Brasileirão Série A

O Flamengo contou de novo com a fúria de Bruno Henrique no clássico e fechou a rodada no retrovisor do Inter

Restando quatro rodadas para o encerramento do Brasileirão, Internacional e Flamengo despontam a uma briga particular no topo da tabela, acompanhados um pouco mais de longe por Atlético Mineiro e São Paulo. A rodada desta quinta, inclusive, seria importante para acirrar tal corrida. Os colorados não conseguiram chegar à décima vitória consecutiva, parando no 0 a 0 durante a visita à Arena da Baixada. Já o Flamengo venceu o clássico contra o Vasco por 2 a 0 e ficou a dois pontos dos gaúchos no topo da tabela.

O Flamengo realizou boa atuação no Maracanã e teve o poder decisivo de Bruno Henrique desta vez. A preocupação ficou para as lesões de Diego e Gérson, ambos com entorses. O Inter, por outro lado, faria uma partida abaixo da crítica contra o Athletico Paranaense – menos agressivo que os rubro-negros durante a noite, apesar de algumas chances de gol. Fla e Inter dependem só de si, com direito a um confronto direto no Maracanã pela penúltima rodada.

No meio da tabela, o Athletico Paranaense ainda almeja uma vaga na pré-Libertadores e, até por isso, o empate desta quinta foi importante. Já o Vasco perdeu uma posição, em 15°. Méritos do Fortaleza, que ganhou gás e subiu três colocações, deixando o Z-4. A vitória de virada por 3 a 1 sobre o Coritiba, aliás, guardou o momento mais maluco da rodada ao Castelão.

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Flamengo 2×0 Vasco

Bruno Henrique construiu sua fama como “Rei dos Clássicos” desde que chegou ao Flamengo. Nesta quinta-feira, conseguiu ampliar um pouco mais esse moral, com mais uma atuação decisiva contra o Vasco. Os rubro-negros continuam oferecendo doses maiores de sua qualidade e de sua intensidade nas semanas recentes. Isso preponderou durante o primeiro tempo no Maracanã. Já na segunda etapa, apesar da boa resposta dos cruzmaltinos, os flamenguistas conseguiram matar o jogo e fecharam o placar em 2 a 0.

Como era de se imaginar, o Flamengo tinha a iniciativa durante o primeiro tempo. Os rubro-negros trabalhavam a posse de bola e buscavam o campo de ataque, controlando o ritmo do clássico. Quando podiam, roubavam a bola e aceleravam. As melhores chances, naturalmente, eram do Fla. Gabigol e Gérson criaram bons lances, mas Fernando Miguel defendeu. O lance decisivo, de qualquer maneira, sairia antes do intervalo. Aos 43, Léo Matos empurrou Bruno Henrique quando o atacante estava pronto para marcar na pequena área. Pênalti, que Gabigol converteu – e que ainda poderia resultar na expulsão do vascaíno.

Diante da postura passiva do Vasco durante o primeiro tempo, Vanderlei Luxemburgo voltou para a etapa final com três alterações – sacando inclusive Benítez. Em poucos minutos, o Vasco já era muito mais ameaçador que na primeira metade do clássico. A partida também ficaria aberta aos contra-ataques do Flamengo, mas havia uma noção de equilíbrio. A melhor chance dos vascaínos viria aos 23, numa cobrança de falta colocada de Yago Pikachu que Hugo Neneca voou para espalmar à linha de fundo.

O Flamengo afastou os riscos e arrematou a vitória aos 31. O gol nasceu numa jogadaça de Pedro, que acabara de sair do banco – pra variar, no lugar de Gabigol. O centroavante deu um chapéu na marcação e arranjou o escanteio. Na cobrança, Everton Ribeiro mandou a bola na cabeça de Bruno Henrique, que testou firme. Foi o 100° gol do atacante na carreira e o 14° em clássicos cariocas, o sétimo contra o Vasco. Os vascaínos seguiram lutando até o fim, mas estava mais fácil para o Fla administrar a diferença. No fim da noite, o time de Rogério Ceni teve 60% de posse e 17 finalizações, contra apenas seis dos rivais.

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Athletico Paranaense 0x0 Internacional

A sequência de nove vitórias consecutivas do Internacional teve fim nesta quinta-feira. Os colorados tinham um compromisso difícil, em visita à Arena da Baixada. Desta vez, não seria a partida eficiente que marcou as últimas semanas do trabalho de Abel Braga. Os colorados forçaram defesas de Santos e também mandaram uma bola na trave. Porém, o Furacão igualmente teve suas chances para vencer. Fechou a noite com 68% de posse e 12 finalizações, mais que o dobro dos colorados – uma delas igualmente na trave. O empate saiu em conta para os líderes, dentro das circunstâncias.

O Athletico era melhor no início da partida. Explorava bem as pontas, criava e foi o primeiro a acertar o travessão, com Léo Cittadini. O Inter era bem travado pelos rubro-negros e não conseguia encaixar sua saída de bola. Ainda assim, a resposta seria dada em breve. Yuri Alberto teve um tento anulado, antes que Rodinei arriscasse do meio da rua e carimbasse o poste. O lateral também pararia em Santos durante uma cobrança de falta. Na reta final do primeiro tempo, os colorados estavam mais inteiros na partida. De novo ficaram no quase, em cabeçada de Praxedes para fora.

O segundo tempo teria menos futebol, num jogo um tanto quanto nervoso. Sobravam faltas e desentendimentos entre os jogadores. Apesar da falta de intensidade, o Athletico conseguia ser ligeiramente superior e poderia ter alcançado o triunfo nos minutos finais. Marcelo Lomba realizou boa defesa contra Vitinho e também contou com a sorte, quando Thiago Heleno completou para fora. Prevaleceu a igualdade.

Fortaleza 3×1 Coritiba

O Castelão recebeu um duelo primordial na luta contra o rebaixamento. O Fortaleza, em situação menos crítica na tabela, cumpriu sua parte. O Leão do Pici foi melhor ao longo da partida, mas precisou correr atrás do prejuízo após permitir o primeiro gol do Coxa. A grande história na vitória tricolor por 3 a 1, ainda assim, seria alviverde. Nos acréscimos, quando os anfitriões poderiam decretar uma goleada, Sarrafiore precisou quebrar um galho no gol e defendeu um pênalti do experiente Wellington Paulista. Daqueles lances que ficam para os livros de curiosidades do Brasileirão.

O início da partida já pendia ao Fortaleza, que criava mais chances e não aproveitava. Wilson realizou duas boas defesas nos primeiros 25 minutos, contando também com a falta de pontaria do atacante David, enquanto o Leão do Pici lamentou ainda a perda do lesionado Osvaldo. Quando o time cochilou, porém, o Coritiba saiu na frente. Lançado em profundidade, Ricardo Oliveira ficou sozinho com Felipe Alves e não vacilou diante do goleiro. Foi o primeiro gol do veterano pelo Coxa.

O Fortaleza abusava dos erros, com David de novo parando diante de Wilson. Porém, antes do intervalo, o Leão do Pici virou. David se redimiu. Numa jogada do atacante, Nathan Silva mandou contra as próprias redes e marcou contra aos 42. No minuto seguinte, o próprio David se encarregou de definir com qualidade diante de Wilson e virou o placar. No segundo tempo, exceção feita a uma sequência de bons minutos do Coritiba por volta dos 20, o Tricolor permaneceu no comando. O terceiro veio aos 38, numa cobrança de falta que pipocou até Wellington Paulista anotar um golaço de letra. Porém, o desfecho da noite seria de fortes emoções ao veterano.

O Fortaleza já poderia ter anotado o quarto aos 45, quando Mariano Vázquez acertou a trave. Na sequência do mesmo lance, o Leão do Pici ganhou um pênalti, que rendeu a expulsão do veterano Rhodolfo. Wellington Paulista cobrou e Wilson defendeu, mas se adiantou. A arbitragem mostrou o segundo amarelo e o goleiro foi expulso – incorretamente, já que a atual orientação é de que o goleiro só seja punido por se adiantar em caso de reincidência. Como o Coritiba já tinha realizado as cinco substituições, Sarrafiore colocou luvas e foi para baixo dos paus. Esperou e pegou o novo tiro de Wellington Paulista, à sua direita. Apesar da derrota do Coxa, o jovem saiu como herói.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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