Brasileirão Série A

Nem quando tropeça Palmeiras vê sua vantagem diminuir e título fica cada vez mais próximo

O Palmeiras é o grande favorito ao título e a quatro jogos do final do Campeonato Brasileiro, entrou na 35ª rodada com cinco pontos de vantagem para o segundo colocado. O bom desempenho conquistando pontos, a invencibilidade desde que o técnico Luiz Felipe Scolari chegou e a tabela teoricamente favorável deixam o time alviverde com a faca e o queijo na mão. Diante do lanterna e já rebaixado Paraná, a expectativa era de uma vitória fácil. Só que ela não veio. O inesperado empate por 1 a 1 poderia significar uma queda na vantagem que o time tinha. Não significou. Mais do que isso, o time alviverde aumentou a sua série invicta para 20 jogos, um recorde no Brasileirão.

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O Paraná, condenado a voltar a Série B na próxima temporada com uma imensa antecedência, vendeu o mando de campo e jogou em Londrina, no Estádio do Café. A cidade do norte do Paraná é zona de influência paulista e é recheada de torcedores dos times da capital de São Paulo. Logo, o estádio estava cheio, o maior público do ano, com 25.076 pessoas. Um feito em um ano que o Londrina foi bem na Série B, lutando pelo acesso até esta rodada – perdeu do CRB, justamente neste estádio, na sexta e acabou fora da disputa por vaga no G4.

A chuva foi personagem no primeiro tempo. Um vento forte e a chuva intensa mudaram o jogo. Desconcentrado, o Palmeiras pareceu longe do seu melhor jogo. Assim, o Paraná aproveitou. Com um time com jovens, abriu o placar. Em meio a muita água que caia, Juninho avançou pela direita, passou por Antônio Carlos na velocidade e cruzou para a área. Keslley se jogou de carrinho na bola, como se estivesse em um toboágua, e se antecipou a Diogo Barbosa: 1 a 0, aos 34 minutos.

Com menos chuva, vento e mais concentração no segundo tempo, o Palmeiras que jogou o segundo tempo lembrou mais o time que lidera o campeonato. Tudo bem que o Botafogo já vencia o Internacional e o Flamengo, àquela altura, só empatava com o Sport, mas o Palmeiras podia mostrar um pouco mais. E mostrou. Conseguiu o gol de empate aos oito minutos, de um pênalti cobrado por Gustavo Scarpa. Depois de chute do atacante William, a bola bateu nos braços de Jhony, que fez um bloqueio da bola. O árbitro apontou a marca da cal e o ex-jogador do Fluminense marcou.

O Palmeiras poderia ter virado o jogo, é verdade, e até criou para isso. Também é verdade que o Paraná tinha criado uma ótima chance logo no início do segundo tempo, antes do empate, e que voltou a criar um lance ou outro depois do gol. O jogo, porém, ficou nisso em termos de placar: 1 a 1, com os paranistas mostrando alguma coisa de futebol – claro, pensando só no ano que vem – e o Palmeiras mostrando ao menos uma coisa boa: tranquilidade.

Mesmo em desvantagem, o time não perdeu a cabeça e nem a organização. A concentração, bom, até perdeu em alguns momentos, especialmente no primeiro tempo, mas não havia motivo para o desespero. E o time seguiu assim até o final, com um empate por 1 a 1 que, no fim, nem causa danos. Graças ao segundo colocado, que colaborou.

O Internacional, segundo colocado, perdeu no Rio de Janeiro para o Botafogo, 1 a 0. Com isso, o Colorado não saiu dos 65 pontos. O Flamengo, então, aproveitou. Diante do Sport, o time carioca sofreu um bocado, mas arrancou um gol com William Arão, no final do jogo, de cabeça. Com isso, chega a 66 pontos e sobe para o segundo lugar. Uma pequena mudança na tabela, mas que para o Palmeiras, não faz nenhuma diferença: com uma rodada a menos, o time segue líder com cinco pontos de vantagem para o segundo colocado. Em vez do Inter, o Flamengo.

Nada que mude muito para o Palmeiras, que ainda sai da rodada com boa vantagem. A três jogos do fim, o Palmeiras sabe que precisa de pouco para assegurar que a taça vá para o Allianz Parque. No meio da semana, pela 37ª rodada, o Palmeiras recebe outro time da parte de baixo da tabela, o América Mineiro. Este ainda não rebaixado e desesperado.

O Coelho venceu o Santos neste domingo, 2 a 1, e respirou. Chegou a 37 pontos e, ainda que continue na zona do rebaixamento, coloca a cabeça momentaneamente fora da água. Por isso, deve tentar complicar ao máximo e precisa dos pontos jogando em São Paulo. O Palmeiras pode até ser campeão com uma combinação de resultados. Precisaria vencer os mineiros e torcer para que o Flamengo perca do Grêmio, no Rio, e o Internacional não vença o Atlético Mineiro em porto Alegre. Improvável, mas possível.

Depois do América, na quarta-feira, o Palmeiras vai até São Januário enfrentar o Vasco, no dia 25, e fecha o campeonato contra o Vitória, novamente no Allianz Parque, no dia 2 de dezembro. O Flamengo tem o Grêmio como adversário na quarta, 21, e depois enfrenta o Cruzeiro, em Belo Horizonte, no dia 25, antes de fechar a sua participação contra o Atlético Paranaense, em casa, no dia 2 de dezembro. O Inter, por sua vez, além de enfrentar o Galo no dia 21, em casa, joga com o Fluminense, no Beira-Rio, no dia 25 e fecha sua tabela contra o Paraná, em um jogo marcado para Curitiba que ainda pode mudar de sede, já que o Paraná está rifando seu mando em busca de grana.

Por enquanto, tudo continua nas mãos (ou pés) do Palmeiras. O time segue com muita tranquilidade na liderança e precisará errar muito para não ficar com a taça. Uma reviravolta parece improvável a essa altura, mas ainda é remotamente possível.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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