até 2013, mas a aquisição do oligarca russo Dmitry Rybolovlev, dois anos antes, promoveu uma mudança no perfil da equipe, que contratou vários jogadores promissores e outros consolidados.
Nas primeiras duas temporadas, o português levou o Monaco para fase prévia da Champions League ao terminar na terceira posição em ambas oportunidades.
O grande sucesso ficou guardado para 2016/17, mas, um ano antes, Jardim já tinha dado os primeiros minutos para um adolescente de 17 anos chamado Mbappé, que impressionou toda a comissão técnica durante um treinamento, como revelou Miguel Moita, auxiliar de Jardim por 16 anos, ao portal português “Mais Futebol”.
— Jardim nem estava no primeiro treino do Mbappé com a equipe principal, estava na Argentina com o Luís Campos [diretor técnico da época] vendo jogadores, e o atacante impressionou todo mundo, todos os assistentes. Com 17 anos, ele foi para cima de todos driblando sem medo e com sucesso. Não era driblar e perder a bola. Driblava e fazia gol– detalhou.
Inclusive, o treinador teve um papel essencial para convencer o Monaco a investir mais para renovar com o jovem craque, já cobiçado no mercado de transferências.
— Nos tempos seguintes entramos numa fase que era preocupante perder o Mbappé. Houve clubes que se começaram a perceber e havia o risco de ele começar a falar com outras equipes. O agente era o pai e havia clubes chegando com muito dinheiro na altura em que o Monaco tentava renovar com ele. Lembro-me bem do Leonardo dizer à direção que valia bem a pena investir no Mbappé porque ia se recuperar tudo num par de anos. ‘Não se preocupem', dizia ele. E estava certo.

Jardim fez o então ponta direita, aos 17, ganhar alguns minutos em 15/16, quando marcou um gol em 14 partidas.
Na temporada seguinte, virou o titular definitivo em um time mágico comandado pelo português e com Falcão García, Bernardo Silva e Fabinho, campeão da Ligue 1 com incríveis 95 pontos e 107 gols marcados em 38 rodadas.
Até hoje, apenas o clube do Principado e o Lille, em 2022, foram capazes de desbancar o PSG no Campeonato Francês desde 2013, quando o time de Paris começou construir a hegemonia e venceu 11 títulos nacionais até hoje.
Esse mesmo Monaco ficou marcado por eliminar o Manchester City nas quartas de final da Champions no primeiro ano sob comando de Pep Guardiola. A equipe de Léo Jardim só caiu nas semifinais para Juventus, que seria vice-campeã europeia para o Real Madrid.
Mbappé terminou a temporada 16/17 com 26 gols e 11 assistências. Nome mais cobiçado do mercado naquele momento, foi negociado com o PSG por 180 milhões de euros (R$ 1,1 bilhão na época) já em 2017.
Depois de Mbappé, Monaco de Jardim perdeu o gás
Além do maior craque francês, o técnico viu seu time ser desmontado com as saídas imediatas de Benjamin Mendy, Bernardo e Bakayoko. No outro ano, Fabinho, Lemar e João Moutinho seguiram o mesmo caminho.
O Monaco até foi vice nacional na sequência do título, mas começou 2018/19 devagar, motivo para demissão de Jardim em outubro, que voltaria apenas três meses depois e ficaria até dezembro de 2019.
Após o brilho no Principado, o grande trabalho do português foi no Al-Hilal, entre 2021 e 2022. No período, o time conquistou a Champions League da Ásia. Matheus Pereira, meia do Cruzeiro, fazia parte daquele time que também levou o Campeonato e a Supercopa Saudita.
Depois do time da Arábia Saudita, o profissional treinou o Shabab Al-Ahli, dos Emirados Árabes Unidos, e o Al-Rayyan, do Catar, antes de assumir o Al-Ain em novembro passado. Sob comando de Jardim, a equipe venceu apenas cinco vitórias em 13 jogos, além de três empates e cinco derrotas.