Corinthians dá ultimato à CBF para não ter nome citado em vão em polêmicas sobre arbitragem
Irritado com insinuações de rivais, Augusto Melo faz cobrança em encontro com Ednaldo Rodrigues
Incomodados com insinuações de dirigentes de outras equipes sobre supostos favorecimentos da arbitragem ao Corinthians, o presidente Augusto Melo fez uma cobrança dura à CBF durante visita ao Rio de Janeiro nesta terça-feira (20).
Em reunião com Ednaldo Rodrigues, presidente da entidade máxima do futebol nacional, foram citados episódios recentes em que os vice-presidentes de Vitória e Grêmio indicaram benefícios da arbitragem ao Timão.
Acompanhado do secretário-geral corintiano Vinicius Cascone, Augusto também fez reclamações sobre a ausência de critério da arbitragem no futebol brasileiro, sobretudo em lances onde há a participação do VAR.
Os representantes corintianos sentiram que o retorno de Ednaldo Rodrigues no encontro foi positivo. O presidente da CBF, inclusive, teria indicado uma reunião com diretores da entidade e membros da comissão de arbitragem nos próximos dias.
Augusto Melo também falou pessoalmente com Wilson Luiz Seneme, presidente da comissão. Na conversa, o dirigente do Timão reforçou as reclamações.
Além das reuniões, Melo e Cascone estiveram na sede da CBF para acompanhar o sorteio das quartas de final da Copa do Brasil, onde ficou definido que o Timão vai enfrentar o Juventude.
Posicionamento forte contra declaração do vice do Vitória
Irritado com a marcação do segundo gol do Cruzeiro no empate em 2 a 2 com o Vitória, no Barradão, nesta segunda-feira (19), Fábio Mota, vice-presidente do clube baiano, insinuou que há favorecimento para que Corinthians e Fluminense não sejam rebaixados no Brasileirão.
Neste momento, as duas equipes disputam ponto a ponto com o Rubro-Negro a fuga da zona do rebaixamento, com o Timão abrindo o Z4.
– É vergonhoso, o Cruzeiro, o Corinthians, o Fluminense não precisam disso para não cair. Será que é para o Vitória cair, por que é o que tem menor investimento? É isso que precisamos saber. Eu clamo para o Brasil que precisamos ter o profissionalismo da arbitragem. O árbitro precisa ter a profissão de árbitro e receber como árbitro, não fazer disso um bico, tendo outra profissão. O maior erro vem daí. Enquanto não profissionalizarmos a arbitragem do Brasil vamos passar por isso – disse Mota após o duelo contra a Raposa.
O vice do Vitória ainda relembrou uma reclamação na derrota por 3 a 2 para o Corinthians, na Neo Química Arena, no dia 4 de julho.
– Fomos prejudicados contra o Corinthians, quando o VAR chamou, e o árbitro não expulsou o jogador do Corinthians – destacou o dirigente.
Antes mesmo da reunião com Ednaldo Rodrigues, o próprio Corinthians, por meio de uma nota oficial, arrebatou as declarações de Fábio Mota, as classificando como “levianas e sem fundamento” – confira o comunicado na íntegra no fim da matéria.
Corinthians relembrou caso contra o Grêmio
Há três semanas, o Timão teve uma maratona de três jogos consecutivos contra o Grêmio.
No primeiro deles, válido pela 19ª rodada do Brasileirão, houve muita reclamação dos gremistas, principalmente por conta do pênalti marcado a favor do Corinthians, que resultou no primeiro gol do clube alvinegro no empate em 2 a 2, na Neo Química Arena.
Na ocasião, Antônio Brum, que é vice-presidente gremista, insinuou recorrência nos favorecimentos da arbitragem à equipe do Parque São Jorge.
– Ficou claro a vergonha que aconteceu de novo em Itaquera, toda vez é a mesma coisa, ano passado foi tirado um título aqui dentro, uma bola na mão que o estádio inteiro viu e o VAR não chamou. Hoje o VAR chama. É uma vergonha, não aguento mais. A gente só quer igualdade, acontecendo isso dentro de campo vai ser difícil. Vergonha, Ednaldo, não deixe o campeonato à deriva, é uma vergonha. Tem que ser resolvido imediatamente, é uma vergonha – foi o que disse Brum, na ocasião, remetendo a uma penalidade não marcada a favor do Grêmio no empate em 4 a 4 com o Corinthians no Brasileirão de 2023. Em caso de vitória, a equipe gaúcha somaria dois pontos a mais e terminaria a competição com os mesmos 70 pontos que o Palmeiras, que foi o campeão.
Na ocasião, o Corinthians entrou em contato com a CBF pedindo que as reclamações do Grêmio não fossem revertidas em pressão à arbitragem nos jogos que as duas equipes fariam nas semanas seguintes pela Copa do Brasil.
Antes do confronto de ida também teve reclamação da diretoria corintiana em relação à escolha de Marcelo de Lima Henrique para apitar a partida, já que meses antes ele havia recebido de Renato Portaluppi, técnico gremista, uma camisa autografada pelo centroavante Luis Suárez, após completar mil jogos trabalhados. O árbitro retribuiu enviando ao treinador dois cartões autografados.
Corinthians tomará medidas mais fortes em novos casos de insinuações
O Corinthians não pretende mais admitir ilações sem comprovações de qualquer natureza que partam sobre representantes de equipes adversárias.
Diferentemente do que aconteceu nos episódios referentes a Grêmio e Vitória, a partir de agora o Timão vai entrar com representações legais nos órgãos competentes tanto desportivamente, quanto na Justiça comum.
Confira a nota oficial do Corinthians sobre as falas do vice-presidente do Vitória
“O Sport Club Corinthians Paulista repudia às declarações recentes do presidente do Esporte Clube Vitória que, de forma lamentável, insinuou que o Corinthians está recebendo favorecimentos da arbitragem no campeonato brasileiro.
As afirmações são levianas, sem fundamento, além de promover um ambiente negativo no esporte.
O futebol, até pela sua representatividade, deve ser pautado pela integridade, pelo respeito e pelo fair play, tanto dentro quanto fora de campo.
Sugerir que um clube está sendo favorecido, ataca a credibilidade da competição, gerando um clima destrutivo no esporte, prejudicial para todos os envolvidos – jogadores, torcedores, dirigentes e, sobretudo, para a essência esportiva que nos une.
É fundamental que as declarações feitas por figuras públicas sejam embasadas em respeito e, sobretudo, responsabilidade.
Todas as semanas, os clubes se sentem prejudicados pela arbitragem, o que mostra que o problema está associado à capacidade e preparação daqueles que deveriam, simplesmente, aplicar as regras do jogo, e não ao favorecimento de qualquer clube”.
