O áudio do VAR de Corinthians e Grêmio só prova como a CBF está perdida no próprio personagem
Recorrentes erros da arbitragem nas partidas do Brasileirão depõe contra o próprio trabalho da CBF
Após dois da partida entre Grêmio e Corinthians, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme, admitiu que a equipe de arbitragem tanto do campo, quanto do VAR errou em não marcar a penalidade sofrida por Matheus Bidu no último domingo (12), a análise foi feita durante o programa “Papo de Arbitragem”, organizado pela entidade para comentar lances polêmicos de cada rodada do Brasileirão, para o dirigente, o VAR deixou de usar uma das câmeras principais:
– Tem uma câmera muito boa que foi pouco utilizada pela equipe VAR. A gente vê o corpo do atacante sendo arremessado para frente. Ao ser tocado, o corpo dele é arremessado. Ele está em uma ação, e o corpo é arremessado. É óbvio que ele valoriza, mas existe a infração. Não podemos confundir. A carga do defensor é absolutamente imprudente – diz Seneme.
O lance aconteceu antes dos dez minutos de jogo, quando Bidu tentou proteger a bola dentro da área adversária e João Pedro colocou uma carga nas costas do lateral. No momento do lance o árbitro do campo Rodrigo José Pereira de Lima mandou o jogo seguir, e o VAR não sinalizou nem mesmo a possibilidade da falta.
Análises da CBF sobre lances polêmicos é ‘tiro no pé'
– A equipe VAR focou muito na ação do atacante (Matheus Bidu). Se o atacante freou ou não, se o toque fez ele derrubar ou não. Esqueceram de avaliar a ação do defensor, porque quem comete a falta neste caso é o defensor, não o atacante. A principal referência não pode ser o atacante – completa Seneme.
Segundo o próprio presidente da Comissão de Arbitragem, a equipe focou apenas no lateral corintiano, e em nenhum momento em João Pedro, e deixou claro que o erro foi na interpretação dos árbitros, um despreparo no entendimento do processo de análise, da regra simples do jogo e do uso do equipamento, já que também deixaram de usar uma “câmera muito boa” que estava disponível.
– Às vezes a avaliação de campo vai ser equivocada, e é para isso que a equipe de VAR está lá. Neste caso não conseguimos desvincular a narrativa do árbitro da interpretação na cabine, e a cabine também decide pela não falta – disse Péricles Bassols, gerente técnico do VAR, que também participa do quadro.
A explanação destes erros já acontece há algum tempo. Foi assim na partida do primeiro turno entre as duas equipes, também em um pênalti não dado, desta vez a favor do Grêmio, em uma bola que bateu na mão de Yuri Alberto. Mas na tentativa de mostrar de forma transparente as ações das equipes de arbitragem dos jogos do Campeonato Brasileiro, tanto com a análise, quanto com a divulgação dos áudios do VAR, a CBF acaba depondo contra ela mesma, já que o que se tem visto em alguns lances são erros básicos dentro do campo de jogo, e acabam comprovando a falta de preparo de alguns profissionais que apitam as partidas.
Diretoria do Corinthians protestou durante a partida e teve ações relatadas na súmula
A não marcação da penalidade pela equipe de arbitragem do jogo gerou uma reação imediata dos dirigentes do Corinthians, no intervalo da partida, entre eles Alessandro Nunes, ex-jogador do clube, e hoje gerente de futebol, que de maneira desproporcional correu até a sala do VAR, da Arena do Grêmio e tentou invadir o espaço que fica apenas os equipamentos – a equipe de arbitragem responsável pelos vídeos fica na sede da entidade, no Rio de Janeiro.
A situação foi relatada na súmula da partida pelo árbitro Rodrigo Pereira Lima, quem também citou xingamentos e reclamações do presidente do Corinthians, Duílio Monteiro Alves:
— Informo que na saída da equipe de arbitragem do campo de jogo, após término do primeiro tempo, fomos abordados por diretores do S.C. Corinthians Paulista, na zona mista, vindo em nossa direção de forma grosseira e ostensiva, sendo contidos por policiais. Dentre eles foi possível identificar o presidente Duílio Monteiro Alves, e o gerente de futebol Alessandro Mori Nunes, onde o gerente citado proferiu de forma grosseira e ofensiva as seguintes palavras: ‘Vagabundo, você é safado, tendencioso, seu ladrão'. Em seguida, o presidente acima citado, foi até a entrada do vestiário da equipe de arbitragem proferindo as seguintes palavras: ‘Seu vagabundo, ladrão', informo ainda que o mesmo não conseguiu o acesso ao vestiário da arbitragem devido à intervenção da polícia.