O momento se refletiu em campo e o Palmeiras, dominante no primeiro tempo, venceu o Dérbi no Allianz Parque

O Palmeiras era claro favorito para o Dérbi deste sábado. Jogava diante da torcida no abarrotado Allianz Parque, atravessa uma fase bem mais confiável, passou distante dos tumultos que envolveram os rivais na semana. E o que se viu foi uma vitória digna dessas expectativas. Os palmeirenses derrotaram o Corinthians por 2 a 1, fruto do excelente primeiro tempo realizado pela equipe, com grandes atuações de Raphael Veiga e Dudu nos 90 minutos. Os corintianos descontaram no segundo tempo e tentaram buscar o empate, mas os alviverdes produziram mais pelo resultado. O time de Abel Ferreira permanece invicto no Brasileirão e ainda mais satisfeito por ampliar a crise entre os alvinegros.

Ficava difícil imaginar o Corinthians no seu melhor equilíbrio, depois da tumultuada saída de Cuca e da chegada de Danilo para comandar o time interinamente. De fato, o Palmeiras sobrou no primeiro tempo, com uma ideia de jogo bem mais clara e força em suas características. Os alviverdes tinham mais a bola de início e apostavam no seu jogo aéreo. O primeiro gol pintou rapidamente, aos 16 minutos. Raphael Veiga cobrou o escanteio que Murilo definiu de cabeça no primeiro pau. O tento aumentava a confiança dos palestrinos. A equipe podia não criar tantas oportunidades claras, mas tinha controle do duelo no meio-campo e imprimia maior velocidade.

Os chutes de longe eram um caminho ao Palmeiras. Foram algumas tentativas, incluindo uma sapatada de Zé Rafael que exigiu boa defesa de Cássio aos 31 minutos. O Corinthians fazia pouco no ataque, com muitas dificuldades de encaixar sua saída e escapar do domínio palmeirense. Roger Guedes até insistia, mas não que seus lances tivessem continuidade. O segundo gol do time de Abel Ferreira era muito mais esperado nessas circunstâncias e saiu aos 35. Numa inversão de Artur com Dudu, o ponta ajeitou para Raphael Veiga. Foram duas tentativas do meia, até superar Cássio. Na comemoração, Veiga imitou o “chororô” de Valdívia, no que explicou depois como uma homenagem ao chileno. A mínima tentativa de resposta do Corinthians na primeira etapa veio só nos minutos finais, mas travado pela defesa.

O Corinthians voltou com Giuliano para o segundo tempo e a partida ficou um pouco mais equilibrada. Mas não que os alvinegros tenham esboçado uma reação nesse início. Conseguiram disputar melhor no meio-campo, mas o Palmeiras ainda tinha a situação sob controle e contava com a liderança técnica de Dudu, muito bem para orientar as subidas ofensivas. A partir das substituições, quase os alviverdes conseguiram o terceiro gol. Rafael Navarro tinha acabado de sair do banco e desviou de cabeça no travessão, aos 20. As trocas deixavam os palmeirenses mais velozes aos contra-ataques. Navarro teve outro lance em que entrou com muito espaço na área e se enroscou com a bola, em vez de tocar para Dudu.

As mudanças, de qualquer forma, também auxiliaram o Corinthians a crescer. Paulinho e Giovane foram novidades de Danilo aos 24, com um efeito que não tardou. A equipe era mais perigosa neste momento, em busca de uma reação. O gol aos 29 minutos, ainda assim, veio com dose de sorte. Roger Guedes cobrou escanteio, Piquerez espirrou o taco e a bola encobriu Weverton, num gol contra do defensor. Já a reta final foi aberta. O Palmeiras encaixava os contragolpes e criava até mais ocasiões. Gabriel Menino bateu com perigo para fora e Cássio fez uma grande defesa em batida de Jhon Jhon. Entretanto, num momento em que os corintianos se defendiam no limite, o time seguia no ataque e Paulinho perdeu a chance do empate aos 39. O meio-campista bateu por baixo e a bola subiu demais, por cima do travessão. O Corinthians esboçou uma pressão, mas o Palmeiras se defendeu bem e seguiu causando mais problemas com sua velocidade nas transições.

O Palmeiras chega aos sete pontos no Brasileirão, emparelhado ao Fortaleza entre os times de melhor rendimento. O Corinthians, por sua vez, soma apenas três pontos e vê a pressão aumentar logo de cara na competição. Não é um momento favorável, especialmente quando a equipe não venceu um clássico sequer nos últimos cinco encontros com o maior rival. E, mesmo que o Palmeiras tenha deixado de aproveitar os momentos para construir um placar melhor, o resultado é suficiente para sustentar a boa largada no campeonato e também a superioridade nos clássicos recentes. Foi mais um para a conta.