Ídolo do futebol colombiano dá diagnóstico sobre decadência no futebol de James Rodríguez

Destaque em uma Copa do Mundo aos 22 anos, passagens de sucesso por Portugal e França, e oportunidades em clubes como Bayern de Munique e Real Madrid. A carreira de James Rodríguez teve momentos brilhantes, mas hoje, aos 32 anos, o jogador colombiano não consegue ser o mesmo de outrora, e reserva do São Paulo, tem grandes chances de deixar o clube, apesar de seu potencial altíssimo para ainda jogar em grande nível.

A decadência de James Rodríguez, que também teve passagens sem sucesso por Everton, Al-Rayyan e Olympiacos, foi analisada por Francisco Maturana. Treinador da seleção nacional nas Copas do Mundo de 1990 e 1994, ‘Pacho' relembrou uma conversa que teve com Rafa Benítez, com quem trabalhou no Real Valladolid nos anos 1990 e que foi técnico de James no Real Madrid, para exemplificar o que faltou ao camisa 10 colombiano para brilhar como se esperava dele.

– Rafa era o treinador de James e eu o chamei para perguntar o que se passava com o James, porque seu talento ninguém pode negar. E a resposta que me deram foi: ‘Para ser um jogador do Real Madrid, tem que ser reconhecido no dia do jogo, mas também reconhecido nas ruas enquanto caminha, pela forma como faz isso, de andar, de como caminha – , afirmou Maturana ao programa de rádio El Vbar, se referindo à postura do atleta durante as 4 temporadas em que atuou pelo Real Madrid.

– O jogador do Real Madrid ou de um clube grande, está em constante vigilância, porque é um líder e tem que viver como um.

Faltou autoproteção

É certo que ao longo de sua carreira, James Rodríguez teve diversos problemas com lesões. Uma delas inclusive o impediu de jogar tempo suficiente pela seleção colombiana na Copa de 2018, em que a seleção cafetera foi eliminada pela Inglaterra nas oitavas de final. Mesmo assim, o ex-técnico crê que o meia do São Paulo poderia ter agido de outra maneira para proteger a si mesmo, seja física ou psicologicamente.

– Com todo respeito, mas o James não teve uma lesão importante, não foi operado do ligamento cruzado do joelho ou algo assim. E eu dizia em que há momentos na vida em que uma pessoa deve ficar quieta. Sai de cena, desaparece, se prepara fisicamente, e depois volta e joga bem. Mas se está todos os dias nas redes sociais, acaba ficando muito familiar e qualquer pessoa acabando falando qualquer coisa sobre uma pessoa.

Mesmo assim, Maturana, como fã do jogador, ainda acredita e torce para James Rodríguez, que segue tendo oportunidades na seleção colombiana, da qual inclusive é capitão, consiga se reencontrar novamente em clubes. Ele vê potencial para o camisa 10 justificar o que ele poderia ter sido quando chegou ao seu auge, há 10 anos, jogando com a camisa do time nacional, na Copa do Mundo do Brasil.

– James, com 32 anos ainda, se ele quiser, para o bem de todo mundo que o respeita e que gosta dele, assim como eu, tem que colocar certas coisas na cabeça para ter um bom final (de carreira).