Brasileirão Série A

O empate prevaleceu na Vila Belmiro e promete uma quente “decisão de turno” para o Maracanã

O primeiro turno do Campeonato Brasileiro terá uma “decisão” no próximo sábado. Quis o destino que Flamengo e Santos se encontrassem justamente na metade da competição, dentro do Maracanã, para saber quem termina com o simbólico título. E os ânimos do jogo parecem ainda mais aflorados depois deste domingo. Bastante desfalcado por causa da Data Fifa, o Santos não conseguiu se impor na Vila Belmiro. Mesmo encarando um Athletico Paranaense recheado de reservas, o Peixe precisou se contentar com o empate por 1 a 1, garantido pelos milagres do goleiro Léo e por um pênalti contestável anotado durante os minutos finais. Os paulistas terão que se reerguer justamente no confronto direto com os cariocas.

Sem muitas dúvidas, as ausências de Derlis González, Soteldo e Jorge representam bastante ao Santos. Apesar disso, os alvinegros encaravam um Athletico muito mais interessado na Copa do Brasil e, por isso, poupando os seus titulares. Porém, os substitutos rubro-negros quiseram mostrar serviço e deram trabalho ao Peixe ao longo da tarde. Mas, antes de pensar na surpresa, precisaram conter a pressão alvinegra.

O Santos começou a partida com muita intensidade, apertando a marcação e buscando o ataque. O gol não saiu aos sete minutos por um carrinho salvador de Léo Pereira, que se jogou na bola e travou o chute de Marinho. Era uma atuação muito ligada do Peixe, que mal deixava o Athletico passar do meio-campo, apesar das dificuldades em criar chances mais claras. E quando o Furacão se sentiu um pouco mais à vontade para atacar, aproveitando os espaços na defesa adversária, o goleiro Éverson precisou aparecer. Realizou duas defesas à queima-roupa, primeiro em paulada de Thonny Anderson, depois em rebote de Vitinho. As intervenções mostravam que os paranaenses não estavam mortos.

O gol do Athletico não demorou a sair. O lance aconteceu aos 41 minutos, iniciado por Lucho González. O veterano lançou para Thonny Anderson, que dominou com estilo dentro da área e bateu cruzado. A bola chegou pedindo para ser arrematada por Braian Romero, que mandou às redes vazias. Foi uma bela construção dos rubro-negros, que dificultavam a vida do Santos. E até mesmo a sorte estava do lado dos paranaenses. Primeiro, o goleiro Léo rebateu mal o desvio de Uribe e contou com a ajuda da trave para evitar o frango. Pouco depois, se redimiu e buscou no ângulo a falta cobrada por Jean Mota, já nos acréscimos.

A etapa final começou equilibrada. E não demorou para Léo se consagrar como o herói do Athletico na tarde. O goleiro parecia com o corpo fechado e realizou uma defesa sensacional em cabeçada de Gustavo Henrique, em bola que ainda bateu no travessão. Seria ele o maior empecilho ao Santos, que tentava o empate, mas tinha pouca organização. Enquanto isso, o Furacão se contentava em amarrar o jogo e tentar gastar o tempo. Léo faria outras boas defesas depois dos 30, em chute cruzado de Felipe Jonathan, bem como em cabeçadas de Lucas Veríssimo e Uribe

O Santos aumentou a pressão, mas também tinha dificuldades para finalizar, com direito a um gol perdido por Uribe. E o seu empate veio apenas aos 45, num pênalti bastante discutível. Braian Romero se enroscou levemente com Marinho, mas, se houve, a falta começou fora da área. O árbitro entendeu diferente e marcou a penalidade máxima. Na cobrança, Carlos Sánchez finalmente superou Léo, esbanjando categoria em uma cavadinha magistral. Já o fim da partida ficaria mais movimentado fora de campo do que dentro. Jorge Sampaoli e Tiago Nunes protagonizaram uma acalorada discussão, que não se abrandou nem com a intervenção do juiz.

Ao longo da tarde, o Santos foi superior, mas esteve distante de fazer o seu melhor jogo. O desleixo no final do primeiro tempo custou caro, assim como o time nem sempre teve a intensidade necessária. Mas não pode se negar que o Peixe tentou bastante, e esbarrou em um goleiro inspirado. Léo foi o herói dos reservas do Furacão. O tropeço deixa o Peixe com 37 pontos, a dois do Flamengo, precisando da vitória no Maracanã se quiser terminar o turno na liderança. Já o Athletico ocupa o nono lugar, com 26 pontos.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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