Brasileirão Série A

Colossal, Palmeiras empata com Cruzeiro e amplia supremacia histórica no Brasileirão, com 12 títulos

Empate 'bom para todo mundo' deu o título brasileiro ao Palmeiras e colocou o Cruzeiro na Copa Sul-Americana de 2024

Em uma das arrancadas mais impressionantes da história, o Palmeiras é o campeão brasileiro de 2023. Como diz parte da torcida, o Alviverde fez uma campanha colossal na reta final do Brasileirão, ganhando oito dos seus últimos 11 jogos.

Ao empatar com o Cruzeiro por 1 a 1 no Mineirão, o Alviverde chegou a 70 pontos, abrindo dois de vantagem para o Grêmio, quatro para o Atlético-MG, quatro para o Flamengo e nada menos que seis para o Botafogo, que liderou o campeonato por 33 rodadas.

Quis o destino que o primeiro e o último gol da campanha vitoriosa fossem do jogador que, sem dúvida, é o principal nome do 12º título do Campeonato Brasileiro alviverde.

Endrick, 17, selou a conquista aos 20 do 1º tempo, de pé direito. Também foi dele o gol que abriu a vitória por 2 a 1 sobre o Cuiabá, na 1ª rodada.

Com o título, o Palmeiras amplia sua vantagem como maior vencedor do Brasileirão de todos os tempos. Tem quatro troféus a mais que o Flamengo e que o rebaixado nesta temporada Santos.

Para aqueles que questionam a quantidade de títulos do Verdão, por conta da unificação entre os títulos a partir de 1971 com os Roberto Gomes Pedrosa e as Taças Brasil, o Palmeiras também não deixa brecha.

Com a conquista, o Alviverde empata com os oito títulos do Flamengo no período: 1972, 1973, 1993, 1994, 2016, 2018, 2022 e 2023.

A conquista marca também o 9º título de Abel Ferreira, que coloca na prateleira seu segundo Brasileiro, ao lado de duas Libertadores, dois Paulistas, uma Copa do Brasil, uma Supercopa do Brasil e uma Recopa.

O campeão jogou leve

O Palmeiras jogou tranquilo. Podendo até perder para ser campeão, o time de Abel Ferreira estava claramente leve em campo.

E jogando bem. Logo aos 8, Endrick recebeu enfiada de Zé Rafael, invadiu a área e bateu forte de esquerda. Rafael Cabral defendeu com o pé, no seu canto direito.

Aos 18, mais uma vez Endrick parou em Cabral, após boa jogada de Breno Lopes, que o serviu na área.

Foi só aos 20 que Endrick, enfim, balançou a rede. Lucas Silva bobeou na entrada da área, logo na frente do camisa 9 do Palmeiras. Endrick roubou e tentou uma cavada, cara a cara com Rafael, que deu rebote. O centroavante concluiu de direita e fez 1 a 0.

Cruzeiro volta a pecar nas finalizações

O Cruzeiro de Paulo Autuori foi para campo escalado da seguinte forte: Rafael Cabral; William, João Marcelo, Luciano Castán e Marlon; Ian Luccas, Lucas Silva e Japa; Matheus Pereira, Arthur Gomes e Bruno Rodrigues. Apoiado por um Mineirão cheio e precisando de um ponto para se classificar para a Copa Sul-Americana, o time celeste começou a partida tentando impor seu ritmo, mas encontrava dificuldades em se infiltrar na defesa palmeirense, bem postada. Defendendo, o time celeste sofria com os contra-ataques velozes do Palmeiras.

Sem conseguir finalizar com frequência, o Cruzeiro foi ter sua primeira boa chance somente aos 11 minutos, com Arthur Gomes, que finalizou após jogada individual, obrigando Weverton a espalmar. Três minutos depois, Ian Luccas sentiu uma lesão e foi substituído por Fernando Henrique. Aos 20, Lucas Silva cochilou na zaga e o time celeste sofreu gol, marcado pelo participativo Endrick. Rafael Cabral, que havia parado o camisa 9 do Porco em duas ocasiões, até chegou a defender a primeira finalização, mas não pôde evitar o gol na segunda.

O gol palmeirense pareceu ter feito o Cruzeiro acordar e, depois disso, só deu Raposa. Aos 24 minutos, William cobrou lateral rapidamente, Matheus Pereira ajeitou e Bruno Rodrigues controlou a bola com duas embaixadinhas e mandou de bicicleta para Weverton espalmar e evitar um gol antológico. No lance seguinte, Pereira bateu escanteio fechado, obrigando o camisa 1 palmeirense a fazer nova boa defesa.

Nos minutos finais, o time celeste voltou a crescer no jogo e aos 38, conseguiu criar sua melhor chance. Matheus Pereira recebeu belo passe de Bruno Rodrigues e tocou para Fernando Henrique que de dentro da pequena área fez o mais difícil e perdeu o gol, chutando por cima. O time celeste ainda criou chances com Pereira, que completou passe de Bruno Rodrigues e encheu o pé, fazendo Weverton espalmar, e com Arthur Gomes, que lançado em velocidade, recebeu a bola na entrada da área e, pressionado, acabou chutando para fora.

Palmeiras volta apenas para levantar a taça

Como era previsível, o Palmeiras voltou para a segunda etapa em um ritmo ainda mais tranquilo. Raphael Veiga, em noite iluminada, era quem levava o time à frente. Em boa jogada com direito a drible desconcertante, ele bate forte para defesa de Rafael Cabral.

Aos 33, Abel Ferreira ia completando a festa, promovendo a estreia de Estevão. Mas Nikão quis acabar com a comemoração completa e empatou o jogo, aos 36.

Nikão garante o Cruzeiro na Copa Sul-Americana

O Cruzeiro voltou para a segunda etapa com menos ímpeto do que terminou a primeira e com um Palmeiras que também não se preocupava tanto em atacar, o jogo ficou morno. De intervenções importantes, apenas uma de Rafael Cabral em chute de Raphael Veiga, aos 21 minutos. Aos 29, Robert, que entrou no lugar de Arthur Gomes, chutou com perigo, assustando Weverton.

Aos 31 minutos, o jovem lateral-esquerdo Kaiki e o meia Nikão — que provavelmente fez seu último jogo com a camisa do Cruzeiro, seu time do coração, já que não deve ter seu empréstimo junto ao São Paulo renovado —, entraram em campo nas vagas de Marlon e Lucas Silva.

Quatro minutos depois, a explosão da torcida azul. Matheus Pereira deu passe lindo para Nikão, que dominou e bateu sem chances para Weverton. O Mineirão explodiu em festa de uma torcida que comemorava não só o gol, mas a classificação para a Copa Sul-Americana e a oficialização da perda do título pelo seu maior rival, Atlético-MG.

Foto de Maic Costa

Maic CostaSetorista

Maic Costa é mineiro, formado em Jornalismo na UFOP, em 2019. Passou por Estado de Minas, No Ataque, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas, antes de se tornar setorista do Cruzeiro na Trivela.
Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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