Carille ainda está longe de entregar no Vasco o que seria o maior ponto forte da carreira
Cruzmaltino tem sofrido sem consistência defensiva, considerado marco dos trabalhos do treinador

O técnico Fábio Carille não chegou com moral ao acertar com o Vasco neste início de ano — muito longe disso. A diretoria cruzmaltina recebeu negativas de outros nomes e acabou acertando com o treinador que estava em baixa.
Ele vinha de um trabalho no Santos em que cumpriu as metas estabelecidas (campeão da Série B e até finalista do Paulistão), mas foi cobrado pelo desempenho pobre e estratégias limitadas, acrescido de declarações criticadas que incomodaram muito o torcedor do Peixe.
Em São Januário, Carille desembarcou com um trunfo considerado forte em sua carreira e tão necessário no clube: consistência defensiva. A marca cunhada lá nos tempos de Corinthians ainda está atrelada ao seu rótulo hoje e era tão buscada no time carioca, 10º colocado no último Brasileirão, mas com a quarta defesa mais vazada da competição.
Com Carille, o Santos até sofreu na Série B 2024 apenas 32 gols em 38 jogos, terceiro melhor no quesito, mas o desempenho esteve longe de convencer. Os investimentos em contratações muito superiores aos rivais de segunda divisão colocaram o Peixe em um patamar já privilegiado. Ainda assim, a inconsistência do sistema defensivo não passou despercebida.

Já no Vasco, a melhora defensiva tão buscada ainda não foi vista. Os problemas do time sem a bola têm sido uma dor de cabeça:
- Espaçamento de setores;
- Transições defensivas desorganizadas
- Baixa intensidade
- Recomposição falha dos atletas de ataque
Nos últimos seis jogos, o Vasco foi vazado em cinco, totalizando nove bolas em que o goleiro Léo Jardim não conseguiu defender. Na última partida, a vantagem no placar de 3 a 1 sobre o Melgar, pela Copa Sul-Americana, foi dissipada no fim do jogo, com falhas da defesa pelo alto, e o jogo terminando em 3 a 3.
Mesmo na vitória de virada sobre o Santos por 2 a 1 na primeira rodada do Brasileirão, a falta de organização na recomposição da equipe obrigou Jardim a fazer pelo menos duas defesas importantes.
A derrota para o Corinthians por 3 a 0, pelo Brasileirão, neste sábado (5), em que Carille poupou oito titulares deixou evidente o desarranjo tático da equipe, que facilitou — e muito — o caminho para a vitória do time mandante.
A equipe paulista ainda marcou outros dois gols, ambos anulados com ajuda do VAR. Muitas falhas individuais prejudicaram o já combalido sistema defensivo que viu o zagueiro João Victor ser o pior nome em campo.
— A gente cometeu erros muitos infantis que facilitou para o adversário. Somos um time que toma muitos gols desde o ano passado. Mas o problema não é só da defesa, é do time inteiro. Começando dos atacantes, temos que defender melhor e cometer menos erros — criticou o artilheiro Pablo Vegetti ao fim da partida.
A semana para Carille tem ares claros de ser decisiva. Na terça-feira (8), o Vasco recebe o Puerto Cabello, em São Januário, às 21h30 (horário de Brasília), pela segunda rodada da Copa Sul-Americana, competição tratada pela diretoria como prioridade em 2025. Qualquer resultado que não seja uma vitória colocará ainda mais pressão no treinador.