Brasileirão Série A

Abel não assume, mas vitória do Palmeiras no Dérbi passa por mudança drástica

Equipe atuou de modo bem diferente ao que vinha fazendo contra o Corinthians

O técnico Abel Ferreira relutou em concordar com a tese de parte dos jornalistas de que a vitória por 2 a 0 sobre o Corinthians deste sábado (12) foi decorrência de um futebol muito mais bem jogado do que a média da equipe no ano.

Na entrevista coletiva após o jogo, aliás, ele chegou a dizer que, “se calhar”, o time esteve melhor nos Dérbis anteriores — empates por 1 a 1 (casa) e 0 a 0 (fora), e derrota por 1 a 0 (casa).

Os números realmente não mostram uma superioridade volumétrica da atuação do Palmeiras hoje em comparação com o que o time apresentou na primeira final do Paulista, por exemplo. No dia em que perdeu por 1 a 0, o time bateu 23 vezes a gol, contra 13 do 2 a 0.

Mas o dado que mostra a mudança de comportamento é outro: tanto na primeira final do Paulistão (0 a 1), quanto no jogo da fase de grupos do torneio (1 a 1), o time tentou absurdos 35 cruzamentos para a área alvinegra — com índice de acerto de 26% nos dois jogos: 9 corretos.

Já em Barueri, o Palmeiras cruzou apenas 9 bolas.

Isso claramente é fruto da escalação diferente da equipe. Sem Raphael Veiga, o Palmeiras preferiu jogar com tabelas e trocas rápidas de passe pelo chão. Ao passo que, com seu camisa 23, o time acaba recorrendo muito mais às bolas alçadas.

Abel não crava permanência de mudança na escalação

Uma das razões para o Palmeiras ter recorrido menos a cruzamentos foi o fato de Estêvão ter atuado mais solto, com liberdade para aparecer pelo corredor central e até pela esquerda do ataque.

Mas, inexplicavelmente ranzinza, a despeito da ótima apresentação e do bom resultado de sua equipe, Abel Ferreira não quis exaltar muito as vantagens de o time ter jogado mais pelo chão do que pelo alto. E tampouco deu a entender que a escalação que venceu o Corinthians deva ser mantida.

— Acho que sou melhor treinador do que vocês, sei que todos gostam de ser treinadores, mas eu acho que sou melhor. E se coloquei o Felipe na posição 7 é porque acho que pode jogar ali. Mas quando tiver todo o elenco, não vai ser fácil. Eu faço o que é melhor para o Palmeiras.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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