Brasil

Gabigol, do Flamengo, é condenado por tentativa de fraude de exame antidoping

Em julgamento apertado, decidido no último voto, Gabigol foi condenado e vai desfalcar o Flamengo por mais de um ano

Depois de uma semana de espera, o julgamento de Gabigol no Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD) foi retomado e ganhou uma decisão em definitivo. Na sentença do pleito, o atacante do Flamengo foi condenado pela acusação de tentativa de fraude de um exame antidoping. A pena é de dois anos, contando a partir do dia 08 de abril de 2023, e a defesa do jogador ainda pode recorrer.

Gabigol foi julgado no artigo 122 do Código Brasileiro Antidopagem, que consta: “Fraude ou tentativa de fraude de qualquer parte do processo de controle”

Como foi a decisão e o julgamento?

  • Gabigol foi condenado por cinco votos a quatro no TJD-AD
  • Bichara Neto representou o atacante na corte, assim como na última semana
  • Rodrigo Dunshee, vice-presidente geral e jurídico do Flamengo, voltou a ser barrado
  • Foram oito depoimentos na semana passada e mais dois nesta segunda-feira (25)
  • Márcio Tannure, chefe do departamento médico, e outros funcionários do Flamengo participaram da sessão

Como Gabigol chegou neste ponto?

O caso aconteceu no dia 08 de abril de 2023. Na manhã deste fatídico dia, uma equipe de Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) chegou ao Ninho do Urubu, CT do Flamengo, para realizar um exame surpresa. Esse tipo de procedimento, como o próprio nome entrega, é feito sem aviso prévio. Tudo corria bem, até que chegou a vez de Gabigol.

O centroavante não gostou da presença da equipe e a ignorou até depois do almoço, sendo que ela chegou pela manhã, algo que já fugia do protocolo. Depois, voltou a dificultar o trabalho dos agentes ao não seguir as instruções indicadas, na tentativa de realizar o procedimento sem ser visto. Quando um dos examinadores foi até o banheiro para acompanhar, Gabriel se irritou e entregou o teste fora dos padrões.

Tudo isso culminou na acusação, que chegou ao atacante no fim de semana, quase dois meses depois do ocorrido. Rodrigo Dunshee de Abranches, vice-presidente jurídico, já citado na reportagem, foi o primeiro a defender Gabigol.

“Não houve qualquer erro de procedimento do atleta na entrega do frasco após a coleta do material (…) Acaso a entrega do frasco estivesse em desacordo com as normas técnicas e de segurança, caberia ao Oficial de Controle de Dosagem recusar e exigir uma nova coleta, o que não foi feito”, escreveu Dunshee.

E agora? Como fica?

Como não tinha testado positivo para nenhuma substância ilícita, a condenação foi vista com surpresa por jogador e clube. No fundo, é possível afirmar que a denúncia só chegou neste ponto por conta do mau comportamento de Gabigol. O atacante fez do dia dos examinadores um inferno e acabou castigado por isso, fim de sessão.

Gabigol precisa focar na sua volta por cima no Flamengo (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF/Sipa USA)

O importante mesmo é como Gabigol lidará com as próximas adversidades neste campo. O exame antidoping é algo que faz parte da rotina de um atleta e, por isso, deve ser tratado como protocolo. Só há “perseguição” a partir do momento em que se foge do processo. Tomara que o camisa 10 seja maduro com a condenação, pelo menos o bastante para entendê-la, da mesma maneira com que é para decidir e fazer a alegria da torcida do Flamengo.

Veja a nota do Flamengo sobre o caso

“O Clube de Regatas do Flamengo, tomando conhecimento do resultado do julgamento do seu atleta Gabriel Barbosa, no sentido de aplicação de pena de suspensão de 2 anos, até abril de 2025, por 5 votos pela condenação e 4 pela absolvição, vem a público dizer que recebeu com surpresa a referida decisão e que auxiliará o atleta na apresentação de recurso à Corte Arbitral do Esporte (CAS), uma vez que entende que não houve qualquer tipo de fraude, nem mesmo tentativa, a justificar a punição aplicada”

Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
Botão Voltar ao topo