Brasileirão Série A

Por que palmeirense Belo ‘virou’ tricolor e criou relação com o Fluminense

Depois de 25 anos na Cidade Maravilhosa, Belo enfim 'escolheu' um time para chamar de seu

Desde 2015 que o Fluminense comemora seu aniversário de uma forma única no futebol brasileiro. O clube repete pela oitava vez neste fim de semana o festival com portas abertas aos torcedores em sua sede social, nas Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro. Em 2023, o aniversário de 121 anos do clube tem como uma das grandes atrações o cantor Belo, que já havia cantado na despedida de Fred, há um ano, no Maracanã.

Mas por que o palmeirense Belo ‘virou' tricolor e criou identificação com o Fluminense?

Paulista de Diadema, Marcelo Pires Vieira tem 49 anos e passou mais da metade de sua vida no Rio de Janeiro, onde mora desde 1997. Amante de futebol, não esconde ser torcedor do Palmeiras e rotineiramente disputa peladas em campos de futebol society principalmente na Barra da Tijuca, bairro onde reside.

Depois de 25 anos na Cidade Maravilhosa, Belo enfim “escolheu” um time para chamar de seu. Mas foi um convite inesperado que fez o cantor “virar” Fluminense no Rio de Janeiro.


Tudo começou quando o Tricolor planejou uma grande festa para se despedir do ídolo de uma geração. De volta ao Flu, Fred assinou contrato até o aniversário de 120 anos do clube, e sua despedida foi anunciada para o jogo contra o Ceará, em 9 de julho de 2022, com shows e homenagens.

Pedido do amigo Fred e emoção no Maracanã

Antes da vitória por 2 a 1, entretanto, Belo cantou para um Maracanã com 64 mil pessoas. Assim como um sucesso em seus tempos de Soweto, nada disso “Não foi à toa”.

Belo com a camisa do Fluminense na despedida de Fred, em 2022 - Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC
Belo com a camisa do Fluminense na despedida de Fred, em 2022 – Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC

Questionado pelo clube sobre o show que desejava em sua despedida, Fred não titubeou: pediu que o Fluminense contactasse o amigo Belo, de quem é fã.

O Maracanã lotado cantando seus sucessos emocionou Belo, que criou ótima relação com o presidente Mario Bittencourt e outras pessoas do clube envolvidas na festa. Por isso, a identificação foi rápida.

– O Fluminense tem um cantinho especial no meu coração e na minha vida. Sempre fui acolhido com muito amor pela torcida e me sinto parte dela também, fora meus amigos que já passaram e estão por lá – declarou.

Belo com Mario Bittencourt, presidente do Fluminense, no gramado do Maracanã - Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC
Belo com Mario Bittencourt, presidente do Fluminense, no gramado do Maracanã – Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC

Banda tricolor e identificação com o Fluminense

Em seu show na FluFest, Belo citou o Palmeiras, mas admitiu o “carinho imenso” pelo Fluminense. Além de pedidos de palmas para o presidente Mario Bittencourt, o cantor apresentou membros de sua banda que torcem para o Tricolor, como o saxofonista Marcelo Braga.

– Todo mundo sabe que eu sou Palestra Itália, torço para o Palmeiras. Mas eu tenho um carinho imenso pelo Fluminense, hoje é meu time no Rio de Janeiro. Queria agradecer ao clube pelo trabalho bonito que fez aqui nessa FluFest, a maior festa de aniversário do Fluminense de todos os tempos. Estaremos juntos no ano que vem, quando o Fluminense comemorar 122 anos. A festa será maior ainda. O Fluminense merece! – se derreteu o cantor, no palco no Estádio das Laranjeiras.


O convite para o aniversário de 121 anos, inclusive, empolgou o cantor. Mesmo com a agenda cheia, topou uma maratona para cantar na FluFest, abrindo o sábado de comemorações — que ainda teve Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, ex-Legião Urbana, e o rapper Xamã, dentre outros nomes.

Logo depois de seu show, Belo correu para o aeroporto, onde pegou um avião para se apresentar na edição de Brasília da “Tardezinha”, evento de Thiaguinho. Neste domingo (23), ele vai à Salvador e volta ao Rio de Janeiro para fechar o fim de semana no Festival de Inverno Rio 2023, na Marina da Glória.

FluFest ainda terá ex-BBB, grupo tricolor e dupla sertaneja

Desde que nasceu em 2015, a ideia da FluFest é se distanciar do estereótipo aristocrata e elitista do qual o Fluminense, de acordo com o clube, foi vítima ao longo dos anos. Por isso, a aposta é na pluralidade, com artistas de diferentes estilos musicais, atividades culturais ao longo do final de semana e aposta em nomes mais jovens.

Belo e Xamã se juntaram ao tricolor Dado Villa-Lobos e seu parceiro Marcelo Bonfá como grandes atrações do sábado.

Em um emocionante momento de seu show, o “Cantor das Multidões” recebeu uma bandeira da Autistas Flu, movimento de inclusão de torcedores do Fluminense atípicos na arquibancada, das mãos de Pedro Henrique, de 7 anos. Belo lhe abraçou, posou para fotos e cantou ao lado do menino, que é tricolor e seu fã.

No domingo, para fechar o fim de semana, a FluFest terá shows de Marvvila, participante do BBB23, torcedora do Fluminense e cantora de pagode, do grupo Roupa Nova, formado integralmente por torcedores do clube, e da dupla sertaneja Matheus & Kauan, grandes nomes do estilo no país.

Foto de Caio Blois

Caio BloisSetorista

Jornalista pela UFRJ, pós-graduado em Comunicação pela Universidad de Navarra-ESP e mestre em Gestão do Desporto pela Universidade de Lisboa-POR. Antes da Trivela, passou por O Globo, UOL, O Estado de S. Paulo, GE, ESPN Brasil e TNT Sports.
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