Brasil

Coudet não reconhece, mas foi amarrado por Roger em eliminação do Internacional

Depois de ser eliminado dentro do Beira-Rio para o organizado Juventude de Roger Machado, Eduardo Coudet citou desfalques para justificar falta de variação tática do Internacional

Com muito mérito, o Juventude eliminou o Internacional, na disputa pênaltis, em pleno Beira-Rio, na noite de segunda-feira (25), após dois empates pela semifinal do Campeonato Gaúcho. Se tecnicamente havia natural disparidade técnica, até por conta dos investimentos das equipes, taticamente Roger Machado venceu o duelo com Eduardo Coudet.

Tanto no jogo de ida quanto no de volta, o Juventude exerceu forte marcação que dificultou as ações coloradas. No Alfredo Jaconi, o Alviverde esteve perto de vencer, mas faltou capricho nas conclusões, principalmente no segundo tempo. No Beira-Rio, o time de Roger novamente foi bem organizado, com superioridade no meio de campo e levou perigo nos contra-ataques.

A circulação de bola do Inter não fluiu como habitual, e os meias Alan Patrick e Maurício foram anulados pelo sistema defensivo do Juventude, que teve grande atuação — em especial o volante Caíque Gonçalves. Ainda que tenha tido alguns bons minutos após o gol de empate, no segundo tempo, o Colorado teve dificuldades de encontrar alternativas para sair da boa marcação alviverde.

Na opinião de Coudet, Internacional acelerou muito o jogo no primeiro tempo

Na entrevista coletiva após o jogo, Coudet não gostou muito da opinião dos repórteres de que o Juventude teve supremacia tática no duelo, embora tenha reconhecido dificuldades do seu time no primeiro tempo no Beira-Rio. Ainda assim, entende que o Inter poderia ter vencido.

– Sinto que poderíamos ter encontrado um funcionamento de jogo melhor. Não acho que foi um grande jogo nosso. No primeiro tempo, principalmente, muito acelerado, muito direto. Não tínhamos sequência na circulação de bola, para os jogadores encontrar os espaços. Sempre vínhamos tendo uma construção. Claro que construir demora mais para chegar ao gol – disse.

– No segundo tempo, o que trocamos? Os primeiros 30 minutos foram muito bons. Estávamos bem, dominando o jogo, praticamente jogando todo tempo no campo rival. Começamos a jogar bola da maneira que sabemos jogar. De não meter a bola em lugares onde era muito difícil resolver. Ainda não vi o jogo, mas acho que estávamos muito diretos. Recuperávamos e queríamos agredir na primeira bola. Não era um domínio total, que é o que normalmente fazemos. Sinto na parte futebolística que podemos dar muito mais. Mas foi um jogo muito picotado, nunca pudemos impôr o ritmo, salvo no segundo tempo – completou.

Coudet diz que desfalques impediram variação para time mais físico

A falta de variação tática foi justificada por Coudet por não contar com algumas opções de reforços buscados para essa temporada. Alario estava lesionado, e Fernando, Thiago Maia e Borré chegaram depois do encerramento do período de inscrições do Gauchão.

– Acho que da quantidade e qualidade de jogadores que temos, hoje não pudemos utilizar muitos. Enner descontado, não tivemos Alario, não tivemos Borré. Não é desculpa, mas muitos jogadores que chegaram não pudemos contar. Tivemos que manter uma estrutura. Não vamos ter uma imposição física, porque não temos essa característica. Temos Alan Patrick, Bruno Henrique, Aránguiz, Wanderson, Maurício. Imposição física? Muito difícil. Porque completamos com Fernando, Borré, Thiago Maia, era o que estava nos faltando para jogar algo diferente. Mas hoje não estavam — comentou.

‘Sigo achando que é um ano promissor', afirma Coudet

Apesar de estar cabisbaixo e abatido, Coudet segue acreditando que coisas boas ainda vem pela frente para o Inter nesta temporada. Agora, o Inter foca na Copa Sul-Americana, na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro.

— Não ganhar é uma dor muito grande. Também acho que não foi a melhor partida, mas também não foi um desastre. Sinto que poderíamos ter ganho os dois jogos. O time tem qualidade para dar muito mais volume de jogo. Mas o rival também tem seus méritos. Empatamos dois jogos depois de ganhar 10, e estamos de fora da final. Justiça sabemos que não existe. Temos que trabalhar, sigo achando que é um ano promissor para o Inter, e que temos uma competição interna muito forte — afirmou.

Foto de Nícolas Wagner

Nícolas WagnerSetorista

Gaúcho, formado em jornalismo pela PUC-RS e especializado em análise de desempenho e mercado pelo Futebol Interativo. Antes da Trivela, passou pela Rádio Grenal e pela RDC TV. Também é coordenador de conteúdo da Rádio Índio Capilé.
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