Estêvão mantém Palmeiras vivo e merece conquistar o Brasileiro – os demais, nem tanto
Jovem Cria da Academia merecia melhor sorte no torneio, que vai escapando das mãos do Verdão
Se não foi a primeira, a falta que Estêvão cobrou, aos 44 do 2º tempo, no Mineirão, deve ter sido a segunda como profissional do Palmeiras.
Mas, pela perfeição com que a bola entrou, no ângulo esquerdo de Cássio, qualquer um que não o conhecesse pensaria estar diante do batedor oficial do time.
O 2 a 1 decretado pelo craque do Campeonato Brasileiro, de virada, contra o clube que o revelou, manteve o Palmeiras vivo na briga pela conquista do título.
O problema é que, ao Verdão, só resta agora torcer para que o São Paulo, justamente o São Paulo, vença o Botafogo, no Nilton Santos no domingo (8).
No MorumBis, após a derrota para o Juventude (1 a 2), o técnico Luis Zubeldía disse ter escalado todos os seus titulares para se despedir bem da torcida na temporada.
Não conseguiu o que queria. Mas seu discurso indica que reservas e garotos do elenco devem ir a campo contra o Botafogo.
O Botafogo tem 73 pontos e 22 vitórias, contra 70 pontos do Palmeiras, com o mesmo número de triunfos. Em caso de um empate em pontos, o Verdão fica com o troféu pelo critério de desempate.
Estêvão merecia o título
Se o improvável tricampeonato palmeirense não vier, não será possível dizer que uma injustiça esportiva terá acontecido. Assim como na vitória contra o Cruzeiro, o Palmeiras foi muito inconstante ao longo da competição, sofrendo gols bobos e desperdiçando incontáveis chances em praticamente todas as rodadas.
Mas Estêvão, que deixará o clube no meio do ano que vem, após o Super Mundial de Clubes, rumo ao Chelsea, não merecia deixar o país sem um título de primeira linha para chamar de seu.
O problema é que o restante do Palmeiras, como um todo, não o auxiliou nessa tarefa com a mesma qualidade demonstrada pelo atleta mais jovem do elenco.
— Realizei um sonho aqui. Quem conhece a minha história sabe que eu vim muitas vezes assistir jogos e disse ao meu pai que, um dia iria fazer um gol — disse o camisa 41, ao fim da partida.
— Estou muito orgulhoso dessa equipe — completou.
Palmeiras do segundo tempo foi mais objetivo
O Palmeiras fez um bom primeiro tempo, mas desperdiçou muitas chances. Cássio foi para o intervalo com 8 defesas em 12 chutes. Felipe Ânderson, por exemplo, perdeu três oportunidades.
A equipe que jogou a maior parte do segundo tempo foi mais objetiva — até porque, não havia outro remédio. Em especial depois de Aníbal Moreno, em noite péssima, ter dado contra-ataque para o Cruzeiro abrir o placar com Matheus Pereira, aos 7.
Maurício, que entrou na vaga de Felipe, empatou, aos 16, com o primeiro chute que Cássio deixou passar — por baixo dele, após leve desvio na zaga.
Abel fez todas as trocas a que tinha direito, e o Palmeiras sufocou o Cruzeiro até conseguir a virada, aos 44 da etapa final, e seguir respirando pelo sonho do tricampeonato. Cada vez mais distante. Mas ainda à vista.