Memphis é protagonista, Romero melhor coadjuvante e Corinthians segue em busca da estatueta
Timão até esboça suspense, mas tem roteiro tranquilo e segue vive em buscar do "Óscar" que não conquista desde 2019

No aquecimento do Oscar que pode dar a primeira estatueta para o Brasil na história, o Corinthians evitou qualquer roteiro de drama ou terror e avançou às quartas de final do Campeonato Paulista.
E isso foi possível porque Memphis Depay assumiu a condição de protagonista que se esperava desde que ele chegou ao Timão, em setembro do ano passado.
Com um gol e uma assistência, o neerlandês teve uma exibição de gala. Uma das melhores, senão a melhor, dele com a camisa corintiana.
E até quando o Corinthians tentou transformar o enredo da partida em suspense, foi Memphis Depay que controlou os ânimos e mandou para longe qualquer possibilidade de catarse.
Arbitragem e Memphis impedem reviravolta em enredo tranquilo para o Corinthians
Com exceção dos primeiros 10 minutos de jogo, o Corinthians controlou o ritmo da partida.
Pela quantidade de volume e oportunidades criadas pelo Timão, ter ido para o vestiário vencendo somente por um gol de diferença foi pouco.
Quando o problema não era o último passe, Yuri Alberto desperdiçava.
A atuação do centroavante lembrou até mesmo os tempos de “velho testamento”, quando abusava da quantidade de gols perdidos. Atualmente, a fase de Yuri é diferente.
O camisa 9 terminou o ano passado como artilheiro do futebol brasileiro, ao marcar 31 gols, e na última sexta-feira (28) foi pré-convocado à Seleção Brasileira para o próximo período de datas Fifa.

Porém, na máxima popular de quem não faz, levar, o Corinthians chegou a sofrer o empate.
O lateral Lucas Ramon aproveitou uma bola que viajava na área corintiana para marcar uma pintura de bicicleta. Porém, o lance foi anulado pela arbitragem por impedimento.
No entanto, o gol do Leão poderia facilmente levar a história do jogo para outro lugar, com o Mirassol pressionando e o Timão tendo que lidar com o abafa adversário.
Mas, para evitar o sofrimento, Memphis apareceu para, de cabeça, definir o placar.
Com dois gols marcados e cinco assistências, o neerlandês é o atleta com mais participações em gols na temporada.
E mais duas bolas na rede ou assistências darão a ele mais R$ 1.575.201,00 em bonificação prevista em contrato.
Ángel Romero: coadjuvante não é pouca coisa?
O próprio Romero já havia desabafado no ano passado que poucas pessoas o colocam no ataque ideal do Corinthians. Porém, o técnico Ramón Díaz o tem como 12º jogador.
Com Rodrigo Garro sem condições de jogar 90 minutos e Igor Coronado fora, ambos por problemas físicos, o treinador corintiano optou por mudar o esquema tático do Timão e escalar a equipe com três atacantes.
Ao lado dos “intocáveis” Memphis e Yuri Alberto, Romero foi o escolhido, mesmo concorrendo com Talles Magno, que é o artilheiro corintiano na temporada, com cinco gols.
Porém, se o assunto é artilharia, é impossível discutir com o paraguaio.

Romero abriu o placar para o Timão aos 21 minutos do primeiro tempo e se tornou de forma isolada o jogador com mais gols com a camisa corintiana no Século XXI, posto que era dividido com Jô. São 66 gols do camisa 11 pelo Time do Povo.
Artilheiro da Neo Química Arena, Romero foi às redes pela 42ª vez no estádio e abriu ainda mais vantagem para Yuri Alberto, que é o segundo colocado.
No Corinthians, muitos tem o paraguaio como coadjuvante de luxo, mas cada vez mais Ángel Romero mostra que também pode ser protagonista.
Angileri tem estreia com sucesso de críticas e bilheteria
A vitória do Corinthians sobre o Mirassol também marcou a estreia do lateral-esquerdo Fabrizio Angileri, contratado no fim da janela de transferências.
O jogador iniciou no banco de reservas e entrou no decorrer do segundo tempo. Dez minutos após pisar no gramado, o argentino fez um cruzamento na cabeça de Memphis Depay e só correu para o abraço.
Assistência com o pé direito, ainda que o lateral seja canhoto.
Além disso, Angileri deu um passo gigantesco para assumir a titularidade, já que Matheus Bidu mais uma vez não aproveitou a chance de começar jogando.
O camisa 21 foi o ponto destoante da boa atuação corintiana, dando muitos espaços e errando situações básicas de jogo.
Os poucos momentos de perigo criados pelo Mirassol foram justamente nas costas de Bidu.