Brasileirão Série A

Deixaram o coisa ruim chegar: Palmeiras bate o Internacional, vira líder e põe o Botafogo contra a parede

O Palmeiras contou novamente com um Endrick inspirado para bater o Internacional, finalmente virar líder e deixar o recado: é um dos favoritos ao título brasileiro

O Palmeiras é o novo líder do Campeonato Brasileiro. Jogando melhor no ataque do que contra o Flamengo, além de correr menos riscos defensivos, o Verdão bateu o Internacional por 3 a 0 e abriu três pontos de vantagem para o Botafogo: 62 a 59.

Zé Rafael, Endrick e Rony, encerrando um jejum de mais de 60 dias, fizeram os gols da vitória.

É verdade que o Time da Estrela Solitária tem dois jogos a menos. Mas fazia 29 rodadas que os cariocas não viam outro nome, que não o deles, na primeira posição do Brasileirão. Uma sensação nada boa para uma equipe que vai se desmanchando moralmente a olhos vistos.

No domingo, no confronto direto contra o Bragantino, o Botafogo pode até retomar a liderança. E passsa agora a ser obrigado a não perder, se não quiser ver seu nome não apenas na segunda,  mas na terceira posição da tabela.

O Verdão chega  agora à sua sexta vitória nos últimos sete jogos, mantendo-se dentro da meta de jogar o melhor futebol e somar tantos pontos quanto possíveis, para só fazer contas no fim do campeonato. Dois clichês, mas, que no fim, são de fato o que o clube precisa fazer.

O time entra agora no modo Data Fifa, com folgas e um período de treinamentos que não costuma ser muito proveitoso. Ainda mais sem poder contar com os sete convocados para seleções: Endrick, Veiga, Ríos (Colômbia), Gómez (Paraguai) e Piquerez (Uruguai) – além de Vanderlan e Luis Guilherme com a seleção olímpica do Brasil.

Os números do Palmeiras costuma ser ruins depois da parada para jogos das seleções. Mas nesse sábado à noite, para todos os palmeirenses, em ppescial os 19.358 que estiveram na Arena Barueri, os únicos números que importam estão na classificação do torneio, lá no topo.

Palmeiras começa melhor, tropeça, mas não cai

Como de costume, o Palmeiras começou melhor. Nos primeiros 15 minutos, o Alviverde teve mais a bola e, usando mais o lado direito do ataque, onde estavam Endrick e Veiga, controlou a partida e criou mais perigo. Aos 2, o camisa 9 já batia pela primeira vez a gol.

O Palmeiras mostrou ter aprendido a jogar em função do seu jovem centroavante. A ideia de jogo não mudou, em relação ao que o time apresentou nas últimas partidas: um 3-5-2 para atacar e duas linhas de quatro mais próximas para defender. Veiga e Endrick, mais avançados, apertavam a defesa do Inter, que iniciou o jogo mais encolhido.

Também como de costume, a partir dos 15, os espaços na defesa do Palmeiras começaram a aparecer. Alan Patrick e Wanderson, pela esquerda do ataque colorado, construíam – normalmente para Enner Valencia concluir, do outro lado do ataque. Os dois times passaram a ter a bola quase igualmente.

Aos 19, Endrick acertou o pé da trave de Rochet, batendo de fora da área, quase despretensiosamente. Mas o Inter levaria muito perigo em dois lances seguidos. No primeiro, Weverton não agarrou chute de Alan Patrick do bico direito da área, que Luan afastou, aos 21.

Aos 26, Alan inverteu tudo para Valencia acertar um voleio para o chão, que Weverton só conseguiu espalmar, antes de novo afastamento da zaga.

As chegadas coloradas acordaram o Palmeiras, que voltou a ter mais a bola. Com Endrick, Veiga e Breno, o Palmeiras chegou com perigo tanto em bolas levantadas como em trocas de passe pelo chão. Como aos 37, quando o Palmeiras fez 1 a 0:

No ataque pela direita, Rocha e Veiga trocaram passes até o meia tentar cruzar para o meio da área, onde Endrick estava. A bola rebateu e sobrou para Zé Rafael, livre, ainda bater mal de esquerda.  Com um leve desvio da defesa, que atrapalhou Rochet, o Verdão saiu na frente. E seguiu melhor até o intervalo, tendo ainda boas chances com Veiga e Ríos.

Inter volta melhor, Endrick mata o jogo

Sem escolha, o Inter voltou para a segunda etapa decidido a ter mais a bola, o que fez Abel subir um pouco mais as linhas do seu time. Quem mais ficava com a bola no pé, no fim das contas, eram os zagueiros da equipe gaúcha.

O Inter teria que se lançar ainda mais a frente a partir dos 13. Johnny deu mole na defesa e perdeu para Veiga. O camisa 23 conseguiu roubar sem falta do beque do Inter e a bola sobrou para Endrick. O garoto ainda ajeitou e deu dois passos antes de bater de fora da área, sem chance para Rochet.

O gol foi a senha para Abel começar a mexer no time e poupar os jogadores. Endrick, por exemplo, deu lugar a Rony. E Lopes saiu para Vanderlan jogar como ponta, em uma mexida muito pouco ortodoxa do técnico português, mas que espelha o que ele costuma fazer pela direita, com  Mayke e Rocha.

O ritmo caiu com as mexidas. O Verdão passou a se poupar um pouco mais, e o Inter que sentiu o golpe do segundo gol, não tinha forças para tentar mexer no placar.

Aos 42, o Palmeiras ainda ampliou, com Rony, que caiu no chão em lágrimas após selar a vitória do novo líder do Brasileirão, após ótimo passe de Vanderlan. .

Grito de campeão?

Foi tímido, no setor oposto aos das câmeras de transmissão, mas houe gritos de “campeão” vindos das arquibancadas. Zé Rafael ouviu e incentivou com as mãos. Mas a cautela prevaleceu, e a manifestação logo ficou inaudível.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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