Análise: Perto do Flamengo, Jorginho é a cereja do já recheado bolo de Filipe Luís

Jorginho no Flamengo parece ser questão de tempo. Uma reunião entre o Rubro-Negro e o estafe do jogador, realizada no último domingo (30), aproximou ainda mais o acerto do volante com o clube da Gávea. Ambos os lados cederam nas tratativas, e agora já falam “a mesma língua” quando o assunto é valores, principal obstáculo do negócio até o momento. A expectativa do clube é selar o acordo nos próximos dias, para que o ítalobrasileiro comece a negociar sua liberação do Arsenal.

Com Jorginho perto do Flamengo, a Trivela esboçou o encaixe do volante no time comandado por Filipe Luís. Afinal, onde e com quem ele jogará no meio-campo? No que ele pode agregar?

Filipe Luís agradece

A provável contratação de Jorginho é para deixar a torcida do Flamengo animada. Além da experiência e bagagem europeia, o volante de 33 anos se encaixaria perfeitamente no estilo de jogo que Filipe Luís vem implementando no Rubro-Negro desde o final da temporada passada.

O jovem treinador, que se destaca pela valorização da posse de bola, consciência tática e proposta altamente ofensiva, encontra em Jorginho um jogador pronto para entrar e fazer a diferença. O ítalobrasileiro reúne características essenciais para o bom funcionamento da filosofia de Filipe em campo.

As principais valências de Jorginho

• Exímio passador;
• Visão de jogo diferenciada (enxerga o chamado ponto futuro);
• Excelente leitura tática;
• Liderança, em campo e fora dele

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O encaixe de Jorginho no Flamengo

Em 2021, melhor ano de sua carreira, Jorginho jogou de primeiro volante na Itália campeã da Euro 2020 (torneio aconteceu em 2021 por conta da pandemia). No 4-3-3 de Roberto Mancini, o camisa 8 se desdobrava com coberturas longas dos dois lados e surgia como elemento surpresa em certos ataques.

Já no Chelsea campeão da Champions daquele mesmo ano, Jorginho fazia a função de segundo volante. Kanté, apesar de sua mobilidade, se resguardava mais e tinha como principal meta “destruir” os ataques adversários. No 3-4-1-2 de Thomas Tuchel, ele se comportava como uma espécie de construtor, com infiltrações ofensivas e cobertura mais curta — sobretudo na lateral-esquerda de Ben Chilwell.

A versatilidade sempre foi um dos pontos fortes do jogo de Jorginho, mas ele rende melhor como primeiro homem de meio-campo. No Flamengo, a tendência é que seja escalado como tal, sendo responsável por ditar o ritmo da equipe, liderar a transição defensiva e facilitar a construção ofensiva.

Filipe Luís certamente é um grande entusiasta de sua vinda. O ex-lateral não abre mão do jogo apoiado e bem construído desde a defesa, modelo que o experiente jogador está acostumado a atuar na Europa.

Dito isso, Jorginho exerceria papel primordial na iniciação e desenvolvimento das jogadas rubro-negras, seja com saídas curtas ou passes mais longos — de quebra de linha —, agregando qualidade e precisão.

Se Filipe preza por uma equipe controladora, organizada e dominante, o atual camisa 20 do Arsenal cairia como uma luva no já azeitado time do Flamengo.

Números de Jorginho na carreira:

• Hellas Verona — 96 jogos / 11 gols / 8 assistências
• Napoli — 160 jogos / 6 gols / 14 assistências
• Chelsea — 213 jogos / 29 gols / 8 assistências
• Arsenal (até o momento) — 76 jogos / 2 gols / 3 assistências

Com quem Jorginho jogaria no meio-campo?

Aqui trazemos dois cenários para o encaixe de Jorginho no time de Filipe Luís. O primeiro seria em um esquema 4-3-3. Nele, o ítalo-brasileiro atuaria como peça central e mais recuada do meio-campo flamenguista, provavelmente com Gerson (ou De la Cruz) e Arrascaeta, meias mais ofensivos, posicionados à frente.

Por outro lado, caso Filipe opte por uma formação com dois volantes, Jorginho poderia ter a companhia de um meio-campista mais físico e marcador, o chamado “pitbull”. No elenco rubro-negro, Pulgar é esse cara, ainda que também tenha qualidade no passe e boa visão de jogo. Allan e Evertton Aráujo são outras opções.

Fato é que, de primeiro ou segundo volante, Jorginho é um reforço de alto nível e chega para somar.

É bem verdade que a intensidade física do futebol brasileiro e o fato do ex-Chelsea nunca ter atuado aqui são pontos de atenção, mas sua qualidade, elegância e categoria com a bola nos pés se sobrepõem a isso, e genuinamente deixam o torcedor flamenguista entusiasmado.