Brasil

Diretor detalha Felipão ‘decisivo’ e cita principal adversário na contratação de Scarpa no Atlético-MG

Atlético enfrentou forte concorrência de outros clubes por Scarpa, mas esses nem foram os principais adversários

Uma das principais movimentações do mercado de transferências do futebol brasileiro neste fim de ano foi a aquisição do meia Gustavo Scarpa pelo Atlético-MG. Melhor jogador do Brasileirão 2022, o jogador retorna da Europa, onde não conseguiu desempenhar da mesma forma, e o Galo teve que enfrentar algumas etapas para conseguir contratá-lo. O diretor de futebol Rodrigo Caetano revelou que Felipão foi fundamental no processo e também destacou qual foi o fator que fez o Alvinegro conseguir essa aquisição.

Gustavo Scarpa é um jogador que atraiu os olhares de diversos clubes do Brasil. Além do Atlético, Internacional e Flamengo estavam de olho no meia. Mesmo assim, para Rodrigo Caetano, o principal adversário do Galo foi convencer o próprio meia a retornar ao Brasil, já que ele tinha o sonho de dar certo na Europa, o que acabou não acontecendo.

– Muito se fala da concorrência no mercado, mas é importante que vocês saibam que, no primeiro momento, o Scarpa estava relutante em voltar ao Brasil. O maior convencimento foi nele. A partir do momento que ele definiu voltar ao Brasil, ele definiu o Galo — disse o diretor.

Não tendo muitos recursos para contratar, Rodrigo Caetano falou também sobre como o Atlético atua nessas contratações. O Galo vai pagar cerca de R$ 30 milhões por Scarpa, mas vai diluir esse pagamento em três anos, como revelou o diretor. Isso é importante para o clube conseguir fazer também outros investimentos nessa janela, já que se gastasse todo esse dinheiro à vista, ficaria praticamente sem recursos para novas contratações.

Além de recursos para adquirir o jogador, o Atlético também precisava de coisas para convencê-lo de que o Galo era a melhor opção. Nesse caso, Rodrigo Caetano destacou a importância dele e, principalmente, de Felipão terem trabalhado com o jogador. Além disso, o clube também consegue prometer ao atleta recursos como disputa por títulos e retomada do protagonismo.

– Ainda bem que temos o Felipão conosco. Claro que a participação dele (na negociação) foi decisiva. Eu conheci o Gustavo lá no início da carreira, no Fluminense, trabalhamos juntos. Já tinha perguntado ele no meio do ano e ele manteve a posição de ficar na Europa. Agora conseguimos convencê-lo e ele volta consciente de que a melhor casa é o Galo. Quando acontece isso, metade do caminho está percorrido para ele ter sucesso no campo — disse Rodrigo Caetano.

Temos que criar uma série de benefícios que o clube proporciona, pois esses jogadores que estão em outras ligas, ao tomarem a decisão de voltar ao Brasil, vão escolher clubes que o mantém em alta performance, que busca títulos e deixa eles com a oportunidade de ser protagonista novamente. Todo esse combo fez com que o Gustavo escolhesse o Galo. A gente está feliz, ele também e espero que ele faça feliz a Massa Atleticana – afirmou o diretor.

Além dessas situações, Caetano também destacou que o Atlético hoje é um clube bem estruturado, com uma SAF de “pessoas responsáveis”, tem um novo estádio e vai disputar a Libertadores. Tudo isso também foram “ingredientes que fizeram com que Scarpa tomasse a decisão de acertar com o Galo”.

Caetano quase saiu, e Scarpa poderia não ter sido contratado sem ele

Rodrigo Caetano é sempre peça central nas contratações do Atlético. Considerado um dos melhores diretores de futebol (se não o melhor) do Brasil, ele demonstra enorme capacidade de convencimento e sabe fazer contratações independente dos recursos que tem. Até por conta disso, ele atrai olhares de outros clubes e, nessa janela, que quase foi “negociado” foi ele.

O diretor tinha forte interesse do Corinthians, que tem nova direção com o presidente Augusto Melo, que entrou em contato com Rodrigo, como ele mesmo disse. A proposta corinthiana foi daquelas “que deixa qualquer profissional balançado”, mas ele recusou em função da relação que tem com o Galo.

– Eu tenho um contrato com o Galo que, por mais que não tenha multa rescisória a partir de janeiro, tem uma questão pessoal minha e da minha família envolvida com o Belo Horizonte, com o Galo e as pessoas que assumiram o clube. Por mais que fosse algo que realmente balançou, a minha opção foi continuar no meu contrato. Em momento nenhum abrimos negociação. Me sinto honrado pelo nome lembrado e o contato que tive com os novos gestores do Corinthians.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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