Brasileirão Série A

O Flu amplia a boa fase e fica a um passo do G-4, enquanto a alegria do Goiás contrasta com o desalento do Galo

Durante muito tempo, o Brasileirão pareceu contar com grupo de seis postulantes à Copa Libertadores muito bem definido. A reta final do campeonato, porém, derruba certezas. O Fluminense já vem babando pelo G-4 e pela vaga direta na Libertadores. Abriu distância em relação a Palmeiras e Grêmio, se tornando uma clara ameaça ao São Paulo. E não seria surpresa se outros times encurtarem distâncias nas próximas rodadas.

O Grêmio acumula tropeços e cedeu o empate ao Santos em Porto Alegre, num jogo de novo com discussões sobre a arbitragem. O tempo é curto, mas times como Corinthians e Red Bull Bragantino aproveitaram a rodada desta quarta para se aproximar do atual G-7 – que deve se transformar em G-8, a partir do resultado na decisão da Copa do Brasil. O bolo de candidatos é grande pelo menos à última vaga nas preliminares da Libertadores.

Já na parte inferior da tabela, a grande vitória da noite foi conquistada pelo Goiás. Os esmeraldinos receberam o Atlético Mineiro na Serrinha e arrancaram um valiosíssimo resultado. Antes lanternas disparados, os goianos ficam só a três pontos de escapar do Z-4. Alegria de um lado, decepção do outro. Afinal, o Galo vai reduzindo suas chances de título. Fica a cinco pontos do Inter e pode ver os colorados abrirem uma diferença maior, após a visita ao Athletico Paranaense nesta quinta.

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Classificação fornecida por

Grêmio 3×3 Santos

Grêmio e Santos abriram a rodada de quarta-feira com uma partida eletrizante em Porto Alegre. A vitória seria importante aos dois times, diante da queda de rendimento do Tricolor e da distância em relação à Libertadores que agora o Peixe precisa tirar. Os santistas abriram o placar, mas tomaram a virada dos gremistas. Porém, quando vencia por 3 a 1, o time de Renato Portaluppi cedeu o empate por 3 a 3. Os alvinegros igualaram nos acréscimos, e quando tinham apenas dez homens, após a expulsão de Sandry. As reclamações contra a arbitragem, todavia, são dos gaúchos.

O Santos poupou Soteldo e Marinho, e também não tinha mais seus jogadores negociados, Lucas Veríssimo e Pituca. Mesmo assim, o primeiro gol foi do Peixe, aos oito minutos. Luan Peres fez uma jogada de ponta no contragolpe e passou para Kaio Jorge marcar. O Grêmio melhorou na sequência do primeiro tempo, até empatar aos 37. Após um pênalti, Diego Souza deixou tudo igual. Victor Ferraz perdeu grande chance para virar antes do intervalo, enquanto Vanderlei voaria no canto para espalmar a cabeçada de Arthur Gomes.

Na volta ao segundo tempo, o Grêmio virou o placar logo no primeiro minuto. O time trocou passes com muita qualidade, até Jean Pyerre receber na esquerda e tirar do goleiro John. O Tricolor seguiu melhor, marcando o terceiro aos oito minutos. De novo com uma trama envolvente no ataque, Lucas Silva acionou Pepê na área e o ponta guardou.

A reação do Santos contou com a ação do VAR. Aos 18 minutos, por um toque na mão de Matheus Henrique, Arthur Gomes descontou de pênalti. O Grêmio não matava o jogo, mas até parecia em melhores condições quando Sandry foi expulso pelo segundo amarelo, aos 42. Porém, nos acréscimos, em lance parecido ao do primeiro pênalti, a arbitragem anotou o toque de Luiz Fernando na área. Madson definiu o placar com o empate santista. Conforme as recomendações da CBF, os dois penais deveriam ser marcados, embora o segundo gere mais questionamentos sobre aquilo que é considerado movimento antinatural.

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Red Bull Bragantino 2×0 Atlético Goianiense

Dois times que se encontram na mesma faixa da tabela, e a vitória serve ainda mais para credenciar a boa fase do Red Bull Bragantino em busca da Libertadores. Dentro do Estádio Nabi Abi Chedid, o Massa Bruta se refez da derrota para o Internacional no final de semana e construiu o triunfo por 2 a 0 no segundo tempo.

O primeiro tempo contou com uma postura intensa dos times sem a bola, mas poucos acertos com ela. Não foram tantos lances de perigo na etapa inicial. Jean realizou duas boas defesas na meta do Atlético e, do outro lado, Marlon Freitas viu seu gol anulado por impedimento. Na segunda etapa, o Braga acelerou para vencer o confronto.

O primeiro gol saiu aos dez minutos. Helinho passou e Claudinho deu um lindo giro na área para servir Ytalo, que balançou o barbante. O Massa Bruta seguiu melhor e criava diversas oportunidades, sem acertar as finalizações. O gol que arrematou o placar viria apenas nos acréscimos, graças a um pênalti. Claudinho converteu a cobrança e se isolou na artilharia do Brasileirão, com 17 gols. O capitão comemorava seu centésimo jogo pelo Bragantino e, por isso, vestiu a camisa 100.

Goiás 1×0 Atlético Mineiro

Dois times nos extremos da tabela, cujo resultado não seria nada óbvio. O Atlético Mineiro visitou o Estádio da Serrinha precisando vencer o Goiás se quisesse permanecer no encalço do Internacional. Porém, o triunfo permitiu que os esmeraldinos sustentassem suas esperanças de salvação, com o placar de 1 a 0. Foi a oitava vitória dos goianos no campeonato, a sexta apenas no segundo turno.

O primeiro tempo teve o domínio do Galo, mas sem efetividade. Quando Savarino marcou, aos 11 minutos, foi anotado um impedimento milimétrico do venezuelano. O Goiás se segurava na defesa e abriu a contagem aos 28 minutos. Daniel de Pauli cruzou e Índio definiu de cabeça. Enquanto os esmeraldinos realizavam ótimo papel defensivo, os atleticanos mal criavam oportunidades, apesar da posse de bola.

Na segunda etapa, o Atlético voltou com mudanças. O time pressionava e acertou duas bolas na trave no mesmo lance, com Jair e Alan Franco. Além disso, o goleiro Marcelo Rangel seria importante, substituindo Tadeu a altura na meta do Goiás. O problema é que o Galo foi de mais a menos, se desencontrando com a sequência de alterações de Jorge Sampaoli. Na reta final, a pressão voltou a arrefecer e os goianos seguraram o placar sem tantos sustos.

Os atleticanos fecharam o jogo com 78% de posse e 19 finalizações, mas só dois arremates no alvo. Já os esmeraldinos rifaram 44 bolas na sua defesa, mais que o dobro de qualquer time na rodada desta quarta.

Corinthians 2×1 Ceará

O Corinthians atravessava uma fase instável nas últimas rodadas, mas conseguiu vencer o confronto direto com o Ceará na Neo Química Arena. Como era de se esperar, o Vozão complicou em Itaquera, ao sair em vantagem. Os corintianos precisaram forçar a virada por 2 a 1, mas fizeram uma partida mais agressiva no ataque. Com apenas 35% de posse de bola, os paulistas finalizaram 18 vezes e viram o goleiro Richard segurar uma diferença mais elástica com boas defesas.

O Corinthians arriscava desde os primeiros minutos, mas o Ceará era mais preciso em suas investidas. Assim, aproveitando uma bobeira da zaga, Fabinho abriu o placar aos 15 minutos, após escanteio cobrado por Vina. Os corintianos só exerceram seu domínio depois disso. O empate veio aos 20 minutos, num pênalti convertido por Fábio Santos. Já a virada se consumou aos 27, em jogada de Gustavo Mosquito que Léo Natel definiu de canhota. Diante do volume ofensivo dos paulistas, Richard tinha aparecido pouco antes, com milagre contra Araos.

No segundo tempo, o Corinthians recuou e deixou a posse de bola com o Ceará. Porém, os paulistas foram bem em sua estratégia e conseguiram manter a meta de Cássio bem protegida, por mais que o Vozão ficasse no ataque. Nos contragolpes, os corintianos ainda eram mais perigosos. Richard colecionou outras lindas defesas, com sua intervenção mais plástica já nos acréscimos, em bomba de Ramiro na entrada da área.

Bahia 0x1 Fluminense

Depois do Internacional, o Fluminense é o clube que atravessa a melhor sequência recente no Brasileirão. Desde os 5 a 0 contra o Corinthians, o Tricolor não perdeu mais, com quatro vitórias e um empate nas últimas cinco rodadas. A sequência aproxima o time de Marcão da vaga direta na Copa Libertadores. Nesta quarta, os cariocas cumpriram seu dever na visita à Fonte Nova, derrotando o Bahia por 1 a 0 – um adversário cada vez mais amedrontado pelo rebaixamento.

O Fluminense tomou a iniciativa em Salvador, e isso fez toda a diferença. O time começou a pressionar e teve um gol anulado de Fred antes dos dez minutos. As oportunidades se concentravam de um só lado e, quando Ramírez arriscou pelo Bahia, Marcos Felipe salvou o Flu. O susto acordou os cariocas, que definiram o placar aos 32 minutos. O goleiro Anderson vacilou na saída e Nenê acabaria cruzando para Luiz Henrique fuzilar de primeira.

O Bahia voltou com alterações e outra postura ao segundo tempo, mas o Fluminense era mais direto no ataque e mais efetivo. Fred comandava a linha de frente, em grande atuação. E a impressão era de que o Flu poderia construir um resultado mais elástico, se tivesse aproveitado melhor os contragolpes. Assim, com o placar mínimo, o goleiro Marcos Felipe voltaria a salvar os cariocas com duas excelentes defesas no fim, em cabeçadas de Ernando e Alesson. O goleiro sairia também como herói.

https://www.youtube.com/watch?v=s0GDdfbyKFI

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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