Final do Carioca: Por que o Flamengo não deve temer déjà-vu de 2023 contra o Fluminense

Pela quinta vez nos últimos seis anos, Flamengo e Fluminense decidem o título carioca. E como em 2023, o Mais Querido largou na frente no primeiro jogo da decisão. Com gols de Wesley e Juninho, a equipe da Gávea bateu o Tricolor por 2 a 1, na última quarta-feira (12).

As memórias de dois anos atrás, no entanto, não são nada positivas para o torcedor rubro-negro. Afinal, na partida de volta da finalíssima, o Flu goleou por 4 a 1, reverteu a vantagem flamenguista (de 2 a 0 na ida) e se sagrou campeão estadual.

Em 2025, o clube das Laranjeiras tentará mais uma vez a virada contra o arquirrival. Cabe ao Flamengo saber jogar com a vantagem e confirmar o favoritismo no Maracanã.

E ainda que o cenário seja parecido com o de 2023, a torcida flamenguista tem motivos consideráveis para não temer uma nova remontada tricolor neste domingo (16). Abaixo, a Trivela apresenta quais são eles:

Postura pés no chão de Filipe Luís

Filipe Luís, além de um vencedor nato, é um profundo conhecedor das nuances do futebol. O técnico do Flamengo sabe que o esporte mais popular do mundo é a arte do possível. Logo, não subestima o adversário, qualquer que seja ele. 

Respeito e seriedade são duas palavras que resumem bem a postura do ex-lateral para o jogo de volta contra o Fluminense. Em entrevista coletiva após a vitória por 2 a 1, Filipe celebrou a “leve” vantagem construída, mas alertou sobre a força do rival e relembrou a fatídica final de 2023. 

— Foi uma grande vitória, que nos dá uma leve vantagem para o jogo de volta. Mas sabendo como é clássico e o que vivi em 2023, eu não subestimo nunca o Fluminense. Nos temos que respeitar para ser campeão — disse Filipe. 

O treinador rubro-negro ainda citou a conquista da Libertadores 2023 pelo Tricolor. Em sua visão, mesmo com algumas perdas, o clube das Laranjeiras “se reforçou bem” e tem um time “muito qualificado”. Sobraram também elogios a Fábio e Mano Menezes. 

— Tem um adversário muito qualificado pela frente. Tem um time que há dois anos foi campeão da Libertadores. Perdeu algumas peças importantes, mas se reforçou bem. Tem um treinador que já esteve na seleção brasileira. Tem um goleiro (Fábio) que, sinceramente, é impressionante. Toda vez que vejo jogar, acho que é o melhor goleiro do Brasil ou um dos melhores. 

Filipe parece saber bem quem enfrentará. Fica difícil imaginar um Flamengo “de salto alto” e soberbo este domingo. Espera-se um time organizado e consciente do que é preciso fazer em campo para levantar a taça. 

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Time mais coeso e confiável

Em 2023, o Flamengo chegou à final do Campeonato Carioca em frangalhos — animicamente falando. Naquela altura, o Mais Querido já havia sido vice-campeão da Supercopa Rei (contra o Palmeiras), vice-campeão da Recopa Sul-Americana (contra o Independiente del Valle) e eliminado pelo Al-Hilal na semifinal do Mundial de Clubes. 

A equipe comandada por Vítor Pereira, que assumiu após demissão inesperada de Dorival Júnior e teve de encarar uma série de decisões pela frente, era um verdadeiro deserto de ideias em campo.

O português não passou nem perto de conseguir dar um padrão ao time. Aliás, deu sim: o padrão de sempre jogar mal e ser superado pelos adversários. A derrota por 4 a 1 para o Fluminense foi a pá de cal no trabalho do ex-Corinthians. 

E talvez o principal motivo que deixa o flamenguista mais tranquilo de que uma nova tragédia não irá ocorrer na final do Carioca, é a diferença abissal na área técnica. 

Diferente de Vítor Pereira, Filipe Luís, em pouco tempo, transformou um time “terra arrasada” em vencedor. No trabalho do jovem treinador, sucessor de Tite no comando rubro-negro, chama atenção a organização tática, os passes entrelinhas e a fome pela vitória. 

Hoje, o torcedor se sente representado em campo e sabe que, provavelmente, algo de bom vai sair dali. Nenhum time no Brasil mostrou futebol melhor que o Flamengo neste início de temporada. 

Filipe Luís 100% em finais como técnico

Outro ponto interessante que vale ser ressaltado em meio ao Fla-Flu deste fim de semana, é o aproveitamento de Filipe Luís em finais. Desde que se tornou técnico do time profissional do Flamengo, o ex-lateral ainda não sabe o que é ser vice.

Filipe chegou à decisão da Copa do Brasil 2024 (contra o Atlético-MG) e a Supercopa Rei 2025 (contra o Botafogo), e venceu ambas. Além disso, conquistou a Taça Guanabara na primeira fase do Carioca deste ano. 

À frente do Mais Querido, são 25 jogos, 18 vitórias, seis empates, uma derrota e invencibilidade de 22 partidas. Mesmo com números tão expressivos, ele não quer saber de exaltação. 

— Como treinador, a gente vive achando que o próximo adversário é o mais difícil. Eu não posso pensar em número de jogos sem tomar gol, em número de jogos de invencibilidade. Se você me falar dos jogos que estou sem perder, eu nem penso mais. Essas manchetes são para vocês (da imprensa). Bom que falem bem. Estou desfrutando esse processo de aprendizado. 

De quebra, Filipe também faturou a Copa Intercontinental sub-20, quando dirigia a equipe de base rubro-negra.