Tite explica oscilação do Flamengo e pede apoio total da torcida contra o Palmeiras
Coletiva de Tite ainda teve reclamação formal de Bruno Spindel, diretor de futebol do Flamengo, contra a arbitragem do Brasileirão
Tite está totalmente ciente da oscilação do Flamengo neste início de trabalho, mas não quer que a torcida perca a paciência por isso. Muito pelo contrário, o treinador espere que a Nação Rubro-Negra perceba o tamanho do esforço para encontrar o ideal e apoie o time, especialmente no jogo da próxima quarta-feira (08), diante do Palmeiras, um confronto direto. Chegou a hora de alentar, não de criticar.
O que Tite disse?
- Fez uma análise do que foi pensado na vitória sobre o Fortaleza
- Celebrou a crescente de Luiz Araújo, Cebolinha, Pedro e Arrascaeta
- Fez elogios a Filipe Luís
- Pediu paciência e apoio da torcida do Flamengo
Tite clama por resiliência no Flamengo
— Nós queremos contar com todo mundo. Os atletas tiveram uma busca nessa reta final, de estarmos todos voltados. O objetivo segue sendo a classificação direta para a Libertadores. Vamos partir da verdade, sonhos todos nós temos, mas também temos riscos. Vamos trabalhar de forma realista, trabalhar jogo a jogo, esse processo de reformulação. É esse pedido que eu faço ao torcedor.
— A equipe vai oscilar. Tudo que a gente quer é dividir a alegria com o torcedor do Flamengo, mas que ele entenda que ele vai precisar ajudar a equipe. Porque o Cebolinha está se firmando agora, o Luiz a mesma coisa, estamos nos adaptando ao pivô, o Arrascaeta está buscando sua melhor condição. Nesses momentos vamos precisar do torcedor, vamos oscilar, é inevitável, que eles passem esse carinho. Quero sentir essa atmosfera dentro de campo.
O treinador ainda explicou que a equipe procura seu equilíbrio, afinal, foram apenas cinco jogos sob a batuta de uma nova metodologia. Na opinião do treinador, é hora de acreditar no processo, a fim de colher os frutos lá na frente.
— Mudamos a metodologia de trabalho, sou o terceiro técnico do Flamengo no ano, estamos tentando ajustar as ideias. O atleta não é uma máquina, ele tem um lado importante para absorver. Tenho que enaltecer essa capacidade deles, falei isso na palestra. Ganhamos os dois primeiros jogos, estavamos brigando pelo título. Perdemos os outros dois e nada serve. Não é assim. Não pode ser assim, senão a gente não constrói nada. Temos que acreditar no processo de evolução, que é o que estamos buscando — concluiu.
Flamengo na bronca com a arbitragem
Depois que Tite terminou a coletiva na Arena Castelão, Bruno Spindel, diretor de futebol, em cena bastante incomum, assumiu o microfone. O dirigente do Flamengo fez duras críticas à arbitragem, não apenas deste domingo (05), comandada por Anderson Daronco, mas sim como um todo no Campeonato Brasileiro.
“Vim aqui fazer um pronunciamento sobre arbitragem. Primeiramente deixar claro que a gente alinhou com o treinador que nesses temas sobre arbitragem a direção que vai sempre se colocar. O treinador cobra dos atletas que a gente sempre termine os jogos com 11 em campo, que se cumpra a regra e todas as questões disciplinares, mas o clube está estarrecido e muito assustado com o que vem acontecendo ao longo do campeonato na arbitragem. Mais especificamente em relação à falta de critério, aos sistemáticos erros e às escalas de arbitragem (…)
Na 16ª rodada, contra o América-MG, o Gerson, com a bola dominada entrando na grande área leva um chute na cara. Ele teve uma contusão no supercílio, quase abriu. Ficou com um galo e com o rosto inchado, mas a comissão de arbitragem disse que o contato foi leve e de raspão. O VAR sequer chamou e foi cartão amarelo (…)
No lance contra o Santos, a arbitragem foi tenebrosa. Bruno Henrique levou um cartão amarelo por entrada temerária. Entrada temerária pressupõe contato físico, sequer houve contato físico do Bruno. O Bruno foi jogar, foi competir, é um atleta leal. Foi atrás da bola para competir, levou um amarelo e foi impedido de jogar. No relatório foi colocado que foi entrada temerária quando sequer houve contato físico”.
Luiz Araújo quer mais sequência no Flamengo
Grande destaque do Flamengo na partida, Luiz Araújo também falou com a imprensa depois da vitória no Castelão. O extremo, que marcou seu segundo gol com a camisa rubro-negra, exaltou a entrega do grupo e agradeceu a confiança de Tite.
— Estou me sentindo bem. Foi um jogo muito difícil, exigiu muito de nós jogadores. Fazia um tempo que eu não jogava os 90 minutos. Pude jogar, fazer um gol e receber esse prêmio simbólico, que poderia estar com qualquer um do Flamengo. Fizemos um grande jogo. Tenho que agradecer muito a confiança que o Tite está depositando em mim. É meu segundo jogo seguido como titular. Hoje pude marcar meu segundo gol com a camisa do Flamengo, foi muito importante, mas creio que o mais importante foram os três pontos — disse.
Boa, Luiz! +3 fora de casa! #VamosFlamengo #CRF pic.twitter.com/rVHr3U1iBq
— Flamengo (@Flamengo) November 5, 2023
O Flamengo volta a campo na próxima quarta-feira (08), às 21h30 (de Brasília), para enfrentar o Palmeiras, pela 33ª rodada do Brasileirão. O Rubro-Negro voltará ao Maracanã depois de mais de duas semanas de ausência, e o retorno será justamente em um confronto direto.
Veja outros pontos abordados na coletiva
Explicações sobre o jogo
— Eu entendo a valorização individual. É um objetivo de cada atleta. Devo dizer, hoje, que o grupo todo fez a diferença. Estávamos com cinco garotos no banco, mesmo que a utilização dependesse do jogo. Jogamos com o Luiz, o Ayrton. A importância é de todos os atletas. É difícil para aqueles que não estão jogando, mas daqui a pouco a necessidade vai conduzir a ter uma oportunidade. O Rodrigo Caio jogando como primeiro homem de meio-campo. Você ver um Arrascaeta que foi o primeiro a sair, foi o primeiro a vibrar no segundo gol. Quando se pega pequenos detalhes, tu começa a ver aquilo que a equipe trabalha enquanto equipe.
Cabeça ainda no Fortaleza
— A gente veio com a ideia específica do jogo de hoje. Não conversamos sobre o Palmeiras, isso vai ser amanhã. O Fortaleza está vivo dentro da gente, é importante valorizar a vitória e a entrega do grupo. No quinto jogo, o Filipe estreou com a gente. Isso para nós é o que mais interessa. O poder do grupo. (Cléber Xavier)
Entender o processo
— O equilíbrio da equipe. Você agredir, ter um número de finalizações, mas ao mesmo tempo ser consistente lá atrás. Essas fases do jogo são inquestionáveis. Fizemos um grande primeiro tempo. É muito difícil jogar contra o Fortaleza, o Vovjoda está fazendo um grande trabalho, é um time que joga sem pensar. Quando todos os links estão estabelecidos, fica mais fácil. O volume que a equipe entrega deixa os adversários em situação complicada, pela qualidade do trabalho do Vovjoda. A gente precisa entender o futebol.
Domínio total?
— Há diferentes etapas em um jogo. O que eu considero dominar? Ficar com a bola e criar oportunidade. Tivemos 60 e poucos % no primeiro tempo, mas e os 40% que o adversário tem? Vamos nos organizar e defender. A equipe acelerou muito no primeiro tempo, bate lá e cá, é uma característica. Por isso, o Luiz e o Cebolinha com velocidade, atletas com um pouco mais de naturalidade com essa camisa que é muito pesada.
Filipe Luís
— Só quero pensar no Filipe dentro de campo. É muito difícil deixarmos o Filipe Luís sem jogar um minuto em quatro jogos, mas é preciso ver o que o jogo vai apresentar. O problema do Filipe não é a condição física, é o calendário com jogos quarta e domingo. Tê-lo circunstancialmente como jogos periódicos é impressionante. Sem contar os caráteres pessoais, morais e de família, que são muito grandes. Isso irradia.