Vingaram ou não? Relembre craques da Copinha ao longo da história

Apesar de ser um torneio de base, a Copa São Paulo de Futebol Júnior é uma das competições mais tradicionais do futebol brasileiro.

Figurinha carimbada em todo início de ano, pode-se dizer que a Copinha é o principal celeiro de jovens promessas do país. Afinal, dela saíram nomes de peso, que fizeram história no esporte mais popular do mundo.

Realizada todos os anos, desde 1969, a Copinha sempre acontece no estado de São Paulo. De lá para cá foram mais de 50 edições, recheadas de times históricos, finais marcantes e muitos craques revelados.

E é justamente sobre essas promessas que abordaremos aqui. Destacamos seis craques eleitos em suas respectivas edições, sendo três que vingaram e outros três que acabaram não correspondendo às expectativas.

Vale destacar que o prêmio de melhor jogador da Copinha passou a ser entregue regularmente a partir de 2001. Então alguns nomes pesados, donos de carreiras memoráveis, ficam de fora da lista. É o caso de Falcão (Internacional), Raí (Botafogo-SP), Djalminha (Flamengo), Rogério Ceni (São Paulo), entre outros.

Quem vingou?

Robinho

Eleito craque da Copinha 2002, Robinho surgiu fazendo barulho no Santos, muito por conta de seus dribles desconcertantes, irreverência e ousadia com a bola nos pés.

No profissional, tal potencial logo se confirmou. No mesmo ano do torneio de base, o atacante foi um dos destaques do Campeonato Brasileiro e ajudou o Peixe a conquistar o título nacional.

Negociado para o Real Madrid em 2005, Robinho também passou por Manchester City e Milan no velho continente. Com a camisa da Seleção Brasileira marcou época, disputando Copa do Mundo, Copa América e Copa das Confederações.

No final de deste ano, Robinho completa nove meses preso na Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, a P2 de Tremembé, no interior de São Paulo.

O ex-jogador foi condenado a 9 anos de prisão em regime fechado pelo crime de estupro coletivo contra uma mulher albanesa. O crime aconteceu em uma boate em Milão, no ano de 2013.

Lucas Moura

Cria das categorias de base do São Paulo, Lucas Moura foi campeão e eleito craque da Copinha de 2010, pelo Tricolor. Naquela época, o jogador ainda era conhecido como “Marcelinho”, em virtude da semelhança com o ex-jogador Marcelinho Carioca.

Promovido aos profissionais logo após a Copinha, o atacante permaneceu no São Paulo até 2012 e ajudou o clube a conquistar o título da Copa Sul-Americana daquele ano. Nesta primeira passagem pelo Tricolor, ele marcou 23 gols e distribuiu 26 assistências em 128 jogos.

Vendido ao Paris Saint-Germain, Lucas viveu altos e baixos na equipe francesa, mas foi importante na dinastia nacional que o clube estabeleceu, enfileirando títulos da Ligue 1, Copa da França e Copa da Liga Francesa.

Escanteado pelo técnico Unai Emery no PSG, Lucas foi liberado para buscar outro clube. Sondado por times importantes da Europa, ele escolheu o projeto do Tottenham.

Ao todo, foram cinco temporadas defendendo os Spurs. A 2018/2019, no entanto, foi a mais especial para o brasileiro. Afinal, não é qualquer um que anota um hat-trick numa semifinal de Champions League e classifica o time para decisão.

No dia 2 de agosto de 2023, o São Paulo anunciou o retorno de Lucas. Campeão da Copa do Brasil no ano passado, o camisa 7 já marcou 17 gols e distribuiu 10 assistências desde a volta para seu clube formador.

Paulo Henrique Ganso

É bem verdade que Paulo Henrique Ganso poderia ter sido muito maior se não fossem as constantes lesões que o perseguiram. Mas ainda assim, não dá para dizer que o meio-campista não teve uma carreira de sucesso.

Camisa 10 clássico, dono de uma habilidade acima da média e um controle de bola invejável, Ganso despontou como grande promessa do Santos. Foi o craque da Copinha 2008, apesar de o Santos ter parado nas quartas-de-final naquele ano.

Como profissional, ao lado de Neymar, ajudou o clube alvinegro a conquistar o tricampeonato paulista (2010, 2011 e 2012), a Copa do Brasil de 2010 e a Libertadores de 2011.

Vendido ao São Paulo por 10 milhões de euros em 2012, Ganso, após deixar o Santos, demorou até reencontrar a boa forma. Pode-se dizer que a passagem pelo Tricolor do Morumbi foi frustrante: muitos jogos e poucos momentos de destaque.

Antes de acertar com o Fluminense em 2019, o meia passou por Sevilla, da Espanha, e Amiens, da França. No clube das Laranjeiras, Ganso demorou até se firmar, mas hoje é um dos pilares do time e bastante celebrado pelos torcedores.

Quem não vingou?

Negueba

Craque da Copinha 2011, conquistada pelo Flamengo, Negueba definitivamente não se tornou o jogador que a torcida rubro-negra esperava. Apesar de veloz, driblador e insinuante, o atacante acumulou atuações irregulares e marcou apenas cinco gols no time profissional do Mais Querido.

Sem espaço no clube da Gávea, Negueba rodou por outros times brasileiros, como São Paulo, Grêmio, Coritiba e Atlético-GO, mas em nenhum deles conseguiu se destacar. Hoje ele defende o Lamphun Warriors, da Tailândia.

Keirrison

Revelado nas categorias de base do CENE, de Mato Grosso do Sul, Keirrison foi ganhar destaque nacional longe dali, no Coritiba. Com a camisa do Coxa, o jovem se tornou um dos atacantes mais promissores do futebol brasileiro no início dos anos 2000.

Craque da Copinha 2006, Keirrison marcou 48 gols nos profissionais do clube paranaense entre 2006 e 2008. No ano seguinte, se transferiu para o Palmeiras. A passagem pelo Verdão foi curta, mas chamativa e recheada de gols. Foram 24 bolas na rede em 35 partidas, média suficiente para chamar atenção do Barcelona.

O sonho de defender um dos times mais tradicionais da Europa, entretanto, não foi realizado. A promessa brasileira nunca chegou a entrar em campo pelos culés. O motivo foi o limite de estrangeiros na equipe, além das diversas opções que Pep Guardiola tinha no plantel.

Emprestado ao Benfica e a Fiorentina, Keirrison não conseguiu se firmar na Europa. O retorno ao futebol brasileiro também não foi nada animador: muitas lesões, poucos jogos e poucos gols. Passou por Santos, Cruzeiro, Coritiba e Londrina.

Antony

Antony é jovem e ainda pode se tornar um jogador de destaque. Mas até o momento isso não aconteceu. Craque e campeão da Copinha 2019 pelo São Paulo, inclusive com gol na final contra o Vasco, o atacante logo chamou a atenção do futebol europeu.

Foram apenas 52 jogos no time profissional tricolor, até ser vendido ao Ajax no início de 2020. As boas temporadas pelo gigante holandês (2020/2021 e 2021/2022) despertaram o interesse do Manchester United, que desembolsou a bagatela de 95 milhões de euros para contratar o brasileiro.

A passagem de Antony pelos Red Devils, até aqui, é um completo desastre. Bastante criticado por torcida e imprensa local, o cria do São Paulo anotou somente 12 gols em 89 partidas.

Craques da Copinha de 2001 a 2024

• 2001: Juan (São Paulo)
• 2002: Robinho (Santos)
• 2003: Vagner Love (Palmeiras)
• 2004: Jô (Corinthians)
• 2005: Thiago Neves (Paraná)
• 2006: Keirrison (Coritiba)
• 2007: Breno (São Paulo)
• 2008: Paulo Henrique Ganso (Santos)
• 2009: Santos (Athlético Paranaense)
• 2010: Lucas Moura (São Paulo)
• 2011: Negueba (Flamengo)
• 2012: Marcos Junior (Fluminense)
• 2013: Leandrinho (Santos)
• 2014: Lucas Otavio (Santos)
• 2015: Gabriel Jesus (Palmeiras)
• 2016: Felipe Vizeu (Flamengo)
• 2017: Pedrinho (Corinthians)
• 2018: Liziero (São Paulo)
• 2019: Antony (São Paulo)
• 2020: Bruno Praxedes (Internacional)
• 2022: Endrick (Palmeiras)
• 2023: Kevin (Palmeiras)
• 2024: Breno Bidon (Corinthians)

Principais revelações da Copinha ao longo da história

• Falcão – Internacional – 1972
• Toninho Cerezo – Atlético-MG – 1972
• Raí – Botafogo-SP – 1983
• César Sampaio – Santos – 1986
• Cafu – São Paulo – 1988
• Djalminha, Marcelinho Carioca e Júnior Baiano – Flamengo – 1990
• Dener – Portuguesa – 1991
• Rivaldo – Santa Cruz – 1992
• Rogério Ceni – São Paulo – 1993
• Dida – Vitória – 1993
• Jardel – Vasco – 1993
• Luizão – Guarani – 1994
• Deco – Corinthians – 1997
• Ronaldinho Gaúcho – Grêmio – 1998
• Kaká – São Paulo – 2001
• Fred – América-MG – 2003
• Neymar – Santos – 2008
• Casemiro – São Paulo 2010
• Vinícius Júnior – Flamengo – 2017