Brasil

Fifa age com dureza e amplia punições brasileiras para dar recado contra manipulação

Entidade máxima do futebol lida com escândalos de corrupção há décadas, mas age com dureza contra a manipulação de jogos

A Fifa se viu em xeque durante as últimas décadas. Por figurar nas páginas policiais e testemunhar a prisão de nomes importantes como José Maria Marin, a organização máxima do futebol conviveu com sua credibilidade arranhada, e a decisão de agir com dureza contra a manipulação de jogos no Brasil surge como um recado.

Mais do que uma simples mensagem contra o princípio de fé em relação à competitividade do esporte, a decisão desta segunda-feira que referendou a eliminação de Ygor Catatau, Matheus Gomes e Gabriel Tota para todo o mundo é um ato de preservação da essência do jogo. O pedido para a ampliação do castigo partiu da CBF.

Essência, essa, perdida com seguidos escândalos de dirigentes da entidade nos últimos anos. Não somente prisões de dirigentes atingiram a credibilidade da Fifa, como até o processo de escolhas das sedes da Copa do Mundo, como Rússia e Catar, entraram em rota de questionamentos após denúncias.

Ygor Catatau, Matheus Gomes e Gabriel Tota estavam expulsos do esporte brasileiro por decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). Agora, não poderão mais exercer a profissão de jogador profissional em nenhuma entidade regulamentada pela Fifa.

Além do trio, os outros oito condenados pelo tribunal brasileiro também viram as penas serem ampliadas para outras jurisdições. Por exemplo, o zagueiro Eduardo Bauermann, ex-Santos, recebeu castigo de 360 dias, horas antes de ter o contrato rescindido com o Alanyaspor, da Turquia.

Essa limpeza de imagem com a ampliação das punições brasileiras é um recado duro contra a manipulação de jogos. Não só no Brasil, sites de apostas começaram a ampliar o mercado e entrar diretamente na modalidade, patrocinando times e até competições.

Ao referendar a punição aos brasileiros, a Fifa de certa forma coloca um limite e dá um recado de que não há perdão quando os agentes do esporte colocam a credibilidade em um ponto perigoso. O processo de limpeza de imagem tem um novo capítulo, que coloca atletas sob atenção.

Operação Penalidade Máxima não avança

As punições estipuladas pelo STJD e confirmadas pela Fifa são fruto da Operação Penalidade Máxima, investigação do Ministério Público de Goiás contra um esquema de manipulação de jogos com atletas forçando cartões para favorecer apostadores.

Os jogadores também passam por um processo criminal diante do esquema em que estiveram envolvidos. As investigações seguem na busca para derrubar a quadrilha de apostadores e encontrar possíveis jogadores ainda envolvidos nos casos.

A terceira fase começou em maio, porém ainda não trouxe novos elementos até o momento. A grande novidade deste período veio nesta segunda com a Fifa acatando ao pedido da CBF para tornar mundial as punições brasileiras depois dos meses de investigação.

- - Continua após o recado - -

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Confira a relação de todos os punidos pela Fifa:

  • Ygor Catatau (eliminado)
  • Paulo Sérgio (600 dias)
  • Gabriel Tota (eliminação)
  • Paulo Miranda (720 dias)
  • Fernando Neto (380 dias)
  • Eduardo Bauermann (360 dias)
  • Matheus Gomes (eliminação)
  • Mateusinho (600 dias)
  • André Queixo (600 dias)
  • Moraes (720 dias)
  • Kevin Lomónaco (380 dias)
Foto de Livia Camillo

Livia CamilloSetorista

Formada em jornalismo pelo Centro Universitário FIAM-FAAM, escreve sobre futebol há cinco anos e também fala sobre games e cultura pop por aí. Antes, passou por Terra, UOL, Riot Games Brasil e por agências de assessoria de imprensa e criação de conteúdo online.
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