Reclamação do Corinthians com arbitragem é válida, mas faltou entregar mais em campo
Timão jogou com dois atletas a mais durante todo o segundo tempo, mas não conseguiu vencer o jogo, voltando à zona do rebaixamento no Brasileirão
Um possível impedimento no gol do Juventude e um pênalti claro não marcado para o Corinthians resultou em uma declaração firme do executivo de futebol corintiano Fabinho Soldado após o duelo na Neo Química Arena, neste domingo (4), pelo Campeonato Brasileiro.
Ainda que a reclamação tenha a sua pertinência, não pode maquiar o quanto o Corinthians deveria entregar no duelo contra o adversário de Caxias.
Foi praticamente um tempo inteiro com dois jogadores a mais, após as expulsões do goleiro Gabriel Vasconcelos, no fim do primeiro tempo, e do lateral Alan Ruschel, no início da segunda etapa, e mesmo assim o clube do Parque São Jorge não conseguiu a vitória.
O empate por 1 a 1 incomodaria apenas pela circunstância do jogo, mas acabou colocando o Corinthians novamente na zona do rebaixamento no Brasileirão, o que ocasionou a revolta dos torcedores após o fim da partida.
Três Corinthians diferentes que se atrapalham
No geral, a apresentação do Corinthians não foi ruim, sobretudo no primeiro tempo.
A equipe apresentou alternativas de criação e empilhou chances. O problema é que nenhuma delas foi convertida em gols.
Deficiência ofensiva dos jogadores de ataque, que muitas vezes pecaram nas finalizações e tomaram decisões equivocadas, o que seguiu, e ainda piorou, no segundo tempo.
Giovane buscou jogo, foi o responsável por cavar a expulsão de Gabriel Vasconcelos, mas perdeu inúmeras oportunidades. Wesley, pelo lado esquerdo, também errou em diversas tomadas de decisões.
Na etapa final, o único centroavante de ofício à disposição entrou: Pedro Raul. E mais uma vez, o camisa 20 teve uma atuação deplorável, errando praticamente tudo o que tentou.
Para piorar, o Timão ainda teve um sistema defensivo desconexo, que falhava na marcação e cobertura, além de dar muitos espaços aos adversários.
Sofrer um gol aos quatro minutos de jogo é um banho de água gelada e foi isso que ocorreu quando o Juventude abriu o placar.
Para piorar, não é a primeira vez que isso acontece. Há duas rodadas, o Grêmio também saiu na frente do Timão, em plena Neo Química Arena, no primeiro lance ofensivo da partida.
Diante do papo, todo o sistema defensivo parou. Fagner, Félix, Hugo e André Ramalho não acompanharam a troca de passes do time alviverde.
Ramalho, inclusive, comprometeu outras vezes a defesa corintiana. O camisa 5 atuou muito adiantado e não cortou alguns passes entrelinhas que poderiam levar ao segundo gol do Juventude. Hugo Souza salvou a pele do companheiro em uma delas.
Assim, novamente foram os erros individuais que comprometeram uma atuação coletiva que não foi de todo ruim do Corinthians.
— Quando há erros, sempre é individual, seja para fazer ou para sofrer gols. A gente tem que trabalhar nos erros individuais e não tem outra coisa para fazer do que seguir trabalhando. A gente tem muitas análises, muitos vídeos com eles. O primeiro que sabe que erra é o próprio jogador. Eu nunca vou expor a intimidade do grupo. E a responsabilidade hoje é de todos nós, principalmente de nós dois [Emiliano e Ramón Díaz] e de todo grupo. A gente não pode falar pontualmente. Mas vamos trabalhar porque o coletivo também fortalece o individual. Tratar de cometer o mínimo de erros possíveis, sobretudo nos primeiros 15 minutos. Erros individuais também são coletivos — destacou o auxiliar técnico Emiliano Díaz em entrevista coletiva após a partida.
O empate com o Juventude foi o primeiro de um mês de agosto importante para o Corinthians. Para além da fuga da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, que voltou a ser realidade, com o Timão caindo para a 18ª colocação, a equipe alvinegra ainda tem compromissos pela Copa do Brasil e Sul-Americana.
No total, serão sete jogos em 30 dias, com o próximo sendo contra o Grêmio, em Curitiba, pela volta das oitavas de final da Copa do Brasil.