Brasileirão Série A

Nem parece que perdeu: Abel reconhece mau jogo do Palmeiras, mas reclama do juiz

Treinador do Palmeiras reconheceu superioridade do Botafogo durante jogo considerado como 'final'

As entrevistas coletivas de Abel Ferreira são sempre uma incógnita. Quando parece que ele vai chegar calmo, após uma boa vitória, chega nervoso. Quando tudo indica que estará uma pilha de nervos, chega calmo. Como aconteceu nesta terça-feira (26).

Normalmente, diante do questionamento ruim contra times do G5, ele responderia com cara feia o mesmo que disse com um sorriso irônico:

— Talvez, os adversários sejam e foram melhores que nós. Não tenho muito para te responder em relação a isso. O mais importante é falarmos do jogo hoje — disse, para logo falar do desempenho do seu time

— No final do jogo, o nosso adversário acaba por ter muito mérito naquilo que foi a vitória e no desempenho técnico do nosso adversário em comparação com o Palmeiras. Os primeiros 15, 20 minutos foram completamente nossos. Tivemos uma bola do Gómez, de cabeça, igual ao terceiro gol do nosso adversário, que eles fizeram, e nós não. Tivemos uma bola no poste, do Rony. Tivemos mais uma finalização do Rony na cara do gol, uma cabeçada do Rocha para fazer 1 a 1.

E então, ainda que sempre fazendo a ressalva de que o Botafogo mereceu o resultado, Abel passou a se queixar da arbitragem. E Abel, em parte, tem razão. Os dois escanteios seguidos, que culminaram no primeiro gol do Botafogo, na verdade, eram tiros de meta.

— O primeiro escanteio não é escanteio. E o segundo escanteio não é escanteio. E o nosso adversário acabou por ser muito feliz e nenhum dos escanteios aconteceu — disse.

E questionou a escalação de Wilton Pereira Sampaio:

— É sempre curioso que seja este árbitro em determinados jogos. Por que este árbitro? Não tem outros árbitros? Mas é sempre este árbitro. Não estou a dizer que ele teve bem ou mal. Mas, enfim, volto aqui a referir dar os parabéns ao Botafogo. Hoje, no contexto todo do jogo, foi tecnicamente melhor que o Palmeiras. Foi mais eficaz que o Palmeiras. Foi mais maduro e matreiro, experiente.

Abel também reclamou da expulsão de Marcos Rocha, embora tenha reconhecido que a equipe do Palmeiras caiu na provocação do Botafogo e de seu grupo mais experiente:

— (O Botafogo) é uma equipa experiente. É uma equipa experiente, cascuda, madura. Viram a pressão que eles fizeram para que o Rocha fosse expulso? Por que meteu a mão na cara? Vocês viram o cotovelo no Rony. Por que é que não foi igual? O VAR já expulsou o Rocha, tudo certo, por que é que não fez igual quando o Rony levou uma cotovelada? — disse Abel, sobre um lance na primeira etapa, quando o jogo ainda estava 0 a 0, e o camisa 10 do Palmeiras se chocou com Luiz Henrique.

— Nossa equipe caiu (na provocação) e não devia ter caído. Não há como escondê-lo. Falamos muito sobre este tipo de jogos. O controle emocional e não devia, mas acontece. Como te disse, vocês sabem, eu vou voltar repetir: o nosso adversário é uma equipa cascuda.

O que mais Abel disse:

Fracasso contra equipes do G5 do Brasileiro

— Como tu disseste bem, as equipes que tu falaste, uma delas (Flamengo) foi campeã da Copa do Brasil, certo? Portanto, fomos eliminados pelo campeão, e fomos eliminados da Libertadores pelo finalista. Muitas vezes, nós temos que reconhecer que os nossos adversários são melhores.

— Nós estamos a bater de frente, estamos a lutar para ser campeões. Ou já alguém foi campeão?

Sobre o desempenho do Palmeiras

— Tiveram uma felicidade a partir do momento que nós ficamos sem menos um jogador. Aí, sim, o nosso adversário foi melhor. Mas, até aí, foi um jogo partido, equilibrado, onde nós tivemos oportunidades para empatar pelo López, que podia ter ido isolado em direção ao gol. Não conseguimos.

Sobre a eficácia da equipe

— Nós não somos tão bons na eficácia e somos o melhor ataque ou um dos melhores ataques. Essa é uma crítica que eu entendo e que os meus jogadores também entendem, porque produzimos muito, chegamos muito lá com bola. Isto é factual, somos a equipe com uma das mais baixas eficácias, é factual. Mas, mesmo assim, somos dos melhores ataques.

Contratações para o próximo ano:

— Em relação ao próximo ano, fiquem tranquilos, que isso está tudo a ser tratado.

Por que Estêvão saiu:

— Ele me pediu para sair, estava com câimbras. Por isso, eu o tirei. A substituição até era para entrar o Vanderlan e sair o Caio, para nos dar um bocadinho. Mas, a partir do momento que o jogador pede substituição, eu tenho que trocar. E foi por isso que saiu o Estêvão. Já é segunda vez que ele pede substituição. Já foi assim contra o Atlético Goianense e foi hoje.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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