Brasileirão Série A

Vasco: Payet será esperança do torcedor contra o 5º rebaixamento

Francês de 36 anos vai assumir a camisa 10 do clube carioca nesta temporada

O Vasco acertou a contratação do meia francês Dimitri Payet. Após tentar fazer um mistério na noite de sábado, o novo reforço foi anunciado na manhã deste domingo nas redes sociais.

Aos 36 anos, e com passagem por grandes clubes europeus, Payet sem dúvidas pode ser um dos grandes responsáveis pela guinada da equipe que hoje ocupa apenas a décima nona colocação no Campeonato Brasileiro, com 12 pontos conquistados.

De vendedor de roupa a estrela do futebol: conheça Payet, novo jogador do Vasco

Dimitri Payet nasceu em 29 de março de 1987, em Saint-Pierre, na pequena Ilha de Reunião, de território ultramarino francês na África, localizada próximo de Madagascar e das Ilhas Maurício. Por lá, não demorou muito para chamar a atenção de todos pela sua habilidade com a bola nos pés.

Aos 18 anos, depois de passagens por pequenos clubes da costa francesa, teve a sua primeira oportunidade em um time profissional, o Nantes. No entanto, antes de ver a sua carreira decolar, o meia quase desistiu dos gramados.

No time B do Nantes, o valor que recebia não era o suficiente para arcar com todas as suas despesas, então ele precisava dividir o seu tempo entre treinos e jogos, com a de vendedor em uma loja de roupas.

Mas, novamente, sua habilidade e inteligência com a bola faria a sua vida mudar. As boas atuações no time B do Nates lhe renderam oportunidades na equipe principal, onde passou de promessa à realidade.

Mas foi no Olympique de Marseille que o francês alçou ao status de craque. Contratado em 2013, por lá, Payet não demorou a se tornar ídolo. Em sua segunda temporada, foi o jogador que mais criou oportunidade de gols no futebol europeu, atrás apenas de um tal de Lionel Messi.

Em 2015, Payet decidiu que era a hora de brilhar em outros gramados pela Europa e acertou a sua transferência para o West Ham para atuar na Premier League, e rapidamente se tornou o principal destaque do time. No ano seguinte, em 2016, viu seu nome ser considerado um dos destaques da seleção francesa que terminou a Eurocopa como vice colocada, perdendo na prorrogação para Portugal, por 1 a 0.

Então, em 2017 decidiu voltar ao Olympique de Marseille, clube do qual era ídolo, onde ficou até o fim da última temporada, a menos interessante da sua carreira.

Como Payet pode ajudar no Campeonato Brasileiro?

A essa altura, o torcedor Vascaíno deve está se perguntando qual Payet ele verá com a camisa do cruzmaltino: o grande meia que encantou nos gramados onde passou, ou o jogador que teve, na temporada passada, um desempenho discreto?

A verdade é que, para o torcedor vascaíno, Payet chega com o status e capacidade técnica para ajudar a transformar a, até então, péssima temporada do time carioca, mesmo que seu último ano de Olympique de Marseille não tenha sido o melhor da sua carreira.

Coincidentemente ou não, as características que faltam no atual elenco vascaíno, sobram no meia de 36 anos: criação e eficiência na finalização.

Dentre os 20 participantes da elite do futebol brasileiro, os cariocas foram os que menos balançaram as redes nesta edição do Campeonato Brasileiro, com apenas 13 gols. Em alguns jogos, o time até consegue criar chances durante, mas tem falhado na conclusão.

E essas constantes falhas fizeram o torcedor vascaíno ver o seu time amargar a vice lanterna da competição, com apenas 12 pontos conquistados em 17 jogos, afastando a esperança de ter um Brasileirão muito mais confortável do que vem fazendo.

Claro, Payet não deve ser tratado como o grande salvador solitário da pátria vascaína, que vai levar o time à glória em 2023, mas ele é, sem dúvidas, um nome capaz de ajudar a solucionar problemas crônicos que acompanham o time desde o início do ano.

É possível vislumbrar uma certa melhora: de habilidade reconhecida, Payet é um daqueles jogadores clássicos, que alinha inteligência para criar, ótima visão de jogo para encontrar companheiros livres, dribles objetivos em direção ao gol, e capacidade de finalizar bem com os dois pés, além de cobrar falta como poucos.

Não há dúvidas de que o argentino Sebastián Ferreira e o paraguaio Pablo Vegetti vão adorar ter como companheiro um jogador capaz de quebrar a linha defensiva adversária com um drible ou um passe. Assim como Orellano e Gabriel Pec também vão aproveitar a presença do jogador para criar mais espaços tanto para finalizar, quando para achar o melhor passe.

Ou seja, a ideia de que o Vasco pôde contratar um nome com o de Payet muda a forma como o grupo, coletivamente, vai se comportar daqui para frente, além de preencher uma grande lacuna no elenco que, finalmente, terá o “camisa 10” que tanto procurou.

Aos jogadores que não estão rendendo o esperado, a chegada do francês deve servir como motivação; ao técnico Ramón Diaz, razões para acreditar no projeto, além da possibilidade de colocar em prática suas ideias e repetir o que deu certo no River Plate. E aos torcedores, claro, Payet representa a volta da esperança de um campeonato tranquilo.

Foto de Márcio Júnior

Márcio Júnior

Márcio Júnior é baiano formado pela Faculdade Regional da Bahia. Cobriu de carnaval a Copa do Mundo na TVE Bahia, onde venceu o prêmio de reportagem do mês. Com passagens pela ALBA, Rádio Educadora, Superesportes e Quinto Quarto.
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